O Seminário Pensar a Imagem chega a sua terceira edição no 15º Cine Esquema Novo - Arte Audiovisual Brasileira. Com curadoria de Gabriela Almeida, a atividade pretende pautar um debate sobre experiência estética, imagem e geopolíticas da atenção. O que se propõe é deslocar o debate dos discursos apocalípticos sobre os impactos éticos, estéticos e biopolíticos da plataformização das mais diversas esferas da vida para a busca de algumas linhas de fuga que permitam um embate produtivo, no terreno do pensamento e do dissenso, com e contra a economia da atenção.

Não se trata de negar os discursos apocalípticos, especialmente em um momento em que a extrema direita ultraliberal globalizada expõe sem constrangimentos seus planos de expansão autocrática nos campos da política e da comunicação e informação, mas de interrogar o que pode a experiência estética, o que podem as imagens e o que podemos fazer com elas diante dos impasses, dos desafios e das interdições moralizantes que estão colocadas nesse momento.

O seminário Pensar a imagem propõe, então, quatro eixos para debate, com a presença de convidadas e convidados que farão intervenções curtas com o intuito principal de provocar uma conversa coletiva com o público presente, incluindo as pessoas inscritas, os realizadores e realizadoras com obras em exibição no festival e a equipe de curadoria e produção do evento:

17/02 SEGUNDA-FEIRA

10h

1. Para pensar a geopolítica da atenção: atenção e distração
Gabriela Almeida e Juliano Gomes

14h

2. Para pensar uma política das imagens: contradições das políticas de visibilidade
Ana Letícia Schweig e Juliana Costa

18/02 TERÇA-FEIRA

10h

3. Para pensar a ficção: espectatorialidade e identificação
Fernanda Nascimento e Leonardo Bonfim

14h

4. Para pensar ficção, política das imagens e atenção: incômodo, conforto e prazer
Ana Moura e Lennon Macedo

SOBRE OS DEBATEDORES:

Gabriela Almeida é professora titular e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM-SP (PPGCOM), onde coordena o grupo de pesquisa Sense - Comunicação, consumo, imagem e experiência. É doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS (2015), com estágio na Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA (2009). É vice-coordenadora do GT Comunicação e Experiência Estética da Compós. Integrou a diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) e foi editora da Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (REBECA), da SOCINE.

Juliano Gomes é crítico de arte, diretor, curador e professor. Formado em Comunicação (PUC-Rio), Mestre em Comunicação (ECO-UFRJ). Leciona no curso de cinema da FAAP (SP). Redator na Revista Cinética desde 2009. Foi comitê de seleção do Sheffield Doc Fest (2020 e 2021). Júri da DocLisboa (2019), RIDM Montreal (2022), Festival de Brasília (2022), Forum Doc BH (2021), Mostra Tiradentes (2019), FBCU (2012), Cachoeira Doc (2014), Festcurtas BH (2014) e Fronteira Festival (2015). Publicou na Film Quarterly, World Records Journal, Folha, Piauí, Filme&Cultura, e diversos catálogos. Programa a Sessão Cinética no IMS desde 2009. Dirigiu os curtas "..." (2007) e "As Ondas" (2016), com Léo Bittencourt. Dirigiu também "Nada haver" (2022). Dividiu com Léo Bittencourt a direção de fotografia do curta "Vagalumes" (2021), indicado ao prêmio ABC de fotografia.

Ana Letícia Meira Schweig é antropóloga, pesquisadora, diretora de arte e produtora. Cientista Social e mestre em Antropologia Social (2018) pela mesma instituição. Atua com povos indígenas desde 2012, e é co-criadora e produtora no coletivo Tela Indígena (desde 2016), que realiza produções audiovisuais, mostras de cinema e atividades educativas com realizadores indígenas. Integra o Grupo de Pesquisa em Ecologia das Práticas (GPEP-APPH). Atualmente trabalha como diretora de arte e motion designer.

Juliana Costa é cinéfila, cineclubista e feminista. Aprecia a experiência e os experimentos. É professora e escreve sobre o cinema e o mundo. É crítica, programadora e pesquisadora de cinema, com doutorado em Comunicação Social pela PUCRS e mestrado em Educação pela UFRGS. É editora do Zinematógrafo, fanzine impresso de crítica cinematográfica e da Revista Abismu. Já publicou textos em diversas revistas nacionais e internacionais como Filme e Cultura e a revista belga Fantomas. Participou de juris e comissões de seleção de festivais de cinema, atualmente integra a equipe de curadoria de longas-metragens da Mostra de Tiradentes. É coordenadora do Programa de Alfabetização Audiovisual, projeto educativo da Cinemateca Capitólio.

Fernanda Nascimento é professora adjunta na Escola de Comunicação, Artes e Design (FAMECOS) da PUCRS. Doutora em Ciências Humanas, na área de Estudos de Gênero (UFSC/SC), mestra em Comunicação Social e jornalista (PUCRS).

Leonardo Bonfim, nascido no Rio de Janeiro em 1984, é desde 2015 o programador da Cinemateca Capitólio, arquivo fílmico administrado pela Prefeitura de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Na instituição, desenvolveu programas em parcerias com arquivos mundiais como Arsenal - Institute for Filmand Video Art E.V (Alemanha), Eye Filmmuseum (Países Baixos), Cineteca di Bologna (Itália), Anthology Film Archives (Estados Unidos), Národní filmovýarchiv (Tchéquia) and Norwegian Film Institute (Noruega). Participou da equipe de programação de importantes festivais brasileiros como Gramado (2018-2024), Brasília (2018, 2024), Olhar de Cinema (2021) e escreveu artigos para diversas publicações como Teorema (Brasil), Archive Prism (Coréia do Sul), La Vida Útil (Argentina) e Cahiers du Cinéma (França).

Ana Moura é realizadora audiovisual com dez anos de atuação na área. Uma trajetória que começou na produção jornalistica e documental dentro da UFRGS TV, ao longo de sua graduação em Publicidade e propaganda. Seu interesse por contar histórias e desvelar a realidade a levou a desenvolver uma pesquisa sobre construção de personagens em filmes documentários. Trabalha como roteirista, diretora e assistente de direção em projetos com protagonismo negro. Em 2021, foi pesquisadora do projeto de curta documental Odilon Lopez: essência, semente e luz. Em 2022, roteirizou o filme Samba Às Avessas com direção de Gautier Lee. E no mesmo ano dirigiu seu primeiro curta autora, Flora, que teve sua estreia na 51° Festival de Cinema de Gramado. Em 2023, foi 1°AD no documentário da Casa de Cinema Virgínia e Adelaide, com estreia prevista para 2025. Está trabalhando na pós de seu segundo curta autoral, Luz Sobre O Rio.

Lennon Macedo é professor e pesquisador. Doutor em Comunicação pela UFRGS, participa do Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC) e da Associação de Pesquisas e Práticas em Humanidades (APPH). Compõe também o fanzine de crítica de cinema Zinematógrafo e o coletivo de arte gráfica Selo Manada, em Porto Alegre.

Haverá emissão de certificado aos participantes