GT 1 - Correspondências intelectuais entre o pensamento social brasileiro e a teoria crítica da sociedade: entre o legado teórico e as contribuições para compreensão de problemas contemporâneos.
Coordenadores: Flávio Borges Faria, Wanderson Barbosa dos Santos, Mariana Sales de Abreu
Este grupo de trabalho está organizando a partir de um olhar para correspondências intelectuais entre o pensamento social brasileiro e a teoria crítica da sociedade, a saber, uma perspectiva que visa compreender o movimento entre recepção e proposição, sob a égide de ampliar as compreensão das formas de autoritarismo contemporâneas no Brasil. A ideia de recepção proposta aqui abarca um movimento de interpretação das teses formativas da teoria crítica no Brasil, mas também, o aspecto criador presente em autores brasileiros alinhados ao método da teoria crítica.Portanto, como campo de investigação teórico e empírico, o GT abordará trabalhos que se dediquem ao diálogo entre o pensamento social brasileiro e a teoria crítica da sociedade, e, por outro lado, trabalhos que abordem questões e problemas vinculados à teoria sociológica que se alinhem com o método da teoria crítica da sociedade. Ademais, o GT receberá trabalhos que utilizaram a teoria crítica enquanto ferramenta de compreensão das formas de autoritarismo contemporâneas presentes no Brasil, também numa perspectiva de comparação com o contexto global. Por essa via, justifica-se a importância dessas reflexões para pensarmos o amplo panorama de reflexões e interpretações da modernidade capitalista e, sobretudo, a contribuição da sociologia brasileira para pensarmos indústria cultural, o processo de exploração capitalista, as contradições dos discursos liberais, a ideologia e a necessidade de protagonismo para outras leituras da história.
GT 2 – Cinema e Quadrinhos como categorias de análise acerca do Pensamento Social Brasileiro.
Coordenadores: Geovano Moreira Chaves, Márcio dos Santos Rodrigues, Victor Callari
As análises das gêneses e dos itinerários das significações do cinema e das histórias em quadrinhos (também conhecidas como HQs) têm reconstruído as relações que se estabelecem entre as práticas artísticas, suas formas de visibilidade e os tipos de pensamento que as fazem inteligíveis. O fazer, o ver e o pensar a respeito do cinema e dos quadrinhos têm interrogado as cargas de sentido que se movimentam no âmbito do conhecimento das ciências humanas, sociais e linguagens. Entender o cinema e as HQs como categorias de pensamento, assim como suas circulações no meio social, pode proporcionar novas formas de compreensões teóricas pautadas a partir da relação entre a imagem/linguagem e o mundo concreto e seus agentes, e desse processo é possível construir novos sentidos e leituras às narrativas imagéticas.
Assim, este grupo de trabalho tem como objetivo reunir estudos que explorem as relações do cinema e dos quadrinhos, utilizando essas categorias de análise como ferramentas para compreender o pensamento social brasileiro em conjunto com outras áreas do conhecimento, tais como as ciências humanas, sociais e linguagens. De forma interdisciplinar e transdisciplinar, essas formas de arte serão estudadas como objeto e pano de fundo para possibilitar novas compreensões. Pretendemos discutir e problematizar as formas em que as narrativas, as linguagens e as representações produzidas pelo cinema e pelos quadrinhos podem se manifestar como formas de pensamento social em analogia aos aspectos e as expressões filosóficas, artísticas, políticas, religiosas e/ou culturais das sociedades no tempo. Estes temas podem ser abordados por diversas perspectivas de análises teórico-metodológicas, que ao se fazerem expostas no grupo de trabalho, permitirão a troca de experiências. Nossa intenção é que seja gerado um debate sobre a temática, de modo a apontar possíveis novos caminhos e referências de pensamento, assim como novas possibilidades de interlocuções entre pesquisas.
GT 3 - Cultura religiosa e autoritarismo afetivo: perspectivas teóricas e metodológicas para o pensamento social do Brasil contemporâneo.
Coordenadoras: Marcia Barros Ferreira Rodrigues, Lohaine Jardim Barbosa, Lorraine Carla da Costa Cordeiro Iezzi
O grupo de trabalho tem como objetivo promover uma discussão interdisciplinar das relações diversas que atravessam o mundo contemporâneo produzindo novas formas de urbanidades a partir das tecnologias digitais que colocam em cena desigualdades, preconceitos, violências e resistências por meio de diferentes ativismos políticos. Interessam pesquisas, ensaios e práticas reflexivas que explorem questões metodológicas e análise crítica destes cenários na perspectiva da interseccionalidade e proporcionem elaborações teóricas acerca das emoções e afetos que atravessam o pensamento social brasileiro contemporâneo. Importa também ter em mira os ecos das permanências históricas de longa duração nas reformas políticas e suas atualizações que entrelaçam cultura política e cultura religiosa produzindo efeitos de (in) tolerância nas instituições no bojo da construção e afirmação da cidadania no Brasil na virada do século para o XX para o XXI.
GT 4 - Democracia, emoções e futebol.
Coordenadores: Maria Tereza Zolyomy Torres, Rodrigo Nunes Limoeiro de Sousa
Nos últimos anos, o Brasil foi palco de realizações de grandes eventos de caráter esportivo, entre eles o Pan Americano (2007), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Neste interim, a partir de meados de 2013 observou-se manifestações denominados como “o gigante acordou” ou, conforme alguns autores, como “mega protesto” em referência a magnitude dos investimentos e dos custos associados. Tais movimentos sociais foram impulsionados, entre outras razões, pela “Operação Lava-Jato” e acabaram por resultar no impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Todos estes fatos refletem, atualmente, na crise democrática experimentada pelo país. O grupo de trabalho tenciona a abordagem da interligação entre a camisa da seleção brasileira de futebol, a simbologia que esta representa e os reflexos dentro de um ambiente democrático polarizado. Tal abordagem implica na inserção de um ramo pouco estudado dentro das ciências sociais: a sociologia política das emoções. Dentro da sociedade, as emoções são tidas como motor de massas, implicando a irracionalidade de movimentos sociais movidos por esta, exemplo, feminismo, antirracismo, LGBT, etc. No entanto, a compreensão da perspectiva racionalista das emoções, principalmente dentro de uma democracia polarizada, representa uma ferramenta importante na análise dos movimentos político-sociais atualmente. O enquadramento teórico, portanto, desenvolve os conceitos de democracia e o reflexo do sentimento de pertencimento a determinado polo político por meio da representação (e utilização) da camisa da seleção brasileira de futebol. Como resultado, expecta-se a complementação das discussões a respeito da apropriação do uniforme futebolístico por parcela da população, ao passo da análise de como esta tornou- se um distintivo para demonstração de posicionamento político-ideológico no Brasil.
GT 5 - Elites, Poder e Instituições Democráticas
Coordenadoras: Luana Puppin Pratti, Mariele Troiano, Karina Melo Pessine
A consolidação das instituições democráticas e o respeito aos seus princípios impõe uma agenda de debates que tem sido posto por pesquisadores acerca da qualidade e atuação de seus atores e instituições. A proposta deste GT é reunir trabalhos que tratem das dinâmicas das elites e instituições políticas sob a luz de teorias e metodologias que caminhem entre a sociologia e a ciência política fortalecendo o diálogo interdisciplinar que a área propõe, garantindo a pluralidade dos conceitos e métodos para discutir o tema. Espera-se receber trabalhos que abordem os aspectos sociais da política, que tratem não só aspectos contemporâneos da experiência política, mas também aqueles que tratam da historicidade dos fenômenos políticos, bem como os de natureza qualitativa. Deste modo abre-se escopo para serem debatidos os seguintes temas: a) dinâmicas sociais e políticas; b) desempenho dos atores; c) instituições e espaço de poder; d) funcionamento dos poderes republicanos; e) trajetórias políticas; f) composição social das elites; g) métodos para estudar elites e instituições.
GT 6 - Estabelecidos e Outsiders do Pensamento Social Brasileiro.
Coordenadores: Lucas Trindade da Silva, Marcos Abraão Fernandes Ribeiro
O Grupo de Trabalho “Estabelecidos e outsiders do pensamento social brasileiro” se inspira no binário consagrado na obra de Elias para reler o chamado pensamento social brasileiro em alguns principais sentidos, acolhendo propostas que enveredem nas seguintes reflexões: 1) assim como tem acontecido no âmbito da teoria social e sociológica contemporânea, trabalhos que visem questionar e reconfigurar o cânone do pensamento social brasileiro, demonstrando a importância e fecundidade de autoras e autores institucional e conceitualmente marginalizados; 2) trabalhos que releiam obras consagradas a partir das provocações emergentes dessa “insurreição dos saberes” ou, em outras palavras, trabalhos que retornem aos clássicos (ortodoxia) imbuídos das questões ou interpelações advindas das margens (heterodoxia) do pensamento; 3) trabalhos que tensionem a separação entre “teoria” e “pensamento” a partir das problemáticas postas pelo pensamento social brasileiro, nesse sentido, trata-se de tomar o pensamento como o “outsider” da teoria “estabelecida” e pensar o estatuto teórico (ou não) do primeiro, o que em si leva a rediscutir os critérios que definem a teoria social.
GT 7 - História, cultura e sociedade: diálogos entre Brasil e América Latina.
Coordenadores: Pedro Demenech, Cairo Barbosa, Alice de Oliveira Ewbank
Este Grupo de Trabalho prossegue com a proposta do livro Cultura e sociedade na América Latina, lançado em 2022. Partimos do princípio de que a América Latina - da qual o Brasil faz parte - é uma espécie de espaço-tempo multifacetado e plural, portanto alvo de diversas disputas semânticas.
Esse GT, então, procura acolher análises sobre intelectuais que expandiram a compreensão espacial de seus objetos, não se restringindo exclusivamente às questões nacionais, estabelecendo vínculos, conexões e articulações entre as situações brasileira e latino- americana. Mobilizando temáticas da história intelectual, da sociologia dos intelectuais, da teoria crítica, da teoria social, dentre outros, o objetivo aqui é analisar narrativas, interpretações, representações, conceitos, discursos e linguagens que incidem sobre ideias e imaginários que fundamentam a historicidade das sociedades.
Pretende-se, portanto, reunir trabalhos que analisam pensadoras e pensadores latino-americanos (séculos XIX-XXI), canônicos ou não, que se debruçam sobre questões do passado e do presente e que tratam das pluralidades culturais e sociais que atravessam as inúmeras Américas Latinas.
Outro aspecto importante é a combinação entre diferentes saberes para construir um conhecimento sobre a América Latina como, por exemplo, historiografia, pensamento social, ciências sociais, ciência política, crítica literária etc. Sendo assim, são bem-vindos análises de história intelectual, história dos intelectuais, história das ciências sociais e de teoria social e teoria crítica que procuram dar conta das questões apresentadas acima.
GT 8 - Interseccionalidade e Reconhecimento.
Coordenador: Manoel Ribeiro de Marins Filho
O GT tem como objetivo promover um diálogo reflexivo sobre a produção teórica do pensamento social brasileiro requerido no âmbito da teoria interseccionalidade e da teoria do reconhecimento. Tais estudos se localizam em torno das sociedades marcadas por desigualdades originadas por algum tipo de diferença, que resultam em ambientes de intolerância, racismo e desrespeito. Como essas correntes de produção teórica se combinam e se utilizam de estruturas epistemológicas cambiáveis do ponto de vista da compreensão das desigualdades? Embora sejam campos de amplo espectro de análise, o GT se propõe a identificar quais são as possíveis contribuições teórico-críticas que possam configurar como respostas aos padrões de injustiça, desrespeito e intolerância.
GT 9 - O modernismo brasileiro e a tradição de pensamento social brasileiro.
Coordenador: Christian Bruno Alves Salles
Cem anos após a realização da Semana de Arte Moderna de 1922, novamente ganha relevo a discussão sobre o significado do movimento modernista e sobre seu legado enquanto campo de reflexão não apenas sobre os rumos da produção artística nacional, mas sobre os desafios e os impasses da experiência de instauração do moderno no Brasil. Assim, do ponto de vista do desafio atual de pensar os limites da trajetória de construção de uma nação autônoma no Brasil e de realizar uma reavaliação crítica de nossa experiência civilizatória, o modernismo brasileiro se apresenta como portador de uma contribuição de inegável valor, justificando o intuito de retomar o movimento a partir de um olhar especialmente sensível às peculiaridades de seu discurso, elaborado em torno de uma complexa articulação entre criação artística e vida social, cosmopolitismo e tradição nacional. Essa visada permite perceber o movimento inserido na cena cultural das primeiras décadas do século XX, incisivamente marcada pelo debate em torno da formação nacional e das condições à emergência da modernidade no país, terreno fértil ao surgimento de elaborações intelectuais com forte poder explicativo bem como de expressões e programas artísticos de grande significação social. Com efeito, não apenas no domínio das artes, esse é um período reconhecidamente profícuo no que concerne à produção de interpretações do Brasil, vindo a público, no interior da tradição de pensamento social brasileiro, algumas de suas obras capitais, como Populações meridionais do Brasil, Casa-grande e Senzala, Raízes do Brasil, com flagrantes divergências assim como significativas convergências propositivas e normativas com o programa modernista, do qual são mesmo adeptos alguns de seus autores. Exatamente a partir de uma perspectiva mais ampla de abordagem do modernismo, esta proposta de Grupo de Trabalho tem como objetivo ser um espaço para o diálogo entre diferentes pesquisas desenvolvidas sobre este movimento e sobre outras construções teóricas e artísticas que partilham as linhas gerais das temáticas e propostas definidoras de seu conteúdo programático. Há uma aposta no potencial heurístico de uma abertura a diferentes materiais e linguagens mobilizados nas pesquisas, bem como atenta-se para a relevância da proposição de novas perspectivas teóricas e metodológicas para sua realização, capazes de contribuir para a emergência de temas e questões porventura não tão explorados ou não estabilizados neste campo de estudos.
GT 10 - O pensamento (neo)conservador brasileiro.
Coordenadores: Rodrigo Badaró de Carvalho, Gabrielle Marques
O presente GT propõe oferecer um espaço de reflexão acerca da tradição intelectual do conservadorismo, seja em trabalhos que se proponham a investigar essa tradição em suas raízes, seja em analíses que busquem identificar o desenvolvimento e os impasses que historicamente se constituíram na formação dessa corrente ideológica no Brasil. O GT também acolherá discussões que se proponham a refletir acerca das mudanças identificadas no conservadorismo ao longo dos anos, a sua diferenciação em relação a outras tradições intelectuais (notadamente o liberalismo e o socialismo), assim como pretende dar abrigo a discussões que busquem identificar o que há efetivamente de “novo” no conservadorismo que tem ganhado espaço nas últimas décadas (neoconservadorismo). Por fim, pretende-se também abrir espaço para debates que explorem a correlação entre (neo)conservadorismo e outros temas específicos, como gênero, raça, sexualidade, educação, saúde, cultura, meio ambiente, dentre outros aspectos. Desse modo, o GT busca abrigar debates que atravessem o conservadorismo desde os seus aspectos originários, constitutivos propriamente desta tradição intelectual, até discussões contemporâneas que envolvem a temática mais ampla e bastante em voga acerca da "crise da democracia".
GT 11 - O Pensamento Social Brasileiro versus a formação docente.
Coordenadores: Adriana da Silva Maria Pereira, Amauri de Oliveira Amaral, Alexandre Botelho José
Este grupo de trabalho tem como objetivo analisar e discutir o pensamento social brasileiro no processo de formação de professores, no que diz respeito às implicações pedagógicas e políticas para a atuação docente, bem como as consequências dessa formação no processo de ensino, em consonância com a proposta do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para essa modalidade de ensino. Acredita- se que essa discussão profícua possa contribuir significativamente para a práxis docente, viabilizando uma formação emancipatória, crítica e cidadã, além de uma atuação política que rompa com os moldes da Educação Neoliberal.
GT 12 - Pensamento político brasileiro e atuação intelectual na transição dos séculos XIX e XX.
Coordenador: João Paulo de Souza Favoretti
No presente simpósio pretendemos discutir as diferentes ideias políticas que pairavam no contexto do final do século XIX e inicial do século XX, momento esse de ruptura política e institucional, em que as ideias e a atuação dos intelectuais são elementos fundamentais para compreensão do ambiente social e político do período de Crise do Império e advento da República. Para tal, a análise do pensamento político e social de alguns autores mostra- se como um caminho profícuo de análise e pesquisa, na medida em que, ao entendermos como os intelectuais lidavam com as ideias e as traziam para o debate político, podemos compreender como se davam as apropriações e significações que concediam a determinados problemas e questões latentes em sua época. Sendo assim, percebe-se que a atuação dos intelectuais brasileiros estava atrelada à sua atuação política, tendo em vista que no Brasil ainda não havia uma tradição intelectual que configurasse uma linhagem ou tradição sistematizada. O modo como apreendiam e levavam as ideias para o debate estava sujeito aos seus interesses retóricos, o que nos leva a questionar um argumento tão difundido na historiografia de que os intelectuais brasileiros eram receptores passivos e meros imitadores de tradições europeias, como se fossem acríticos e não tivessem nenhum tipo de filtro para fazer suas intervenções no campo do debate político. Desta feita, as discussões empreendidas versarão sobre a chave interpretativa de que os intelectuais realizavam as apropriações das ideias como lhes convinha e as introduziam nos debates políticos conforme lhes era conveniente. É nesse contexto que surgem as discussões sobre o papel exercido pelos intelectuais brasileiros para construção de um campo científico que constituísse uma tradição brasileira suficientemente estruturada a ponto de agregar certos pensamentos, ideias e conceituações produzidas por indivíduos situados entre o final do século XIX e início do XX.
GT 13 - Pensamento Social Brasileiro e Historiografia: problemas, aproximações, possibilidades.
Coordenadores: Hilton Costa, Erivan Cassiano Karvat, Arilda Arboleya
O Grupo de Trabalho Pensamento Social Brasileiro e Historiografia: problemas, aproximações, possibilidades parte da premissa que ainda que se possa discordar sobre o caráter restritivo em torno do cânone nas pesquisas em Pensamento Social Brasileiro, é viável: 1) vislumbrar a intensidade do debate em torno campo e de sua disciplinarização – processo que passa, entre outras, pela definição de um leque de objetos (ou focos) de pesquisa, orientação de abordagens, estabelecimento e caracterização de aspectos teórico- metodológicos e expressivos, instauração de interdições e autorreflexão – e 2) refletir sobre as vinculações (e afastamentos) entre PSB e escrita da história ou produção historiográfica, dado que problemas atinentes aos interessantes do campo do Pensamento Social estão presentes ou podem ser verificados em debates presentes nas áreas (ou subáreas) da Historiografia Brasileira, da História Intelectual (ou das Ideias/ do Pensamento) ou, mesmo, da Teoria/Epistemologia da História e da História da Historiografia.
Assim, motivados por tal debate, e principalmente pelos aspectos aqui apontados, este Grupo de Trabalho tem por intenção ampliar tais questões, problematizando aspectos acerca da disciplinarização do Pensamento Social Brasileiro, das Ciências Sociais e da História, bem como em torno das relações entre PSB e conhecimento histórico, as vinculações/oposições entre Pensamento Social e História Intelectual, História Política, História das Instituições ou das Ciências. Além disso, ou desses, o ST objetiva congregar trabalhos interessados em pensar possibilidades e problematizar categorias e encaminhamentos comuns tanto ao universo do PSB bem como ao da Historiografia, tais como estudos de trajetórias e de sociabilidades intelectuais, bem como trabalhos focados na rotinização de ideias e na dimensão regional/regionalizada da produção e circulação de ideias, interpretações e bens culturais.
GT 14 - Pensamento Social Brasileiro: intelectuais e a produção sobre relações raciais.
Coordenadores: Ana Carolina Costa dos Anjos, Paulo Alberto dos Santos Vieira, Karina de Almeida Sousa
Este Grupo de Trabalho proposto por docentes de Instituições de Ensino Superior de diferentes regiões geográficas do Brasil tem por interesse recepcionar trabalhos que problematizem a produção acadêmica e/ou ensaística de intelectuais brasileiros ou brasilianistas que se dedicaram à compreensão das relações raciais no Brasil tradicional, moderno e contemporâneo. Interessa-nos receber trabalhos que valorizem a reflexão crítica em torno das torno das relações raciais no Brasil entre meados do século XIX onde a Lei de Terras e a Lei Euzébio de Queiróz cumprem papéis relevantes até as décadas iniciais do século XXI quando as políticas de ação afirmativa estão consagradas, desde formuladores de política pública até amplos setores da sociedade civil organizada, reconhecendo-se a agência dos movimentos negros neste processo histórico, cultural político e social de afirmação, valorização, reconhecimento e aprofundamento e desenhos institucionais de consolidação da democracia brasileira. Buscamos mobilizar estudantes de graduação e de pós-graduação, líderes e integrantes de grupos de pesquisa, movimentos sociais, organizações do terceiro setor e a intelligentsia interessados em debater conosco as bases do pensamento social brasileiro e os rumos da cultura democrática no Brasil.
GT 15 - “Questão social”, luta de classes e dominação burguesa no Brasil.
Coordenadores: Leonardo Sartoretto, Mario Miranda Antonio Junior
Considerando que o processo de formação das classes e grupos sociais que compõe o capitalismo brasileiro corresponde a especificidades distintas dos casos clássicos europeus e norte-americano, sem, contudo, deixar de se articular a eles intimamente, mas igualmente diverso dos próprios caminhos dos nossos vizinhos latino-americanos, que conosco partilham a origem colonizadora ibérica, esta proposta pretende dialogar com os principais teóricos do pensamento político e social brasileiro, refletindo sobre as formas de dominação burguesa que perpassam a nossa história. Buscaremos aplicar especial enfoque sobre a “questão social”, designação mais formal com que se costumam nomear os problemas surgidos em nosso processo histórico, decorrentes do capitalismo desde a sua fase mercantil e colonial, mas também sobre a luta de classes, conceituação mais precisa do mesmo fenômeno. Há um relativo consenso nas análises em utilizar-se dos conceitos e categorias como “modernização conservadora”, “autocracia burguesa”; articulando “setores arcaicos” e “modernos” nas bases do “capitalismo tardio e periférico”, intensificando-se a “reprodução ampliada”, a “dualidade”, a “via prussiana” e “dependência” sempre mantida e o “desenvolvimento desigual e combinado”. As “transições pelo alto”, conforme a chamada “oposição consentida”, típicas do “padrão de domínio oligárquico” e da “ordem senhorial-estamental-escravocrata”, conforme a “situação colonial” constantemente reposta, este Grupo de Trabalho pretende refletir sobre a especificidade da formação socioeconômica brasileira, as formas de dominação que nela se estabeleceram, processos de resistência que aí foram construídos, repressões reiteradas e os intelectuais e obras que acerca dessa vasta riqueza histórica se debruçaram, procurando captar qual seria a natureza da realidade brasileira – o porquê de sermos assim e não de outra forma. Assim, diante da atual conjuntura em que o autoritarismo sempre perene em nossa sociedade ora se avulta, ameaçando a nossa frágil e incipiente democracia, entendemos que se trata de relevante debate para o ambiente acadêmico e a sociedade.
GT 16 - Sociedade, movimentos sociais e a Democracia no Brasil
Coordenador: Fernando Vieira
O presente GT busca debater e refletir acerca das ameaças vivenciadas pela democracia brasileira e como a sociedade brasileira, em especial, os movimentos sociais buscam atuar na defesa dos valores democráticos. Serão aceitos trabalhos que busquem debater: a eleição de Bolsonaro e sua agenda antidemocrática; a atuação de entidades civis, como a OAB, na defesa da democracia, a atuação de movimentos sociais que passaram a expressar posições firmes na defesa da democracia, a retomada das ruas pela sociedade em atos em defesa da democracia, a atuação da mídia tradicional dividida no apoio à democracia e discreto apoio às aspirações antidemocráticas do presidente em exercício, a atuação do judiciário brasileiro, isto é, do STF que buscou agir em defesa da ordem democrática e constitucional, entre outros pontos a serem estudados.
Os pesquisadores poderão apresentar suas análises acerca destes temas e de outros que considerarem relevantes. Nesse sentido, serão relevantes tanto pesquisas teóricas quanto as de campo baseadas em observações empíricas com entrevistas ou outros métodos de análise. Tratar o tema com rigor metodológico demanda uma análise do conceito de democracia, seus limites e contradições. Ao historicizar a própria democracia, os pesquisadores podem verificar as incongruências, limites e indefinições que o conceito e prática de democracia assumem ao longo dos últimos 150 anos.
Perceber o papel ímpar dos movimentos sociais, permite uma arguta observação da atuação desses atores políticos na defesa de pautas que transcendem a ordem social e que se colocam numa perspectiva maior: a de garantir a plenitude da liberdade de atuação dos mesmo dentro da sociedade.
Ao mesmo tempo, além dos novos movimentos sociais, a própria sociedade brasileira e
algumas de suas instituições assumiram a defesa da democracia e buscaram expressar nos mais diversos campos, tais como, mídias tradicionais, redes sociais, rádio, podcast, etc., a defesa da democracia e um convite para que a sociedade assumisse de forma incondicional a defesa da ordem democrática.
Tal mobilização conseguiu desarticular o movimento antidemocrático que, apesar de seu fracasso, continuou a se agir contra a democracia, em especial, após a derrota do candidato antidemocrático nas eleições presidenciais de 2022. As ameaças golpistas continuaram e se materializaram na fracassada tentativa de golpe em 08/01/2023. As pesquisas abrangendo tais questões serão bem-vindas ao GT.
GT 17 - Tecnopolíticas e Sociologia Digital.
Coordenadores: Maria Cristina Dadalto, Pablo Ornelas Rosa
As mudanças ocorridas na passagem do século XX para o XXI culminaram com novas formas de interação e de acesso à informação mediadas por plataformas de mídias sociais. Como efeito destes fenômenos, podemos destacar a emergência de um novo sujeito histórico produzido por meio da modulação comportamental direcionada por essas empresas para fins comerciais, culturais e políticos. Diante disso, o GT - Tecnopolíticas e Sociologia Digital se apresenta como um espaço de debates sobre pesquisas que envolvem o uso da internet, principalmente das plataformas de mídias sociais, considerando suas dimensões teóricas, epistemológicas, conceituais, metodológicas ou procedimentais, tendo em vista da pluralidade de objetos possíveis de serem abarcados do ponto de vista investigativo.
GT 18 – Apresentações Coordenadas.
Neste Grupo de Trabalho abrigaremos os trabalhos que versam sobre o Pensamento Social Brasileiro ou sobre as relações entre intelectuais, cultura e democracia, mas que não se enquadram nos GTs anteriores. Os trabalhos serão agrupados de acordo com a afinidade temática ou metodológica. A seleção será realizada pela Comissão Organizadora do evento, respeitadas a diversidade regional, racial e de gênero, os diferentes níveis de formação, as diversas etapas da pesquisa e a estrutura disponível para abrigar o evento.