Introdução: Cuidados paliativos (CP) em unidades de terapia intensiva (UTIs) podem oportunizar qualidade de vida a pessoas em condições críticas de saúde, além de evitar intervenções inapropriadas. Contudo, profissionais do intensivismo podem ter limitações para implementar essa abordagem nas UTIs devido ao pouco contato com os CP desde a graduação e durante a educação ao longo da vida. Objetivo: Descrever vivências acadêmicas de enfermagem relacionadas à promoção dos CP em uma UTI. Materiais e métodos: Relato de experiência a partir de 60 horas de atividades práticas realizadas em outubro de 2023 em uma UTI adulto por meio do projeto de extensão “Vivências de Enfermagem no Sistema Único de Saúde”. Resultados: Constatou-se que a atuação da equipe de enfermagem é de extrema necessidade para viabilizar a oferta de cuidados paliativos, visto que estes são os profissionais que permanecem em maior contato com os pacientes internados, principalmente em UTIs, onde há restrições estabelecidas de contato. Percebeu-se a promoção de qualidade de vida por meio do controle do sofrimento físico, espiritual, psíquico e social, viabilizando uma morte digna e respeitosa. Isso foi possível mediante observação da autonomia apresentada pelos enfermeiros na realização de procedimentos específicos para alívio da dor e dispneia através das mudanças de decúbito e técnicas de aspiração, na prestação de apoio emocional e psíquico ao paciente, na avaliação beira leito através dos check lists específicos do setor e na passagem de plantão detalhada e individual nos rounds em equipe. Ainda, percebeu-se a oferta de conforto à família, que também é incluída no plano de cuidado proposto. Apesar de haver um déficit durante os períodos de visita, onde as atualizações são repassadas aos familiares e cuidadores somente pela equipe médica, os enfermeiros buscam prover conforto emocional em meio à incerteza. Outrossim, visualizou-se que a equipe multiprofissional apresenta domínio de seus saberes, tendo espaço para propor intervenções específicas para cada dimensão que compõe o cuidado integral ao paciente crítico em final de vida. Conclusões: As vivências acadêmicas extracurriculares oportunizam aprendizados singulares à formação profissional, viabilizando, no contexto descrito, a consolidação de percepções aprofundadas e individualizadas à dualidade do processo de viver e morrer. Corroboraram, assim, para o desenvolvimento do pensamento crítico e amadurecimento pessoal na área de interesse.
Comissão Organizadora
Simone da Fonseca Sanghi
Renata Cunha da Silva
JULIETA CARRICONDE FRIPP
Comissão Científica