Introdução: A palavra capacitismo advinda do termo “ableism” alude a um sistema de opressão e discriminação que estima os padrões de corpo, comportamento e mente considerados “normais”. Estrutura-se na crença que, pessoas com deficiência são menos capazes do que as que não possuem deficiência, criando assim uma hierarquia entre as pessoas. O ambiente escolar pode proporcionar inúmeras vivências para seus integrantes, entre eles o fenômeno do fracasso escolar, enraizado em práticas excludentes e desigualdades estruturais, reproduzindo a lógica de exclusão, preferindo os que se adequam ao modelo “comum” de estudante. Outrossim, experiências de dificuldades no processo de escolarização, aumento da indisciplina e violência nas escolas, contendo episódios de desrespeito, desinteresse, desatenção e de bullying. Ao falarmos de pessoas com deficiência, tal contexto opressor se perpetua em barreiras arquitetônicas, estruturais do próprio sistema educacional, barreiras atitudinais e pela naturalização do capacitismo no cotidiano. Os impactos de tais situações reverberam na persistência da segregação, na cristalização do sistema educacional em suas práticas pedagógicas e na permanência da perspectiva estigmatizante da deficiência. Justifica-se a escolha desta ênfase pois diante das pesquisas desenvolvidas na Iniciação Científica foi percebida a relevância de compreender como a comunidade acadêmica brasileira tem tratado o capacitismo no ambiente escolar, elucidando possíveis avanços, lacunas e contribuições para um sistema educacional mais inclusivo.Objetivo: Investigar como a comunidade acadêmica brasileira vem pesquisando sobre o capacitismo em relação ao ambiente escolar. Metodologia: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, baseado na vivência prática e na análise crítica da atuação do projeto. Teve início em março de 2025, estando em andamento até o presente momento. O processo foi dividido em: estudos dos textos acerca da temática da IC e orientações sobre a revisão bibliográfica. O projeto é composto pela professora orientadora da IC e as alunas voluntárias. Até o momento da escrita deste resumo, seguimos o aprofundamento teórico acerca da temática, elaborando um artigo de revisão integrativa de maneira mais ampliada. A pesquisa de revisão bibliográfica, bem como as discussões dos textos, servirão para elaboração dos materiais para pesquisa de campo na segunda etapa da IC, que está prevista para acontecer no semestre de 2025.2. Resultados parciais e Discussão: A partir da etapa inicial de levantamento teórico e revisão de literatura, constatou-se uma significativa escassez de pesquisas acadêmicas brasileiras que abordam diretamente o capacitismo no ambiente escolar. As produções encontradas, em sua maioria, tratam da inclusão escolar de forma genérica, sem aprofundar ou nomear o capacitismo como sistema de opressão que estrutura práticas excludentes no cotidiano educacional. Esse silenciamento acadêmico reforça a naturalização das desigualdades vivenciadas por pessoas com deficiência nas instituições escolares, impedindo uma abordagem crítica e efetiva das barreiras atitudinais, pedagógicas e institucionais. A pesquisa evidencia, até o momento, que o tema é pouco explorado nos meios científicos, o que configura uma lacuna relevante na produção de conhecimento sobre as múltiplas formas de exclusão ainda presente na escola. Essa lacuna na produção acadêmica também se reflete na ausência de aprofundamento teórico sobre os modelos de compreensão da deficiência. Parte dos estudos analisados ainda se apoia, de forma implícita, no modelo médico de deficiência, que entende a deficiência como uma limitação individual a ser corrigida. Tal perspectiva contribui para a manutenção de práticas escolares excludentes, ao focalizar a deficiência como uma anomalia, em vez de reconhecer a diversidade humana como parte inerente ao ambiente escolar. Por outro lado, algumas produções começam a sinalizar uma mudança de paradigma ao incorporar modelos mais inclusivos, como o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), que propõe o planejamento pedagógico a partir da valorização das diferenças, buscando atender às necessidades de todos os estudantes. Embora ainda tímidas, essas abordagens apontam caminhos possíveis para superar as barreiras estruturais e atitudinais que sustentam o capacitismo nas instituições de ensino, contribuindo para uma educação verdadeiramente inclusiva. Considerações finais: Com base na análise parcial da literatura, conclui-se que há uma carência expressiva de pesquisas no Brasil que tratem especificamente do capacitismo no contexto escolar. a invisibilidade do tema nos estudos acadêmicos compromete o enfrentamento das práticas excludentes ainda naturalizadas nos sistema educacional. a presente investigação, ao propor uma revisão integrativa, busca justamente evidenciar essa ausência e provocar reflexões sobre a urgência de ampliar o debate em diferentes áreas do conhecimento que rompa com silenciamentos estruturais e incentive a ampliação das discussões sobre capacitismo no meio acadêmico, contribuindo para a construção de uma educação inclusiva.
A II Jornada Científica do PROMIC 2025 é uma iniciativa promovida pela Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) da Unifametro, com o objetivo de fomentar a divulgação e o acompanhamento do progresso dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC).
Este evento celebra a dedicação de alunos e professores na construção do conhecimento científico, proporcionando um espaço para o intercâmbio de ideias, a reflexão crítica e o incentivo à produção acadêmica de excelência. Por meio da apresentação de resultados parciais e finais das pesquisas, a Jornada busca não apenas estimular o aprendizado interdisciplinar e o pensamento inovador, mas também reforçar o compromisso da Unifametro com a formação integral de seus discentes.
Convidamos todos a explorar os anais deste evento, que representam um marco significativo na trajetória acadêmica e científica da instituição, evidenciando o papel transformador da pesquisa na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Normas para Submissão de Resumos Simples
Os resumos a serem submetidos à II Jornada Científica do PROMIC 2025 devem ser elaborados e formatados de acordo com as seguintes diretrizes:
Título
Autores
Informações adicionais
Classificações
Corpo do Resumo
Palavras-chave
Referências
Essas normas visam padronizar os trabalhos apresentados, garantindo a qualidade e a organização dos anais da II Jornada Científica do PROMIC 2025.
Comissão Organizadora
Gabriella de Assis Wanderley
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail coopem@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.