Introdução: Lidar com a deficiência de um filho traz desafios, confronta expectativas e projeções criadas em torno das relações familiares, o que evidencia a necessidade de ajustamentos criativos e ressignificação da relação familiar existente. Além das mudanças nas configurações de vida, essas mães, muitas vezes únicas responsáveis pelo papel do cuidado, sofrem com sobrecarga física e psicológica, exaustão, angústia, sentimentos de isolamento e incertezas diante da deficiência. Nesse contexto, a resiliência familiar surge como importante fator de proteção que visa possibilitar o fortalecimento de processos interacionais fundamentais que permitam que essas mulheres resistam a essas situações desafiadoras junto de sua família, encontrando a possibilidade de se reconfigurar a partir delas. Não ocorre apesar da adversidade, mas em função dela, acionando a criatividade e a resiliência. Diante disso, entendendo o indivíduo em sua esfera biopsicossocial espiritual, faz-se necessário o estudo dos aspectos relacionados à capacidade de resiliência e da espiritualidade como um propulsor para a qualidade de vida do sujeito, atuando como um agente fortalecedor da resiliência familiar no contexto da deficiência. Objetivo: Investigar a relação entre a espiritualidade e o bem-estar psicológico no contexto familiar de mães atípicas, analisando de que forma a espiritualidade pode contribuir para o fortalecimento da resiliência e para promoção de uma melhor qualidade de vida em mães atípicas. Metodologia: Pesquisa bibliográfica qualitativa, realizada nas bases de dados: Pepsic, Scielo, Lilacs e Indexpsi. Para a busca, utilizou-se a combinação do termo “Resiliência Familiar” e o descritor “Deficiência” e as combinações “Espiritualidade” e “Resiliência” Foram critérios de inclusão: artigos completos, escritos em português, no período entre 2016 e 2025. Foram critérios de exclusão: Resumos, teses, dissertações; textos em língua estrangeira ou que não contivessem os termos da busca no título, resumo ou palavras-chave. Foram localizados 68 artigos, excluídos 44, sendo 24 artigos recuperados para análise. Resultados parciais e Discussão: Ao buscarmos identificar interfaces entre a espiritualidade, maternidade atípica e resiliência familiar, observa-se que todos esses processos caminham juntos para a promoção do bem-estar psicológico dessas mulheres. A resiliência aparece como uma potencialidade do indivíduo, em um processo dinâmico e que envolve diversos fatores atuantes entre si, como boas relações interpessoais, interação socioambiental, presença de rede de apoio, ou seja, como um processo evolutivo, implicando desenvolvimento potencial humano diante de situações de sofrimento, necessitando ser abordado dentro de uma perspectiva integrada. Nesse aspecto, a literatura demonstra que a espiritualidade atua como um mediador capaz de dotar o indivíduo de recursos importantes para o enfrentamento das adversidades, vinculando-a ao suprimento de suporte emocional, instrumental e informativo, sem desconsiderar o significado do evento na perspectiva de cada um, entendendo que cada sujeito reage de uma forma aos efeitos causados por situações adversas. O papel de responsável pelo cuidado, socialmente designado a mulheres, em sua maioria, leva mães que estão diante da deficiência de seus filhos a ressignificarem suas vidas, projetos pessoais e profissionais, o que gera sentimento de culpa, medo, solidão, estresse e ansiedade. Nesse contexto, os estudos trazem a espiritualidade como um importante recurso de apoio e fonte de força nos diversos momentos difíceis, como busca e aceitação do diagnóstico, exaustão gerada pelo cuidado, ajustes familiares necessários, preconceitos, dentre outros. A busca de apoio religioso foi identificada como um importante recurso para lidar com situações estressoras advindas da atipia, sendo apontada nos estudos como uma das principais estratégias de enfrentamento utilizada por essas mães em busca de conforto, segurança e esperança por meio da fé espiritual, reforçando a ideia de que a espiritualidade se apresenta nesse contexto como um propulsor para a qualidade de vida e promoção de saúde, influenciando diretamente os processos de resiliência familiar que favorecem o desenvolvimento sadio de famílias mesmo quando esta se encontra frente a adversidades e problemas, como a deficiência. Além disso, também surgem como importantes fatores de proteção a disponibilidade de uma rede de apoio, flexibilidade de papeis familiares e capacidade de resiliência, sendo estes pontos importantes para a constituição dos sistemas de crenças de uma família atípica, possibilitando que se ressignifiquem em um contexto adverso, identificando-se em uma perspectiva mais positiva de transcendência e espiritualidade. Considerações finais: Diante do exposto, foi possível observar a importância do desenvolvimento da resiliência em mães atípicas, diante da rotina exaustiva trazida pela deficiência, que impacta não somente a vida de seus filhos, mas também a delas, que apresentam, em sua maioria, uma negligência nos cuidados consigo em função do outro. Percebe-se que nesse contexto, a espiritualidade traz responsabilidade, sentido e significado para a existência dessas mulheres, dotando-as de dispositivos fundamentais no trato das adversidades, contribuindo como um importante fator de proteção. Entende-se, com bases nas leituras, a resiliência como um processo evolutivo, de potencial humano e que deve ser abordado dentro de uma perspectiva biológica, psicológica, social e espiritual, sendo necessária a adoção de um modelo integrativo dessas dimensões, o que ainda representa um grande desafio da intervenção em saúde.
Palavras-chave: 1. Espiritualidade. 2. Resiliência. 3. Psicologia.
A II Jornada Científica do PROMIC 2025 é uma iniciativa promovida pela Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) da Unifametro, com o objetivo de fomentar a divulgação e o acompanhamento do progresso dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC).
Este evento celebra a dedicação de alunos e professores na construção do conhecimento científico, proporcionando um espaço para o intercâmbio de ideias, a reflexão crítica e o incentivo à produção acadêmica de excelência. Por meio da apresentação de resultados parciais e finais das pesquisas, a Jornada busca não apenas estimular o aprendizado interdisciplinar e o pensamento inovador, mas também reforçar o compromisso da Unifametro com a formação integral de seus discentes.
Convidamos todos a explorar os anais deste evento, que representam um marco significativo na trajetória acadêmica e científica da instituição, evidenciando o papel transformador da pesquisa na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Normas para Submissão de Resumos Simples
Os resumos a serem submetidos à II Jornada Científica do PROMIC 2025 devem ser elaborados e formatados de acordo com as seguintes diretrizes:
Título
Autores
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Palavras-chave
Referências
Essas normas visam padronizar os trabalhos apresentados, garantindo a qualidade e a organização dos anais da II Jornada Científica do PROMIC 2025.
Comissão Organizadora
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Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail coopem@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.