LINFEDEMA EM PACIENTES COM CÂNCER DE PRÓSTATA: UM DESAFIO SUBESTIMADO NO CUIDADO ONCOLÓGICO

LINFEDEMA EM PACIENTES COM CÂNCER DE PRÓSTATA: UM DESAFIO SUBESTIMADO NO CUIDADO ONCOLÓGICO

• Autor
• Steici Serrano de Lima
• Co-autores
• Ana Letícia Rodrigues Vasconcelos Rocha , Ana Maria Barbosa da Silva , Rita kassiely Ramos Mateus , Vitória Régia Inácio de Freitas , Josenilda Malveira Cavalcanti
• Resumo

• Introdução: O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais comum entre os homens. Esse câncer possui como tratamento a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Nos homens do qual foram submetidos ao tratamento cirúrgico, podem surgir como complicação o linfedema dos membros inferiores e das regiões escrotal e suprapúbica. O linfedema deriva de uma lesão no sistema linfático que provoca o acúmulo de líquido e proteína plasmática no espaço intersticial, deposição adiposa, inflamação crônica dos tecidos e fibrose. Possui como sintomas clínicos: edema, alterações na pele, dor, sensação de peso e função prejudicada dos membros, que impacta negativamente na qualidade de vida dos pacientes. O linfedema possui duas classificações: o primário e o secundário. O linfedema primário é raro e resulta de um erro no desenvolvimento linfático. A estrutura do sistema linfático mal desenvolvida não possui a capacidade de retornar o líquido intersticial para a circulação nervosa que dessa forma causa o linfedema. No linfedema secundário é causado devido a uma lesão no sistema linfático bem desenvolvido e saudável. Normalmente relacionado a trauma e linfedema ocasionado devido a tratamento oncológico. Uma das técnicas mais utilizadas no tratamento de linfedema causados por cirurgias advindas do câncer é a drenagem linfática manual (DLM) que é uma terapia do sistema linfático. A DLM utiliza manobras precisas, suaves, lentas, leves e rítmicas que respeitam à anatomia e à fisiologia do sistema linfático. A sua finalidade é a promoção da melhora da absorção dos líquidos e das proteínas dos interstícios pelos capilares linfáticos, da contratilidade dos coletores linfáticos e da absorção de líquidos nos linfonodos, aumentando, dessa maneira, a quantidade de líquido que retorna ao sistema nervoso por meio do sistema linfático. Objetivo: Analisar as consequências do linfedema em pacientes com câncer de próstata. Metodologia: Trata-se de um estudo, do tipo revisão de literatura, em que foi utilizado as palavras chaves "lymphedema and Prostatic Neoplasms" and "oncology" and “Cancer of the Prostate”, indexados no DECs, pesquisados em inglês e português nas bases de dados PubMed, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), publicados nos últimos 5 anos. Para esse estudo foram incluídos estudos de revisão sistemática, meta-análise, ensaios clínicos, estudos de caso, estudos observacionais, estudos de diagnóstico e estudos de prognóstico. Foram excluídos estudos não originais como revisões narrativas, editoriais, resumos simples ou expandidos, e monografias. Foram encontrados 44 artigos, dos quais 5 foram incluídos. Resultados parciais e Discussão: A partir da revisão de literatura foram observadas as prevalências de linfedema nos membros inferiores e regiões genitais 0 a 14% e varia dependendo do tipo de tratamento sendo 0 a 1% após a cirurgia, e de 0 a 9% e 0 a 8% após a radiação pélvica e o tratamento combinado com  prevalência muito maior em pacientes submetidos a PLND seguida de radioterapia pélvica (18 a 29% e 2 a 22%). A NCMRL se mostrou útil na avaliação de linfedema secundário após tratamento do câncer de próstata identificando que a medida que o grau do linfedema intensifica também aumenta as alterações, no espessamento dérmico (grau 2 grau e 3), na redução do trofismo muscular (grau 2 e grau 3), no padrão favo de mel aparece em todos os graus sem relação com a gravidade. Destaca-se o uso da linfografia com  verde de indocianina para um diagnóstico mais preciso, e cirúrgicas como a transferência de linfonodos vascularizados e o implante BioBridge, os resultados incluem redução do inchaço, melhora na mobilidade e menos infecções, oferecendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Foram observados pacientes que não apresentaram linfedema de perna, fibrose cutânea, não realizaram auto curativos e autodrenagem linfática manual indicando ser preditores para linfedema de linha média. Outro estudo relata que quando todos os tratamentos convencionais do linfedema falham a drenagem linfática subcutânea (DLS) se mostrou benéfica para reduzir o edema dos membros inferiores utilizando o tipo sistema fechado no qual foram colocadas agulhas subcutâneas nas pernas edemaciadas, usando três de cada lado e o sistema aberto que envolveu a formação de um trajeto subcutâneo, em que se retira a agulha e fica a drenar, outro estudo realizado por investigadores portugueses, que aborda a drenagem linfática subcutânea controlada no domicílio, constatou-se que o procedimento melhora o conforto e o bem-estar, e pode ser realizado sem necessidade de hospitalização. Considerações finais: A partir da análise realizada, evidenciou-se que o linfedema em pacientes com câncer de próstata, embora frequente, permanece subdiagnosticado, especialmente nas regiões dos membros inferiores e linha média. Os achados indicam que a condição compromete a mobilidade e o bem-estar, impactando negativamente a qualidade de vida. Estratégias como a linfografia por ressonância magnética sem contraste e a autoavaliação perimetral mostram-se eficazes no rastreamento precoce, reforçando a importância de uma abordagem diagnóstica acessível e multidisciplinar ao cuidado oncológico.

• Palavras-chave
• Oncologia, Câncer de Próstata, Linfedema
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Ciências da Saúde

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