GENES ACE E TGFB1: um estudo de associação para a gravidade radiológica da silicose.

  • Autor
  • Thayane da Silva Ramos
  • Co-autores
  • Jônatas de Mendonça Rolando , Fabiana Barzotto Kohlrausch
  • Resumo
  • Thayane da Silva Ramos

    Graduanda em Biomedicina da Universidade Federal Fluminense

    Jônatas de Mendonça Rolando

    Mestre em ciências e biotecnologia pela Universidade Federal Fluminense

    Fabiana Barzotto Kohlrausch

    Professora da Universidade Federal Fluminense

     

    Introdução: A silicose é uma das doenças pulmonares ocupacionais de acometimento tardio mais importante do mundo, podendo ser classificada em simples ou complicada de acordo com a Organização Internacional do Trabalho, baseando-se no tamanho e extensão das opacidades pulmonares considerando os achados radiológicos. A patogenia da doença ocorre devido a inalação e elevada exposição aos cristais de sílica, que causam toxicidade desencadeando um processo inflamatório seguido por fibrose pulmonar. Moléculas envolvidas nestes dois processos, como a Enzima Conversora de Angiotensina (ACE) e o Fator de Crescimento Transformador Beta 1 (TGFB1) podem desempenhar um papel importante na etiologia da doença. Os fatores extrínsecos são importantes para o desenvolvimento da silicose, entretanto, há relatos de indivíduos expostos às mesmas condições ambientais, mas que apresentam manifestações distintas da silicose, sugerindo a ação de fatores intrínsecos individuais, como de polimorfismos em genes envolvidos nos processos inflamatório e fibrótico. Objetivo: Avaliar a magnitude de associação entre os polimorfismos Ins/Del no gene ACE e -509C>T em TGFB1 na gravidade clínica da silicose. Material e métodos: O presente trabalho foi aprovado pelos comitês de ética em pesquisa em humanos do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (CAAE:40086114.7.0000.5243), do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAAE:40086114.7.3001.5259) e da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CAAE:40086114.7.3002.5240) da Fundação Osvaldo Cruz. A amostra foi constituída de 129 pacientes com silicose em tratamento nas instituições. O polimorfismo no gene ACE foi analisado através de PCR e eletroforese, e o polimorfismo em TGFB1 foi analisado através de ensaio Taqman® específico para a Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real. As análises estatísticas consistiram de comparações entre grupos por qui-quadrado e foram realizadas no programa estatístico SPSS. Resultados: A distribuição dos genótipos dos polimorfismos encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa na distribuição dos genótipos do polimorfismo Ins/Del entre os grupos de silicose simples e silicose complicada (p=0,484). A análise de distribuição alélica também não demonstrou diferença significativa entre os dois grupos de pacientes (p=0,284). Também não foram observadas diferenças na distribuição dos genótipos (p=0,148) e alelos (p=0,075) do polimorfismo -509C>T entre os dois grupos, porém, na análise do genótipo TT versus CT + CC observou-se uma tendência de portadores do alelo C desenvolverem mais a silicose complicada (p= 0,057). Uma análise multivariada incluindo variáveis clínicas e genéticas mostrou associação entre a presença do alelo C em -509C>T e a gravidade da silicose. Conclusão: Os polimorfismos estudados nos genes ACE e TGFB1 não exerceram influência individual sobre a gravidade clínica da silicose, entretanto, em uma análise conjunta o alelo C mostrou um efeito dominante significativo na gravidade da doença. Mais estudos são necessários para a confirmação destes resultados.

     

  • Palavras-chave
  • Silicose, Genética, Polimorfismo, TGFB1, ACE.
  • Área Temática
  • Genética Humana e Médica
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