PERFIL DAS GESTAÇÕES DE MÃES DE CRIANÇAS COM CARDIOPATIA CONGÊNITA QUANTO AO USO DE MEDICAMENTOS

  • Autor
  • Maurício Rouvel Nunes
  • Co-autores
  • Tiago Godói Pereira , Rafael Fabiano Machado Rosa
  • Resumo
  •  

    Maurício Rouvel Nunes

    Enfermeiro. Mestre em Patologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). 

    Tiago Godói Pereira

    Graduando em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). 

    Rafael Fabiano Machado Rosa

    Médico. Doutor em Patologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Orientador. 

     

    Introdução: a etiologia das malformações cardíacas é pouco compreendida, sendo que em 10 a 25% dos casos é possível fazer uma associação com causas conhecidas como teratógenos. Os teratógenos químicos, como os medicamentos, merecem destaque especial pelo amplo consumo pela população. Objetivo(s): avaliar o uso de medicamentos em gestações de mães de pacientes portadores de cardiopatia congênita. Material e métodos: a amostra foi constituída de pacientes, com cardiopatia congênita, avaliados em sua primeira hospitalização em uma unidade de tratamento intensivo cardíaca de um hospital pediátrico de referência do Sul do Brasil, no período entre 2005-2006. Os pacientes foram submetidos a exame de cariótipo de alta resolução e a técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH) para a deleção 22q11. Foram incluídos no estudo apenas os pacientes nos quais se realizou ambos os exames. Os dados foram coletados a partir de um protocolo clínico, que avaliou dados referentes à gestação dos pacientes, dando-se ênfase ao uso de medicamentos, com tipo e período em que ocorreu a utilização dos mesmos. Os medicamentos foram divididos de acordo com a classificação fornecida pelo Food and Drug Administration (FDA), nas categorias A, B, C, D e X. Resultados: A amostra foi composta de 198 pacientes, 52% do sexo masculino, com idade variando de 1 a 4934 dias. O uso de medicamentos no 1º trimestre de gestação foi relatado por 32,4% das mães, seguidos de 37,7% no 2º trimestre e 35,8% no terceiro trimestre. De acordo com a classificação do FDA, medicamentos da classe A foram relatados por 28,4 % das mães, seguidos de 35,8% da classe B, 24,5% da classe C, 10,8% da classe D e 2,5% da classe X, sendo que muitas mães utilizaram mais de um medicamento pertencentes a classes de risco distintas durante o período gestacional. Dos 198 pacientes, 166 (83,8%) apresentaram exame de cariótipo e de FISH normais. Destes, 133 (80,1%) possuíam cardiopatia congênita não associada a síndromes. Relato do uso de medicamentos no primeiro trimestre de gestação esteve presente em 43 (32,3%) destes pacientes. Medicamentos da categoria D foram relatados em 12 casos (9%) e da categoria X em 2 (1,5%). Conclusão: em nossa amostra, observamos uma demasiada utilização de medicamentos das classes D e X, sobretudo no 1º trimestre de gestação. E isto ocorreu apesar do acompanhamento pré-natal (descrito em 92,4% dos casos), e do fato de que muitos dos medicamentos utilizados necessitam de prescrição médica para serem adquiridos. Assim, sugerimos a necessidade de um maior esclarecimento às mães e, talvez, até aos próprios médicos, sobre os riscos dos efeitos teratogênicos de certas medicações, sobretudo no 1º trimestre de gestação. Além disso, acreditamos que deveria haver uma maior promoção da utilização racional destes medicamentos.

     

  • Palavras-chave
  • Gravidez, Cardiopatias Congênitas, Genética.
  • Área Temática
  • Genética Humana e Médica
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