A questão da gestão da água em áreas de assentamentos de reforma agrária encontra agora na encruzilhada face a recente privatização da água no estado de Sergipe e seus desdobramentos tão conhecidos como aumento das tarifas, menores investimentos decorrentes dos altos custos em área rurais e naturalmente do baixo retorno econômico-financeiro da empresa responsável pela concessão, também inserindo seus custos operacionais. Daí a constituição da necessidade de construir arranjos institucionais entre atores sociais interessados no problema. O entendimento é que os assentamentos da reforma agrária operam dentro da dimensão do direito subjetivo ao acesso democrático com tarifas sociais. E nesse aspecto, para assentamentos com mais de trinta anos de existência é um grande desafio. A amostra de dois assentamentos no estudo, o primeiro com abastecimento regularizado de água e o segundo da sua inexistência e sua vivência através de carros pipas e pequenas represas, mostram um quadro preocupante. O estudo em tela tem como base a pesquisa exploratória realizada nos dois assentamentos da reforma agrária, todos situados no município de Poço Redondo, no estado de Sergipe, com características distintas dentro dessa dimensão analítica. O primeiro assentamento é beneficiado pelo abastacimento regular de água e evidentemente com seus problemas, como a questão das tarifas, a falta de água e a incapacidade de expansão da rede, além da questão do envelhecimento de encanamento. E a segunda, como destacamos acima, pelo não acesso a água e dos problemas relacionados a essa questão, como por exemplo, o uso para fins de irrigação. Nessa quadra, a questão institucional, que se caracteriza em operar ações em ambientes de incerteza e na busca de redução de custos na dimensão da racionalidade econômica; toma importância na medida em que com a privatização do sistema de abastecimento, a tendencia é que a gestão da água agora direcione a uma realidade autoritária e de exclusão de acesso a água aquelas populações socialmente vulneráveis, uma tendencia, que no nosso entendimento poderá ocorrer com a nova realidade configurada a partir de finais do ano de 2024 com a concretização da privatização. A proposta no marco regulatório do institucionalismo poderá ser uma alternativa, isso com uso da ferramenta dos chamados arranjos institucionais, em que praticamente todos os atores sociais poderão participar, como forma de democratização de acesso a água em áreas de escassez, muitas vezes severas, de água, como ocorre nos territórios do semi-árido. É evidente que tais protocolos poderão ser sabotados pela empresa responsável, quando sabemos do interesse exclusivo ao lucro. Mas a água é um serviço essencial, e a efetiva institucionalidade servirá como instrumento visando cumprir preceitos no marco do direito social, mas também como direito subjetivo dos atores sociais.
Os Anais do Encontro da Rede de Estudos Rurais é uma publicação realizada pela Comissão Organizadora do Encontro da Rede e pela Coordenação Nacional da Rede de Estudos Rurais. O volume tem como objetivo apresentar os artigos aprovados pelos Coordenadores e Coordenadoras dos Grupos de Trabalho (GTs), que integram os Encontros da Rede e que acontecem bianualmente. A cada biênio o Comitê Organizador do Encontro lança um edital para seleção dos GTs e após à definição dos Grupos de Trabalho é publicado um edital com as normas e prazos para submissão dos trabalhos.
A publicação dos anais visa promover, divulgar e valorizar os trabalhos teóricos e analíticos, assim como as pesquisas que têm como centralidade as dinâmicas, as mudanças sociais em geral e as questões relacionadas aos espaços rurais e a sociedade em contextos específicos nacionais e globalizados. A cada edição os trabalhos reunidos nos Anais expressam, de maneira ampla, um diálogo com o tema geral do encontro - (In)justiça social e ruralidades em tempos de emergências climáticas.
1. Neste 11º Encontro, a Rede de Estudos Rurais organiza 14 Grupos de Trabalho (GTs) com diferentes abordagens sobre o mundo rural;
2. Os GTs irão se reunir em três dias consecutivos;
3. Os grupos farão reuniões por um período de até 3 (três) horas, integrando, no máximo, 30 trabalhos por grupo;
5. Os autores com TRABALHOS APROVADOS NOS GTS não fazem uma apresentação e/ou exposição individual de seu paper, mas são convidados a participar de todas as sessões do grupo para reagir às questões e provocações apresentadas pelas/os Coordenadoras/es, a partir da leitura analítica dos papers, as discussões nos Grupos são cumulativas e têm o objetivo de enriquecer o debate, contribuir com as diferentes pesquisas a partir de um exercício continuado de reflexão sobre o tema proposto pelo GT;
6. Serão feitos comentários dos coordenadores, através de um texto síntese, que assim sugerem e apontam questões para, entre outras apresentadas na reunião presencial, serem refletidas a partir da contribuição de cada autor selecionado. Portanto, não se trata de um grupo para exposição individual de textos, mas de afiliação a um tema de interesse coletivo. Cada autor/a, além de encaminhar o texto aprovado, também se prepara para esse exercício;
7. Ao final dos 03 dias de discussão as/os Coordenadoras/es devem selecionar e encaminhar à Coordenação da Rede 01 (um) trabalho entre os que foram acolhidos pelo GT para integrar uma publicação em periódico qualificado a ser organizada pela Rede de Estudos Rurais.
8. Toda e qualquer submissão deverá ser feita exclusivamente por meio de sistema eletrônico online, disponível no site do 11º Encontro da Rede. Não serão aceitas, sob qualquer hipótese, propostas enviadas por e-mail ou diretamente à comissão organizadora do Encontro.
9. A seleção dos melhores trabalhos, dentro dos critérios de excelência e interesse científico, serão avaliados os seguintes critérios:
- Relevância do tema
- Relação da proposta com a ementa do GT
- Clareza nos objetivos
- Delimitação do objeto e problematização
- Originalidade na abordagem
ATENÇÃO:
- Limite de até três trabalhos por pessoa, como autor e/ou co-autor.
- Máximo de 3 autores em cada trabalho.
- Pelo menos um dos autores deve estar inscrito no evento para que o trabalho seja elegível para apresentação.
- Todos os trabalhos devem ser submetidos utilizando o template disponibilizado abaixo, mantendo a fonte padrão do modelo.
- Informe o mesmo e-mail que você usou para enviar o trabalho ao se inscrever no evento.
- O trabalho deve ser enviado exclusivamente em formato Word ou OpenOffice (.doc, .docx, .odt). Envios em outros formatos serão recusados.
Altemar Amaral Rocha (PPGEO/UESB)
Fernanda Viana de Alcantara (PPGEO/UESB)
Henrique Carmona Duval (UFSCar)
Mireya Eugenia Valencia Perafan (UnB)
Paulo Rogers da Silva Ferreira (UFBA)
Roberto de Sousa Miranda (UFAPE)
Silva Aparecida Zimmermann (UFFRJ)
Rede de Estudos Rurais
Prof. Dr. Paulo Rogers da Silva Ferreira (UFBA)
Comissão Local:
Allisianne Krystina Saraiva de Figueiredo (PROAD/UESB)
Altemar Amaral Rocha (PPGEO/UESB)
Daniela Seles de Andrade (Fundacentro/NTE/PPGEO/UESB)
Elton Becker Silva Salgado (Produtor Cultural e Executivo)
Fabrício Freire Melo (UFBA)
Fernanda da Silva França (Quilombo Velame)
Fernanda Viana de Alcantara (PPGEO/UESB)
José Eloizio da Costa (PPGEO/UFS e PPGEO/UESB)
Kueyla de Andrade Bittencourt (UFBA)
Leila Costa Cruz (UFBA)
Lívia Botelho Félix (UFBA)
Lucas Aguiar Tomaz Ferreira (PPGEO/UFS e PPGEO/UESB)
Mateus Costa Santos (PPGEO/UFS e PPGEO/UESB)
Miriam Cléa Coelho (PPGEO/UESB)
Romildo Chaves (PPGEO/UESB)
Valdemiro Conceição (DEAS/NEDET/UESB)
Washington Ramos dos Santos Júnior (PPGEO/UESB)
Monitores discentes de pós-graduação
Auristenisson da Mota Cirino (PPGEO/UESB)
Daiana Silva Marques- (PPGEO/UESB)
Isaque Abreu Oliveira-(PPGEO/UESB)
Joanna De Angelis Andrade Santos (PPGEO/UESB)
Mailan de Oliveira Lima (PPGEO/UESB)
Max Henrique Gomes Meira (PPGEO/UESB)
Patrícia Jesus dos Santos (PPGEO/UESB)
Monitores discentes de graduação
Adriele da Cruz Almeida (UESB)
Bruno de Oliveira Pachêco (UESB)
Calane de Jesus Lopes (UESB)
Clarice de Aragão Santos (UESB)
Edilane Cordeiro Pereira Lima (UESB)
Franciele Libarino Oliveira (UESB)
Giovana de Jesus Oliveira (UESB)
Henrique Novaes (UESB)
Ludmila Ferraz Soares (UESB)
Ricardo Novaes Barreto (UESB)
Ricardo Oliveira (UESB)
Vanessa Sousa de Oliveira dos Santos (UESB)
Viviane Dias Marins do Carmo (UESB)
Diretoria da Rede de Estudos Rurais:
Profa. Dra. Mireya Eugenia Valencia Perafan (UnB)
Coordenadora Presidente
Prof. Dra. Silva Aparecida Zimmermann (UFFRJ)
Coordenadora Primeira Secretária
Prof. Dr. Henrique Carmona Duval (UFSCar)
Coordenador Segundo Secretário
Prof. Dr. Roberto de Sousa Miranda (UFAPE)
Coordenador Primeiro Tesoureiro
Prof. Dr. Paulo Rogers da Silva Ferreira (UFBA)
Coordenador Segundo Tesoureiro????