Introdução: Durante a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 e grande número de óbitos em escala mundial, uma esperança de estagnar e controlar o aumento do número de novos casos foi a criação das vacinas contra o covid-19. No entanto, há vários relatos de efeitos colaterais e complicações quanto ao uso da vacina em humanos. Efeitos como trombocitopenia, trombose e eventos hemorrágicos tem sido atribuído a estas vacinas. O hematoma perirrenal espontâneo (HPE) é um evento pouco comum que pode manifestar-se com choque hipovolêmico associado a dor abdominal. Objetivo: Apresentar um caso de hemorragia renal não traumática pós vacina contra covid-19. Relato de caso: Homem, 66 anos, hipertenso em uso de olmesartana 50 mg/dia. Deu entrada no pronto-atendimento de um hospital devido lombalgia esquerda e disúria refratária à analgesia e antibioticoterapia, associada à febre sem calafrios, sem história de trauma ou eventos hemorrágicos anteriores. O paciente informou que a duas semanas tomou a 2ª dose da vacina contra COVID-19. Foi internado para realização de analgesia e antibioticoterapia parenteral, sem melhora do quadro. Ao exame físico, taquicárdico, dor à palpação abdominal difusa, Giordano positivo, sem irritação peritoneal. Foi submetido à tomografia computadorizada (TC) de abdome que revelou o surgimento de volumoso hematoma subcapsular/perirrenal esquerdo estendendo-se para retroperitônio e flanco esquerdo. Submetido a embolizaçãode ramos da artéria polar superior renal esquerda, procedimento sem intercorrências. No 13º DPO da embolização, paciente evoluiu com dor lombar e abdominal. Nova TC foi evidenciado novo hematoma. Foi realizada nova angioembolização sem intercorrências. Paciente recebe alta hospitalar dias após o procedimento totalmente recuperado. Resultados e Discussão: Dentre as etiologias não traumáticas, a mais comum é o carcinoma de células renais, seguida do angiomiolipoma renal. Outras condições possíveis incluem distúrbios vasculares, como a poliarterite nodosa, discrasias sanguíneas e infecções. Todas descartadas durante a investigação. Conclusão: Tendo em vista que foram excluídas as causas mencionadas anteriormente, podemos afirmar e/ou sugerir que a vacina contra o COVID-19 pode ter sido fator causador/risco do evento hemorrágico e que se faz necessárias investigações mais robustas quanto a segurança dessas vacinas.
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