Introdução: O pé diabético é definido como um estado de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados a alterações neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores. Dentre os pilares de prevenção de úlcera no pé incluem-se identificar o pé em risco, inspecionar e examinar regularmente e educar o paciente, a família e os profissionais de saúde. A educação em saúde com objetivo de melhorar o conhecimento, autocuidado e autogerenciamento dos pés é amplamente considerada importante na prevenção de ulcerações. Objetivo: Entender o papel do profissional da saúde na promoção do autocuidado na perspectiva de pacientes com diabetes em uma Unidade Básica de Saúde do Agreste Alagoano. Metodologia: Estudo de campo, de abordagem qualitativa, realizado em uma Unidade Básica de Saúde, no município de Arapiraca/AL, com 39 usuários com Diabetes Mellitus tipo 2. Utilizou-se a História Oral Temática para condução metodológica, que permite aprofundar análises qualitativas. Aplicou-se entrevistas semiestruturadas com perguntas norteadoras sobre exames dos pés durante a consulta e orientações para o cuidado com os pés. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 68522023.0.0000.5013). Resultados e discussão: Majoritariamente, 31 dos 39 participantes relataram que o profissional da saúde não olha seus pés, assim como 25 participantes relataram não terem sido recomendados sobre alguma prática de autocuidado com os pés. A seguinte fala constata sobre a visão dos pacientes: “É até difícil uma consulta viu” “Não, tem conversa não, a doutora aí é só pra diabete, ela só passa remédio do diabete e acabou, [...] a conversa é pouco de médico entre a gente, pouca”. Esses resultados são similares com um estudo em que foi constatado que 48% dos pacientes receberam orientação para o cuidado com os pés e 27,5% tiveram seu pé examinado por um médico pelo menos uma vez. Além disso, o índice de autocuidado com os pés foi significativamente maior naqueles pacientes que receberam orientações e tiveram seus pés examinados pelo menos uma vez. Conclusão: A educação do paciente e a vigilância regular dos pés são medidas eficazes para prevenção de ulcerações. No entanto, percebeu-se na unidade estudada o déficit no tocante à educação em saúde e orientações para práticas de autocuidado, além da falha dos profissionais em relação ao exame dos pés nas consultas, aspectos de risco para desenvolvimento de Úlceras do Pé Diabético.
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