INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) tem a neuropatia periférica como uma das suas complicações mais prevalentes. Embora as diretrizes atuais da Sociedade Brasileira de Diabetes recomendem o rastreio anual dessa condição, sugerem também uma possível baixa penetrância dessas orientações no sistema público de saúde. Dessa forma, faz-se imprescindível compreender a real periodicidade do rastreio da neuropatia diabética no país, com o fito de subsidiar ações que possam auxiliar de forma mais efetiva no cumprimento dessa recomendação.OBJETIVO: Levantar dados a respeito das ações de rastreamento de neuropatia diabética por parte dos profissionais de saúde. MÉTODOS: O estudo é do tipo transversal, com recorte de dados a partir da Pesquisa Nacional em Saúde de 2019, realizada pelo IBGE, representativo da realidade brasileira. Foram selecionadas as seguintes perguntas: Algum médico já lhe deu diagnóstico de diabetes?Quando foi a última vez que um médico ou profissional de saúde examinou seus pés para verificar sensibilidade ou presença de feridas ou irritações?. A população de diabéticos foi classificada em aqueles examinados no último ano, nos anos anteriores e que nunca foram examinados. Os dados foram descritos em percentuais de acordo com os achados.RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os indivíduos diagnosticados com diabetes (n=6.326) da amostra total (n=293.727), 52,78% nunca tiveram os pés examinados por um profissional de saúde, 12,27% tiveram os pés examinados há mais de um ano, e 34,95% tiveram os pés examinados no último ano. Os resultados mostram que 65,05% da população estudada não foi triada como preconizado pela diretriz. É importante ressaltar que a neuropatia diabética pode favorecer outras complicações como úlceras e feridas, impactando negativamente na morbimortalidade da doença. A importância do exame físico como parte integral do cuidado da saúde e na detecção precoce da neuropatia não pode ser subestimada, uma vez que desempenha papel central na prevenção de fatores de morbimortalidade, como amputações e hospitalizações, especialmente em grupos de maior risco. CONCLUSÃO: O levantamento mostra a não aplicação das normativas na maior parte dos portadores de DM, estes resultados demonstram a importância de elucidar as razões pelas quais a diretriz não é adequadamente aplicada no nosso meio, constituindo-se num ponto crucial para a elaboração de ações que venham a modificar a atual realidade.
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