Introdução: A úlcera venosa de perna (UVP) é uma lesão crônica que leva à perda de tegumento dos membros inferiores e representam 90% das lesões ulcerosas, acometendo sobretudo pessoas acima de 65 anos. As UVP’s impactam na qualidade de vida dos portadores por provocar mobilidade reduzida, odor e exsudato, além de perda de autonomia e comprometimento de atividades relacionadas ao lazer e à interação social. Tais mudanças podem afetar negativamente a autoestima e levar ao desenvolvimento de transtornos mentais nos pacientes. Objetivo: Analisar as repercussões psicológicas relacionadas à presença de úlceras venosas nas pernas. Metodologia: Consiste em uma revisão bibliográfica realizada no PubMed, com a estratégia de busca: ("Mental Disorders" OR "Stress Psychological" OR "Mental Health") AND ("Leg Ulcer" OR "Ulcer" OR "Varicose Ulcer") NOT ("obesity" OR "Diabetic" OR "Colorectal" OR "stomach" OR "gastric" OR "gastrointestinal" OR "peptic" OR "neoplasms" OR "cancer" OR "heart" OR "coronary" OR renal OR spinal OR "pressure" OR "duodenum" OR "duodenal"). Foram encontrados 152 artigos, dos quais 8 foram selecionados após a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão. Resultados e Discussões: A UVP traz efeitos multidimensionais manifestados nas esferas física e psíquica. O status psicológico se altera proporcionalmente à complexidade da doença, trazendo sentimentos de raiva, constrangimento e distorção da imagem corporal, devido à necessidade de cuidados frequentes e a dificuldade de locomoção. Os principais transtornos mentais relatados foram depressão e ansiedade, em decorrência da dor crônica, frustração com a lenta cicatrização, incertezas sobre o prognóstico e implicações nos âmbitos laboral e conjugal. Além disso, as mulheres apresentaram pontuações mais altas em escores de solidão e ansiedade em comparação aos homens, o que pode ser atribuído ao fato de as mulheres deixarem as pernas mais expostas, tornando as lesões visíveis e causando sentimentos de baixa feminilidade. Conclusão: Diante do exposto, infere-se que a presença de UVP tem relação com o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Com isso, reitera-se que o suporte psicológico e social pode ser crucial para que os pacientes enfrentem os desafios emocionais relacionados à sua condição e melhorem sua qualidade de vida. A abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, mostra-se indispensável para o manejo completo do paciente.
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