Os smartphones se tornaram instrumentos de comunicação e de recuperação de informações, mas como parte de sua funcionalidade eles também contêm uma variedade de sensores para determinar sua orientação, localização e condições meteorológicas. Ao longo dos anos centenas de aplicativos foram projetados para acessar essas informações ocultas provenientes dos sensores, transformando estes aparelhos em plataformas de medição e geralmente sem nenhum custo [1]. Alguns exemplos de sensores que vêm acoplados aos smartphones mais modernos são: acelerômetro, bússola digital, giroscópio, GPS, microfone e câmera. Estes possibilitam o surgimento de novos aplicativos [2]. Com o advento desses aparelhos, facilitou-se o processo de programação para utilização dos dados provenientes desses sensores. A maioria dos smartphones disponíveis no mercado dispõe de plataformas abertas e programáveis. Além disso, é possível utilizar interfaces de programação a partir de plataformas confiáveis e que permitem acessar os sensores disponíveis nos aparelhos [2]. Esse fator permitiu o desenvolvimento de diversas aplicações voltadas as mais variadas finalidades, como para o setor de saúde, monitoramento ambiental, segurança, transporte, entre outros. Dentro das Ciências Geodésicas alguns estudos já foram desenvolvidos no contexto do uso de smartphones para diferentes aplicações como: os sistemas de informações geográficas (SIG) [3]; fotogrametria – com aplicativos desenvolvidos para planejamentos de voos aerofotogramétricos; monitoramento de estruturas [4] e levantamentos GNSS (Global Navigation Satellite System) [5]. A partir disso, essa pesquisa tem como objetivo realizar o desenvolvimento de um aplicativo em plataforma livre, que permita acessar os dados de diferentes sensores acoplados ao smartphone, com o propósito de realizar medidas de ângulos e distâncias através deste aplicativo. Dessa forma, é possível obter as coordenadas tridimensionais mensuradas no espaço físico. Estas coordenadas ainda não apresentam precisão compatível com levantamentos tradicionais, mais indicam um caminho de pesquisa a ser percorrido. Para avaliar a viabilidade do aplicativo foram realizadas medições com estação total localizada nas mesmas posições em que serão realizadas as medidas com o aplicativo desenvolvido. Salih e Malik (2012) [6] apresentaram um método para calcular a profundidade e a geometria de determinado objeto em uma foto a partir de uma única imagem 2D. Nesta pesquisa utilizou-se essa metodologia apresentada por estes autores para o cálculo da distância entre o smartphone e um determinado ponto medido na foto. A primeira etapa da metodologia consistiu na elaboração do aplicativo que foi denominado de MEDIDAS. Este aplicativo foi dividido em partes para facilitar a entrada e saída de dados. Como ferramenta para criação do aplicativo, utilizou-se uma plataforma denominada de MIT App Inventor, um ambiente que utiliza uma linguagem visual baseada em blocos para permitir que os usuários criem aplicativos para dispositivos móveis. A criação de um projeto no “App Inventor” consiste em um conjunto de componentes e blocos de programas que fornecem funcionalidades a esses componentes. Esses componentes são itens visíveis no telefone, como por exemplo, botões e caixas de texto, e itens não visíveis, como sensores e banco de dados [7]. Para avalição preliminar do funcionamento do aplicativo, foram realizados testes com o mesmo no Laboratório de Geodésia Aplicada à Engenharia (GEENG) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estes testes consistiram na medida de alguns pontos em um ambiente interno e em ambiente externo. Para isto, utilizou-se um smartphone que foi colocado em um suporte desenvolvido no laboratório, composto por uma base nivelante adaptada, um suporte de celular normalmente utilizado para fixação dos smartphones em veículos, e um suporte de prisma, que foi adaptado para o suporte de celular. Dessa forma, foi possível instalar esse equipamento no tripé na mesma posição (centragem) em que a estação-total foi instalada para conferência das medidas. Foram distribuídos alvos ao redor da posição onde foram instalados os equipamentos (celular e estação), e estes foram utilizados para a realização das medidas. Com a estação total foram realizadas 3 séries de leituras, já para as medidas realizadas com o aplicativo foram realizadas 5 séries. Os resultados obtidos com os testes executados em ambiente externo mostraram que, para as distâncias avaliadas, as diferenças obtidas entre os dados medidos pela estação-total e pelo aplicativo MEDIDAS foi em média de 0,69 metros, ainda uma diferença significativa comparadas com técnicas topográficas tradicionais, porém melhor que um posicionamento absoluto por técnicas GNSS. A diferença encontrada entre o ângulo vertical calculado pelo aplicativo e o medido pela estação-total variou de 0,58° a 2,38°. Entre as séries de medidas realizadas pelo aplicativo para a determinação do ângulo vertical de um mesmo ponto, o desvio-padrão máximo encontrado foi de 2,46°. Já os ângulos horizontais apresentaram as maiores diferenças em relação os valores padrão. Por exemplo, para os ângulos horizontais obtidos com a estação total com valores de: 69,03°; 145,46° e 205,78° as diferenças em módulo entre os dados obtidos foram de 6,82°; 7,18° e 29,39°, respectivamente. Estas discrepâncias observadas aumentaram conforme o aumento do ângulo medido e calculado, verificando-se assim um problema principalmente em relação ao cálculo dos ângulos horizontais. Isto correlaciona-se diretamente a forma com que estes valores são obtidos no celular, empregando-se o magnetômetro, que possui baixa precisão e é suscetível a variações do campo magnético ao seu redor. Entretanto, para a série de medidas realizadas pelo aplicativo de medidas para um mesmo ponto, o ângulo horizontal apresentou um desvio-padrão máximo de 3,25°. Durante o procedimento de campo, verificou-se que a determinação dos ângulos pelo aplicativo não pode ser feita imediatamente após o direcionamento do celular para o ponto a ser medido, pois os valores fornecidos pelo sensor levam um tempo para estabilizar e apresentarem valores mais coerentes com os valores reais. Recomenda-se que, em pesquisas futuras, sejam investigadas técnicas de calibração para os sensores utilizados no aplicativo, além de valores que possam ser atribuídos para uma correção proporcional dos ângulos horizontais. A partir das análises realizadas conclui-se que, com acesso aos dados fornecidos pelos sensores presentes em smartphones, pode-se realizar medidas de ângulos e distâncias, sendo possível determinar as coordenadas tridimensionais de pontos em uma superfície física, porém com uma qualidade ainda limitada em decorrência da precisão dos sensores angulares obtidos e do método de avaliação de distância.
Os trabalhos aprovados para publicação nos Anais do CONEA 2020, foram classificados em três áreas de conhecimentos no âmbito da engenharia de agrimensura. Em cada dia do CONEA 2020 teremos uma sessão de apresentação dos trabalhos, em cada uma dessas áreas:
Dia 25/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cadastro Territorial
Dia 26/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Topografia e Geodésia
Dia 27/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cartografia, Mapeamento, Sensoriamento Remoto, SIG
Em cada dia e horário da respectiva sessão, um dos autores precisa estar on line, no link a ser divulgado, para responder perguntas e prestar esclarecimentos sobre o trabalho, conforme demandas dos participantes do CONEA 2020. Não haverá apresentação específica de cada trabalho. Em cada sessão, um moderador fará uma apresentação geral dos trabalhos (título, autores, e comentários genéricos), podendo ser solicitado algum esclarecimento aos autores, em breve intervenção. Na sequencia teremos o momento de interação dos autores com os participantes do evento. Os autores estarão participando da sessão com áudio e vídeo. Os participantes farão as perguntas e comentários, via chat.
Todos os Resumos dos trabalhos aprovados já estão disponibilizados no site do evento, na aba "Anais". Recomenda-se aos participantes do CONEA 2020 uma leitura prévia dos trabalhos conforme área de interesse, possibilitando assim uma interação mais produtiva.
Agradecemos a participação de todos!
Comissão Científica do CONEA 2020
Coordenação:
Artur Caldas Brandão – UFBA
Lucas Cavalcante – UNIT
Vanildo Rodrigues – UNESC
Demais membros:
Carlos Antonio Oliveira Vieira – UFSC
Claudionor Ribeiro da Silva - UFU
Elder Sanzio Aguiar Cerqueira – UFJF
Elmo Leonardo Xavier Tanajura – UFBA
Everton da Silva – UFSC
Fabiano Peixoto Freiman – UFBA
Hugo Schwalm – UNESC
Leonard Niero da Silveira – Unipampa
Leonardo Campos Inocêncio - Unissinos
Luiz Guimarães Barbosa – UFRRJ
Niel Nascimento Teixeira – UESC
Paulo de Oliveira Camargo - UNESP
Reginaldo Macedônio da Silva – UFRGS
Régis Fernandes Bueno – GeoVector
Ronaldo dos Santos da Rocha – UFRGS
Silvio Jacks dos Anjos Garnés – UFPE
Suzana Daniela Rocha Santos e Silva – UFBA
COMISSÃO ORGANIZADORA do CONEA 2020:
Walterwilson Carvalho Leite – FENEA
Vanildo Rodrigues - FENEA/UNESC
Joseval Costa Carqueija - FENEA
André Nogueira Borges - FENEA
Ronildo Brandão da Silva - FENEA
Hamilton Fernando Schenkel - FENEA
Solivan Serafim - ACEAG
Marcia Virgínia Cerqueira Santos - ASEAB
Tarcísio dos Reis Vieira - SEAMG
Daniella Rodrigues Tavares - APEAG
Madson Agehab – ASMEA
Marino Nazareno Lopes Sumariva - ACEAG
Artur Caldas Brandão - UFBA
Lucas Cavalcante - UNIT