O Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM) é uma ferramenta que auxilia na administração territorial, seja urbana ou rural, e requer atualização constante de sua base de dados, principalmente porque o meio sofre cada vez mais mudanças, seja por causas naturais ou pela ação humana. Através dos anos, com o contínuo desenvolvimento tecnológico, o CTM vem sempre se adaptando e utilizando novas ferramentas, a fim de se obter mais rapidez na atualização dos dados, além de maior confiabilidade e acurácia nas informações trabalhadas [1]. Diante disto, com este trabalho, estuda-se a aplicação de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) na atualização de dados cadastrais, visto que os métodos convencionais de fotogrametria costumam ser onerosos e, na maioria das vezes, inviáveis para varreduras de pequenas áreas [2]. Para isso, após o processamento das imagens obtidas a partir de um sensor transportado pelo VANT sobre a área de estudo, localizada no campus principal da Universidade Federal de Viçosa, fez-se uma avaliação da acurácia posicional planimétrica da base cadastral obtida a partir da monorestituição da ortofoto. Para isto, foram realizados levantamentos topográficos com estação total e tecnologia GNSS (Global Navigation Satellite System) pelo método RTK (Real Time Kinematic), que foram utilizados como referência na avaliação da acurácia. Utilizando o padrão de acurácia posicional descrito no Decreto-lei n° 89.817 e na ET-CQDG, obteve-se classificação na escala 1:1000 - Classe B com o uso do método de feição linear Buffer Duplo. Já para o método de feições pontuais o resultado foi Classe C para a escala 1:1000. A avaliação da acurácia posicional planimétrica da ortofoto foi feita pelos métodos de feições pontuais e lineares, utilizando um total de 78 pontos de teste. Como resultado, foram obtidos um RMS igual a 0,407 m e uma média das discrepâncias de 0,356 m. A avaliação da acurácia posicional da base cartográfica obtida pelo processamento das imagens geradas a partir de um sensor embarcado no VANT foi feita com base nas tolerâncias PEC-PCD e EP para a escala de 1:1000. Foram utilizadas 39 feições de teste, resultando em um RMS igual a 0,279 m e uma média das discrepâncias de 0,240 m. Percebe-se que o valor do RMS obtido pelo método de feições pontuais apresentou um resultado maior do que o valor do RMS obtido pela técnica de Buffer Duplo aplicado ao método de feições lineares. Segundo Fonseca Neto et al. (2017) [3], isto ocorre porque no método de feições lineares é feita uma média das discrepâncias. Os testes feitos com os dois métodos, segundo o PEC-PCD, seguindo as especificações do Decreto-lei 89.817 e da ET-CQDG, não foram classificados para Classe A na escala 1:1000. Diante disto, fez-se os testes para a Classe B. Nesta classe, o método por feições lineares utilizando a técnica de Buffer Duplo atendeu a todos os critérios. Para feições pontuais, obteve-se um RMS menor que o EP, entretanto apenas 76,92% dos pontos de checagem apresentaram discrepâncias posicionais abaixo do PEC-PCD. Ao testar o método de feições pontuais para Classe C, mantendo a escala de 1:1000, os dois critérios foram plenamente atendidos. Utilizando o teste t de Student, ao nível de confiança de 90% foi constatada a presença de tendência na base cartográfica gerada. Conforme exposto por Santos et al., (2010) [4], uma simples translação na base cartográfica solucionaria o problema da tendência. Assim, os autores recomendam aplicar novamente o processo de controle de qualidade posicional na base cartográfica em questão, para confirmar a não tendenciosidade dos dados. De modo geral, os resultados se mostram satisfatórios para serem aplicados à cartografia cadastral, ou seja, a ortofoto gerada a partir do processamento das imagens obtidas por sensores embarcados na plataforma VANT poderia ser utilizada para diversos fins cadastrais, como o CTM e o CAR, por exemplo. Fonseca Neto et al. (2017) [3] dizem que os dados cadastrais podem ser utilizados no cadastro de parcelas nas escalas 1:1000 e 1:2000, bem como diversas outras finalidades tais como demarcações de postes, telefonia, desapropriações e aumento nas larguras das vias. Diante disto, fez-se também uma avaliação da acurácia posicional para a escala de 1:2000 seguindo as especificações do Decreto-lei 89.817 e da ET-CQDG. Percebe-se que, na escala 1:2000, foram alcançados resultados de qualidade Classe A (PEC-PCD) tanto para o método de avaliação da acurácia posicional por feições pontuais, quanto por feições lineares. Portanto, para fins de cadastro, com uma escala usual de 1:2000, é possível obter uma base cartográfica, gerada a partir de um aerolevantamento com VANT, com um resultado satisfatório à aplicação na cartografia cadastral. Os resultados apresentados abrem espaço para ampla discussão quanto ao uso desta tecnologia no cadastro técnico urbano, bem como para o leque de opções quanto à sua utilização. Os resultados foram precisos e, apesar de tendenciosos, podem oferecer grande apoio à gestão municipal, a fim de melhorar a tomada de decisões no planejamento urbano, visto que as feições são de fácil identificação na ortofoto. Desta forma, a utilização da tecnologia VANT para fins de atualização de bases cartográficas cadastrais, em parte resolve o problema de defasagem temporal e, ao mesmo tempo, possibilita o mapeamento versátil e conciso para diversas temáticas de interesse.
Os trabalhos aprovados para publicação nos Anais do CONEA 2020, foram classificados em três áreas de conhecimentos no âmbito da engenharia de agrimensura. Em cada dia do CONEA 2020 teremos uma sessão de apresentação dos trabalhos, em cada uma dessas áreas:
Dia 25/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cadastro Territorial
Dia 26/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Topografia e Geodésia
Dia 27/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cartografia, Mapeamento, Sensoriamento Remoto, SIG
Em cada dia e horário da respectiva sessão, um dos autores precisa estar on line, no link a ser divulgado, para responder perguntas e prestar esclarecimentos sobre o trabalho, conforme demandas dos participantes do CONEA 2020. Não haverá apresentação específica de cada trabalho. Em cada sessão, um moderador fará uma apresentação geral dos trabalhos (título, autores, e comentários genéricos), podendo ser solicitado algum esclarecimento aos autores, em breve intervenção. Na sequencia teremos o momento de interação dos autores com os participantes do evento. Os autores estarão participando da sessão com áudio e vídeo. Os participantes farão as perguntas e comentários, via chat.
Todos os Resumos dos trabalhos aprovados já estão disponibilizados no site do evento, na aba "Anais". Recomenda-se aos participantes do CONEA 2020 uma leitura prévia dos trabalhos conforme área de interesse, possibilitando assim uma interação mais produtiva.
Agradecemos a participação de todos!
Comissão Científica do CONEA 2020
Coordenação:
Artur Caldas Brandão – UFBA
Lucas Cavalcante – UNIT
Vanildo Rodrigues – UNESC
Demais membros:
Carlos Antonio Oliveira Vieira – UFSC
Claudionor Ribeiro da Silva - UFU
Elder Sanzio Aguiar Cerqueira – UFJF
Elmo Leonardo Xavier Tanajura – UFBA
Everton da Silva – UFSC
Fabiano Peixoto Freiman – UFBA
Hugo Schwalm – UNESC
Leonard Niero da Silveira – Unipampa
Leonardo Campos Inocêncio - Unissinos
Luiz Guimarães Barbosa – UFRRJ
Niel Nascimento Teixeira – UESC
Paulo de Oliveira Camargo - UNESP
Reginaldo Macedônio da Silva – UFRGS
Régis Fernandes Bueno – GeoVector
Ronaldo dos Santos da Rocha – UFRGS
Silvio Jacks dos Anjos Garnés – UFPE
Suzana Daniela Rocha Santos e Silva – UFBA
COMISSÃO ORGANIZADORA do CONEA 2020:
Walterwilson Carvalho Leite – FENEA
Vanildo Rodrigues - FENEA/UNESC
Joseval Costa Carqueija - FENEA
André Nogueira Borges - FENEA
Ronildo Brandão da Silva - FENEA
Hamilton Fernando Schenkel - FENEA
Solivan Serafim - ACEAG
Marcia Virgínia Cerqueira Santos - ASEAB
Tarcísio dos Reis Vieira - SEAMG
Daniella Rodrigues Tavares - APEAG
Madson Agehab – ASMEA
Marino Nazareno Lopes Sumariva - ACEAG
Artur Caldas Brandão - UFBA
Lucas Cavalcante - UNIT