As dunas são unidades geomorfológicas constituídas predominantemente por areia e possuem aparência de cômoro ou colina. São produzidas pela ação do vento e podem estar recobertas, ou não, por vegetação. Apesar de ser um fenômeno natural, o seu movimento pode ser intensificado em razão do desmatamento de áreas nativas. A partir da Resolução do CONAMA nº 303 de 20 de março de 2002, ficou definido que todo e qualquer tipo de duna deve ser enquadrado como Área de Preservação Permanente (APP), sejam elas paleodunas, dunas móveis, dunas fixas ou dunas semifixas [1]. É irregular a ocupação humana nesse tipo de ambiente, pois pode acarretar perda da biodiversidade local, como também, interfere na permeabilidade do solo e modifica a dinâmica sedimentar litorânea. Ao longo dos últimos anos, o movimento das dunas localizadas no litoral do Estado do Piauí tem causado impactos significativos em caráter ambiental e socio-turístico, como no caso do assoreamento da lagoa do Portinho localizada no município de Parnaíba-PI [2], e também no objeto de estudo deste que trabalho, o município de Ilha Grande-PI, com localização geográfica de 02°51’30’’S e 41°49’17’’W, e que se apresenta como principal rota de acesso ao Delta do Parnaíba, onde alguns bairros sofreram o risco de serem invadidos pela areia, como também as áreas de preservação ambiental e dos afluentes do rio Parnaíba [3]. O governo do Estado toma, desde o ano de 2013, medidas para a contenção das dunas a partir do plantio de espécies nativas para fixar a areia solta [4] sendo este um importante trabalho público para o local que ainda precisa ser continuado [3], pois os sistemas de dunas são sensíveis às pressões naturais e antrópicas, e portanto, além da interação com a variável natural que rege a sua formação, o vento, atividades humanas como a agropecuária, os assentamentos urbanos e principalmente o desmatamento na zona costeira também influenciam neste processo. Por isso, o conhecimento de sua dinâmica é de suma importância para elaboração de atividades de manejo de suas áreas, sendo útil para tomada de decisão na alocação de recursos e planejamento das atividades desenvolvidas no local. Uma ferramenta muito utilizada para análise de sistemas de dunas é o Sensoriamento Remoto que consiste em uma ciência que visa à obtenção de dados referentes à superfície da Terra a partir de imagens produzidas por sensores orbitais. Por definição o Sensoriamento Remoto é uma das mais bem sucedidas tecnologias de coleta automática de dados para o levantamento e monitoração dos recursos terrestres em áreas extensas, graças à possibilidade de rápida e contínua obtenção de dados e da utilização de várias faixas do espectro eletromagnético que possibilitam analisar diferentes recursos a partir de sua reflectância [5]. Assim, visando contribuir para o exposto, esse trabalho tem por objetivo analisar o movimento da região de dunas localizada no município de Ilha Grande-Piauí para o período de 1990 a 2020 a partir de dados multiespectrais dos sensores orbitais TM do satélite Landsat-5 para as datas de: 14/06/1990, 09/06/2000 e 05/06/2010; assim como do sensor OLI do satélite Landsat-8 na data de 08/07/2020, adquiridas de forma gratuita no website do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) [6]. A metodologia utilizada é baseada na classificação semiautomática realizada através do plug-in dezetsaka-Classification Tool e do Índice de Diferença Normalizada da Vegetação (NDVI). Os contornos vetoriais obtidos através da classificação semiautomática possibilitaram a melhor visualização das formações de dunas, que foram utilizadas como máscara de recorte em relação ao ano subsequente com intuito de determinar onde ocorreu acréscimo de área, ou seja, a área ocupada por novas dunas no recorte temporal do estudo. As áreas de acréscimo para o recorte temporal supracitado foram comparadas e sobrepostas aos resultados do NDVI, que consiste em um índice para quantificar a intensidade de atividade clorofiliana de uma determinada região e o seu cálculo envolve a razão entre a diferença e a soma das bandas do Infravermelho Próximo (NIR) e do Vermelho (RED), que foram organizados da seguinte forma: a área de acréscimo 1990-2000 foi comparada com o NDVI de 1990, a área de acréscimo de 2000-2010 foi comparada com o NDVI de 2000 e a área de acréscimo 2010-2020 foi comparada com o NDVI de 2010. A partir dessas comparações foi possível notar que as áreas atingidas pelo avanço das dunas apresentavam baixos valores de densidade vegetal e por isso não foram capazes de conter seu avanço. Também foi observado que a dunas possuem orientação de deslocamento predominante NE-SW. Por último foram calculadas as áreas de acréscimo para os anos em análise e chegou-se ao resultado de 306,4798 ha para o período de 1990-2000, 316,1133 ha para 2000-2010 e 233,1641 ha para o período de 2010-2020. Isso demonstrou uma redução significativa no movimento do campo de dunas que pode estar associada as medidas de contenção tomadas pelo Governo do Estado no último período. Assim pode-se afirmar que o uso de imagens orbitais e do índice de vegetação foi útil para a análise proposta, servindo como ferramenta potencial para estudos que visem avaliar o movimento dos campos de dunas, como também para determinação da densidade de espécies florestais que podem ser utilizadas para conter o seu avanço. Entretanto acredita-se ser necessário realizar mais testes com intuito de melhor embasar as informações aqui avaliadas.
Os trabalhos aprovados para publicação nos Anais do CONEA 2020, foram classificados em três áreas de conhecimentos no âmbito da engenharia de agrimensura. Em cada dia do CONEA 2020 teremos uma sessão de apresentação dos trabalhos, em cada uma dessas áreas:
Dia 25/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cadastro Territorial
Dia 26/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Topografia e Geodésia
Dia 27/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cartografia, Mapeamento, Sensoriamento Remoto, SIG
Em cada dia e horário da respectiva sessão, um dos autores precisa estar on line, no link a ser divulgado, para responder perguntas e prestar esclarecimentos sobre o trabalho, conforme demandas dos participantes do CONEA 2020. Não haverá apresentação específica de cada trabalho. Em cada sessão, um moderador fará uma apresentação geral dos trabalhos (título, autores, e comentários genéricos), podendo ser solicitado algum esclarecimento aos autores, em breve intervenção. Na sequencia teremos o momento de interação dos autores com os participantes do evento. Os autores estarão participando da sessão com áudio e vídeo. Os participantes farão as perguntas e comentários, via chat.
Todos os Resumos dos trabalhos aprovados já estão disponibilizados no site do evento, na aba "Anais". Recomenda-se aos participantes do CONEA 2020 uma leitura prévia dos trabalhos conforme área de interesse, possibilitando assim uma interação mais produtiva.
Agradecemos a participação de todos!
Comissão Científica do CONEA 2020
Coordenação:
Artur Caldas Brandão – UFBA
Lucas Cavalcante – UNIT
Vanildo Rodrigues – UNESC
Demais membros:
Carlos Antonio Oliveira Vieira – UFSC
Claudionor Ribeiro da Silva - UFU
Elder Sanzio Aguiar Cerqueira – UFJF
Elmo Leonardo Xavier Tanajura – UFBA
Everton da Silva – UFSC
Fabiano Peixoto Freiman – UFBA
Hugo Schwalm – UNESC
Leonard Niero da Silveira – Unipampa
Leonardo Campos Inocêncio - Unissinos
Luiz Guimarães Barbosa – UFRRJ
Niel Nascimento Teixeira – UESC
Paulo de Oliveira Camargo - UNESP
Reginaldo Macedônio da Silva – UFRGS
Régis Fernandes Bueno – GeoVector
Ronaldo dos Santos da Rocha – UFRGS
Silvio Jacks dos Anjos Garnés – UFPE
Suzana Daniela Rocha Santos e Silva – UFBA
COMISSÃO ORGANIZADORA do CONEA 2020:
Walterwilson Carvalho Leite – FENEA
Vanildo Rodrigues - FENEA/UNESC
Joseval Costa Carqueija - FENEA
André Nogueira Borges - FENEA
Ronildo Brandão da Silva - FENEA
Hamilton Fernando Schenkel - FENEA
Solivan Serafim - ACEAG
Marcia Virgínia Cerqueira Santos - ASEAB
Tarcísio dos Reis Vieira - SEAMG
Daniella Rodrigues Tavares - APEAG
Madson Agehab – ASMEA
Marino Nazareno Lopes Sumariva - ACEAG
Artur Caldas Brandão - UFBA
Lucas Cavalcante - UNIT