Segundo Dias et al. (2000) o Nível Médio do Mar Global (NMMG) esteve abaixo do seu nível atual em aproximadamente 130m a 140m durante o Último Máximo Glacial (UMG), estando as plataformas continentais expostas neste período. Há aproximadamente 18 mil anos (final da UMG), as regiões litorâneas da Terra foram marcadas por uma tendência de elevação do nível do mar. Dias e Taborda (1988) & Dias et al. (2000) salientam que a taxa de elevação do mar não foi linear, apresentando momentos de inversão do sentido após o período o UMG, ou seja, rebaixamento do NMMG, caracterizando assim momentos marcados por regressões marinhas. As determinações de antigas posições do nível relativo do mar para o Estado de Alagoas demonstram que a região foi marcada por três máximos acima do nível médio atual do mar, em torno de 5.100 anos A.P. (4,7 m); 3.600 anos A.P. (3,0 m) e 2.500 anos A.P. (2,5 m); e dois mínimos, há cerca de 3.900 e 2.700 anos A.P., ligeiramente abaixo do nível atual (SUGUIO et al., 1985). As alterações da taxa de variação do NMMG, principalmente às relacionadas a eventos transgressivos, em conjunto com a tectónica e os parâmetros climáticos que condicionam a taxa de sedimentação efetiva, terão sido os principais fatores responsáveis pela variação de posição da linha de costa e pela evolução da zona costeira nos últimos milénios (BRITO, 2009). Segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, 2019), o NMMG está subindo de maneira acelerada, sendo diretamente influenciado pela expansão térmica dos oceanos, pelo derretimento das geleiras e dos mantos de gelo, e pelas mudanças no armazenamento da água no subsolo, estando a ação destes, fortemente interligadas a elevação da emissão dos gases causadores do efeito estufa. Ainda, segundo o IPCC (2019), o aumento do nível do mar até o final do século é projetado para ser o mais rápido em todas as projeções já estudadas, ou seja, o NMMG aumentará entre 0,29 – 0,59 m e 0,61 – 1,10 m até o ano de 2100. Em Maceió, a determinação posicional relativa do Nível Médio do Mar (NMM) vem sendo realizada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) através de observações de maré determinadas através da estação maregráfica Nº 30725, implantada no cais do Porto de Maceió. A mesma permaneceu ativa até 2007, ano da última observação indicada na Ficha de Descrição de Estações Maregráficas F-41- 901-001/06. A tendência de elevação do NMM vem chamando cada vez mais a atenção da comunidade científica e da sociedade, principalmente as residentes nas regiões litorâneas, uma vez que as alterações climáticas e suas consequências afetam diretamente a vida desta população e indiretamente as demais regiões interiores, visto a intensificação de eventos extremos. Com base no exposto, este estudo esteve centrado em determinar a posição temporal do NMM na região do Porto de Maceió, de maneira a verificar o comportamento evolutivo da mesma, sendo os resultados fundamentais para inferir projeções do impacto da elevação do mar em escala local. A variabilidade temporal do nível médio do mar para a região do Porto de Maceió foi estudada através da análise estatística das observações maregráficas no software PACMARE. As observações de maré foram obtidas junto a Capitania dos Portos de Maceió e Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, os quais são compostos por 394 e 319 registros maregráficos, atinente aos anos de 2016/2017 e 2018/2019, respectivamente. Os resultados indicaram que houve aumento do nível médio do mar entre os anos estudados, partindo de 216,87cm no primeiro momento, até 222,56cm no último período analisado, representando portanto, uma amplitude média de 5,69cm. Além disto, as projeções inferidas até o ano de 2100 indicam que o nível médio do mar local poderá alcançar 35,5cm acima da posição atual, e que esta elevação poderá se refletir em impactos erosivos sobre o litoral de Maceió, visto estudos desenvolvidos por Almeida (2018) no litoral sul de Alagoas, indicarem esta tendência. Assim, foi possível concluir que os resultados obtidos neste trabalho poderão auxiliar no desenvolvimento de ações que visem a definição e delimitação de áreas de proteção da paisagem ao longo do litoral, as quais seria suficientes para absorver os impactos futuros gerados pela elevação do nível do mar.
Os trabalhos aprovados para publicação nos Anais do CONEA 2020, foram classificados em três áreas de conhecimentos no âmbito da engenharia de agrimensura. Em cada dia do CONEA 2020 teremos uma sessão de apresentação dos trabalhos, em cada uma dessas áreas:
Dia 25/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cadastro Territorial
Dia 26/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Topografia e Geodésia
Dia 27/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cartografia, Mapeamento, Sensoriamento Remoto, SIG
Em cada dia e horário da respectiva sessão, um dos autores precisa estar on line, no link a ser divulgado, para responder perguntas e prestar esclarecimentos sobre o trabalho, conforme demandas dos participantes do CONEA 2020. Não haverá apresentação específica de cada trabalho. Em cada sessão, um moderador fará uma apresentação geral dos trabalhos (título, autores, e comentários genéricos), podendo ser solicitado algum esclarecimento aos autores, em breve intervenção. Na sequencia teremos o momento de interação dos autores com os participantes do evento. Os autores estarão participando da sessão com áudio e vídeo. Os participantes farão as perguntas e comentários, via chat.
Todos os Resumos dos trabalhos aprovados já estão disponibilizados no site do evento, na aba "Anais". Recomenda-se aos participantes do CONEA 2020 uma leitura prévia dos trabalhos conforme área de interesse, possibilitando assim uma interação mais produtiva.
Agradecemos a participação de todos!
Comissão Científica do CONEA 2020
Coordenação:
Artur Caldas Brandão – UFBA
Lucas Cavalcante – UNIT
Vanildo Rodrigues – UNESC
Demais membros:
Carlos Antonio Oliveira Vieira – UFSC
Claudionor Ribeiro da Silva - UFU
Elder Sanzio Aguiar Cerqueira – UFJF
Elmo Leonardo Xavier Tanajura – UFBA
Everton da Silva – UFSC
Fabiano Peixoto Freiman – UFBA
Hugo Schwalm – UNESC
Leonard Niero da Silveira – Unipampa
Leonardo Campos Inocêncio - Unissinos
Luiz Guimarães Barbosa – UFRRJ
Niel Nascimento Teixeira – UESC
Paulo de Oliveira Camargo - UNESP
Reginaldo Macedônio da Silva – UFRGS
Régis Fernandes Bueno – GeoVector
Ronaldo dos Santos da Rocha – UFRGS
Silvio Jacks dos Anjos Garnés – UFPE
Suzana Daniela Rocha Santos e Silva – UFBA
COMISSÃO ORGANIZADORA do CONEA 2020:
Walterwilson Carvalho Leite – FENEA
Vanildo Rodrigues - FENEA/UNESC
Joseval Costa Carqueija - FENEA
André Nogueira Borges - FENEA
Ronildo Brandão da Silva - FENEA
Hamilton Fernando Schenkel - FENEA
Solivan Serafim - ACEAG
Marcia Virgínia Cerqueira Santos - ASEAB
Tarcísio dos Reis Vieira - SEAMG
Daniella Rodrigues Tavares - APEAG
Madson Agehab – ASMEA
Marino Nazareno Lopes Sumariva - ACEAG
Artur Caldas Brandão - UFBA
Lucas Cavalcante - UNIT