ANÁLISE ESPACIAL DO PLANTIO DA CANA-DE AÇÚCAR POR LEVANTAMENTO AEROFOTOGRAMÉTRICO POR SISTEMA DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS

  • Autor
  • CHRISTOPHER HORVATH SCHEIBEL
  • Co-autores
  • JOÃO PEDRO DOS SANTOS VERÇOSA , ARTHUR COSTA FALCÃO TAVARES , HENRIQUE RAVI ROCHA DE CARVALHO ALMEIDA , RAMON SALGUEIRO CRUZ , FLÁVIO HENRIQUE DOS SANTOS SILVA
  • Resumo
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    Resumo: Nos últimos anos, é notável o aumento do interesse por Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS), graças ao desenvolvimento de tecnologias para a construção desses veículos e dos vários campos em que eles podem ser utilizados, tornando-os ferramentas de prima importância para a pesquisa em práticas agrícolas. O constante desenvolvimento de tecnologias nas áreas de eletrônica e informática, tem promovido também contínuos avanços no campo da geomática, e, sobretudo pela automatização de diversos procedimentos realizados na área de fotogrametria. A utilização de softwares de geração e mosaicagem de imagens, além do auxílio de linguagens de programação como o Python, tem sido possível a identificação e mapeamento automatizados de áreas de interesse (LUNA e LOBO, 2016; SOUZA, 2016; FAREED e REHMAN, 2020).

    A ausência e dificuldade de acesso gratuito à mapas atualizados e em escala de detalhes são fatores que têm impulsionado a utilização comercial de RPA, para geração de vários produtos cartográficos, dentre eles, geração de mapas para a agricultura de precisão (SHENDRYK et al., 2019; SOUZA, 2016; SOM-ARD et al., 2018; MOLIN e VEIGA, 2016). Assim, esse trabalho objetivou avaliar espacialmente o cultivo da cana-de-açúcar em áreas de alta declividade a partir de técnicas de Deep Learning, tendo como projeto piloto as áreas de plantio da S/A Usina Coruripe Açúcar e Álcool (CEVALLOS; VILLAGOMEZ; ANDRYSHCHENKO, 2019).

    A metodologia para obtenção das imagens aéreas, baseou-se no uso de um RPA modelo asa fixa projetado e construído no próprio Centro de Engenharias e Ciências Agrárias (CECA/UFAL). Para a elaboração do plano de voo e pré voo foram empregados, respectivamente, os softwares Mission Planner e Tower para Android. Sendo este último, também utilizado durante o voo para definir as funções de telemetria de posicionamento, direção, altura, velocidade, tempo de voo e da carga total da bateria, para a obtenção das imagens tomadas em blocos de voo, a 120m de altitude e um Ground Sample Distance (GSD) de 9cm. Após a etapa do aerolevantamento, as fotos aéreas foram transferidas da câmera digital, para um computador, sendo então realizada uma análise visual para exclusão das fotos com nitidez e qualidade indesejadas. Em seguida iniciou-se o pós-processamento das imagens selecionadas utilizando-se o software Agisoft Photoscan 1.3.5 Professional, com licença trial, para gerar o relatório do processamento das imagens, ortofoto, ortomosaico, Modelo Digital de Superfície (MDS) e nuvem de pontos em 3D. Com o apoio da equipe de Topografia da Usina, foi possível realizar a materialização de 10 pontos de controle sobre a área de estudo, a fim de melhorar a acurácia posicional dos produtos cartográficos gerados. Utilizando um par de receptores GNSS, mais conhecidos como Sistema de Navegação Global por Satélites, e o método relativo Real Time Kinematic (RTK), foram obtidas as coordenadas geográficas dos pontos de controle, sendo estes sinalizados por alvos de madeira sobre a área a ser recoberta pelo RPA.

    Após o processamento das imagens, o ortofotomosaico apresentou erro de raiz quadrada média (RMS) planimétrico inferior a 19 cm. Ainda, em relação ao MDS foi possível observar uma diminuição no erro RMS altimétrico, com a utilização dos alvos, o qual apresentou um erro médio na altimetria do MDS em torno de 5% para os talhões de cana-de-açúcar e aproximadamente 5% nas aéreas de fragmentos florestais. Devido ao fato de não terem sido obtidos pontos de apoio nas proximidades dos fragmentos florestais, foi observada uma deformação no formato elipsoidal, na orientação da ortofoto, ao se distanciar dos pontos de apoio, e quando comparado às imagens de satélite do Google Earth. Pondera-se, que este erro poderia ser evitado com o uso de pelo menos 5 pontos de apoio ao longo da estrada localizada entre o fragmento de mata e o talhão de cana-de-açúcar. A partir dos produtos cartográficos gerados foi possível analisar o estágio fenológico da cana de açúcar, utilizando-se a indexação verde ou green index, substituindo a banda infravermelha pela vermelha, além de um corte no índice que varia de 0 a 1, através do próprio programa Agisoft Photoscan. Esse processamento digital melhorou a região de contraste quando aplicado à temática da banda de variação do índice falsa cor, já que seus novos valores no índice verde falso, possibilitando também separar as classes vegetação e solo exposto. Todavia, devido a altitude e resolução espacial utilizadas durante a tomada das fotos, assim como pela pouca área foliar na vegetação presente, alguns estados fenológicos não foram possíveis de serem identificados. Observou-se na imagem resultante, que, quanto mais avançado se encontra o estágio fenológico da planta, mais próximo ao valor de um está o índice.

     Conclui-se que o uso da tecnologia RPA apresentou grande potencial quanto a captura de imagens, com uma maior celeridade e detalhamento no nível de obtenção de informações preliminares para identificação e mapeamento de talhões de cana-de-açúcar e áreas florestais. A união entre um RPA asa fixa quase que artesanal e de baixo custo, com tecnologia de posicionamento por satélites artificiais, pode alcançar um nível de precisão exigido por profissionais que atuam na área de Geomática. Porém, devido a características primordiais como integralização de sistemas, facilidade de manuseio, segurança e manutenção, recomenda-se que se inicie este tipo de pesquisa, com o uso de RPA modelo asa rotativa, popularmente conhecido como drone, como os modelos disponibilizados por empresas, como o DJI, Xiaomi ou Parrot.

  • Palavras-chave
  • RPAS, Geomática, Agricultura de Precisão
  • Área Temática
  • Agrimensura
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Os trabalhos aprovados para publicação nos Anais do CONEA 2020, foram classificados em três áreas de conhecimentos no âmbito da engenharia de agrimensura. Em cada dia do CONEA 2020 teremos uma sessão de apresentação dos trabalhos, em cada uma dessas áreas:

Dia 25/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cadastro Territorial

Dia 26/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Topografia e Geodésia

Dia 27/11/2020 - 17h30 às 18h50 - Sessão de apresentação de trabalhos - Cartografia, Mapeamento, Sensoriamento Remoto, SIG

Em cada dia e horário da respectiva sessão, um dos autores precisa estar on line, no link a ser divulgado, para responder perguntas e prestar esclarecimentos sobre o trabalho, conforme demandas dos participantes do CONEA 2020. Não haverá apresentação específica de cada trabalho. Em cada sessão, um moderador fará uma apresentação geral dos trabalhos (título, autores, e comentários genéricos), podendo ser solicitado algum esclarecimento aos autores, em breve intervenção. Na sequencia teremos o momento de interação dos autores com os participantes do evento. Os autores estarão participando da sessão com áudio e vídeo. Os participantes farão as perguntas e comentários, via chat.

Todos os Resumos dos trabalhos aprovados já estão disponibilizados no site do evento, na aba "Anais". Recomenda-se aos participantes do CONEA 2020 uma leitura prévia dos trabalhos conforme área de interesse, possibilitando assim uma interação mais produtiva.

Agradecemos a participação de todos!

Comissão Científica do CONEA 2020

 

 

  • Agrimensura

Coordenação:
Artur Caldas Brandão – UFBA
Lucas Cavalcante – UNIT
Vanildo Rodrigues – UNESC

Demais membros:
Carlos Antonio Oliveira Vieira – UFSC
Claudionor Ribeiro da Silva - UFU
Elder Sanzio Aguiar Cerqueira – UFJF
Elmo Leonardo Xavier Tanajura – UFBA
Everton da Silva – UFSC
Fabiano Peixoto Freiman – UFBA
Hugo Schwalm – UNESC
Leonard Niero da Silveira – Unipampa
Leonardo Campos Inocêncio - Unissinos
Luiz Guimarães Barbosa – UFRRJ
Niel Nascimento Teixeira – UESC
Paulo de Oliveira Camargo - UNESP
Reginaldo Macedônio da Silva – UFRGS
Régis Fernandes Bueno – GeoVector
Ronaldo dos Santos da Rocha – UFRGS
Silvio Jacks dos Anjos Garnés – UFPE
Suzana Daniela Rocha Santos e Silva – UFBA

COMISSÃO ORGANIZADORA do CONEA 2020:

Walterwilson Carvalho Leite – FENEA
Vanildo Rodrigues - FENEA/UNESC
Joseval Costa Carqueija - FENEA
André Nogueira Borges - FENEA
Ronildo Brandão da Silva - FENEA
Hamilton Fernando Schenkel - FENEA
Solivan Serafim - ACEAG
Marcia Virgínia Cerqueira Santos - ASEAB
Tarcísio dos Reis Vieira - SEAMG
Daniella Rodrigues Tavares - APEAG
Madson Agehab – ASMEA
Marino Nazareno Lopes Sumariva - ACEAG
Artur Caldas Brandão - UFBA
Lucas Cavalcante - UNIT