A VISITA DOMICILIAR COMO UMA ESTRATÉGIA DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE E FORTALECIMENTO
A visita domiciliar é a única prática que permite o médico conhecer por inteiro a vida de um paciente, pois, por meio dela, identifica as reais condições de vida, relações familiares e o ambiente em que ele está inserido. Tendo em vista ser uma prática ainda pouco explorada no âmbito da medicina, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) desenvolveu um projeto de extensão titulado “Implementação da visita domiciliar como uma estratégia de assistência em saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS no município de Passo Fundo/RS”. O objetivo principal é formalizar a visita domiciliar como uma estratégia de assistência em saúde aos usuários vinculados as Estratégias de Saúde da Família (ESF) do município, na perspectiva de complementar e ampliar a forma de atendimento e acompanhamento destes usuários, contribuindo assim para a qualificação e aprimoramento do cuidado em saúde prestado. As visitas domiciliares são realizadas semanalmente pelos alunos bolsistas do Curso de Medicina da UFFS, que atendiam, no início de 2023, 38 idosos cadastrados no projeto, porém, no decorrer do ano, 20 novos idosos foram incluídos na lista de cadastrados, sendo o quadro atual composto por 58 idosos. Este aumento de idosos em acompanhamento se deve à busca ativa e mapeamento da região feitos pelos próprios alunos, além de que, conforme os idosos cadastrados recebiam as visitas, indicações de outros idosos para acompanhamento também foram ocorrendo, sendo estes seus familiares, vizinhos, amigos ou conhecidos, pois entenderam a importância dessa forma de acompanhamento. Durante as visitas foram coletadas informações sobre a situação de saúde, hábitos de vida, medicamentos de uso contínuo, presença ou não de algum sintoma clínico que evidenciavam algum processo patológico, entre outras. Essas informações serviram de base para as orientações de saúde que são prestadas no momento da visita e também definiram a forma de acompanhamento nas visitas posteriores. Quando detectada necessidade de orientação e/ou atendimento especializado, o acadêmico encaminha o idoso para atendimento na ESF, contribuindo para a resolutividade do problema identificado. Com o decorrer do projeto, pode-se evidenciar que o vínculo com os idosos se fortaleceu, pois já estavam familiarizados com a presença dos acadêmicos pelo bairro. Portanto, o projeto tem demonstrado um ganho significativo tanto para os acadêmicos quanto aos idosos, haja vista que estes se beneficiam do acompanhamento e da atenção individualizada que lhes é dada em âmbito domiciliar, enquanto àqueles desfrutam de uma forma de aprendizado diferenciada da tradicional, aprimorando suas técnicas de atendimento e relacionamento com o paciente, fortalecendo assim o vínculo entre universidade, comunidade e unidade de saúde. Além disso, tem-se como plano dar seguimento ao projeto neste ano de 2024, buscando envolver mais idosos nesta forma de acompanhamento.