Educação em saúde: Demandas da equipe de Estratégia de Saúde da Família sobre Cuidados Paliativos
Diante de um diagnóstico ameaçador à vida, pode-se observar inúmeras questões surgindo entre paciente, sua família e rede de apoio. Os Cuidados Paliativos (CP) é uma ciência que investiga como priorizar a qualidade de vida dos pacientes com doenças crônicas, buscando romper com os paradigmas até então observados frente ao agravo à saúde, à morte e ao morrer. Na Atenção Básica à Saúde (AB), especificamente na Estratégia de Saúde da Família (ESF), os CP podem aumentar sua abrangência e eficácia, devido ao vínculo territorial dos pacientes. O cuidado deve ser continuado na unidade de saúde e na sua residência, em uma atuação conjunta entre os profissionais técnicos e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Este profissional é a base da relação da ESF e a comunidade, proporcionando um elo entre usuário e a unidade de saúde. Este estudo visa expandir o conhecimento sobre os CP para os ACS na AB, sendo parte de uma dissertação de mestrado da autora principal e, também, enfermeira de uma unidade de ESF na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Foram reunidos a equipe técnica e os ACS de uma unidade de ESF para a produção de dados com o intuito de identificar os seus saberes sobre a temática, utilizando a metodologia da Análise Institucional, preconizando o rompimento do isolamento entre o ato de pesquisar e o momento em que a pesquisa acontece para a construção do conhecimento. A partir de uma demanda da equipe perante algumas situações de doenças crônicas na terminalidade da vida, foram realizados dois encontros com a participação de 16 profissionais entre equipe técnica e ACS. Através de indagações provocadas pela pesquisadora, o grupo pode expor suas dúvidas e também construir métodos facilitadores ao se deparar com casos de CP. O entendimento sobre a definição de CP estar ligado ao Câncer em estado terminal predominou durante o primeiro encontro, e baseado nesta colocação, apontou -se outras doenças como diabetes e Alzheimer, além da abordagem à família e ao paciente. Observou-se o pensamento que o CP acontece apenas no setor terciário da saúde, como em hospitais, onde colocou -se a reflexão que, entretanto, na AB temos muitos usuários com doenças crônicas. Surgiram pensamentos como os vínculos criados e a trajetória da história de vida dos usuários, trazendo a perspectiva de perda afetiva dos usuários, quando falecem. Deste modo, os encontros permitiram o avanço na temática, aproximando os ACS às novas definições sobre CP, além de proporcioná-los o momento de falas, que contribuiu para um raciocínio eficiente de como abordar estes cuidados não limitando -se somente aos CP na terminalidade de vida.