“VOCÊS TAMBÉM SENTEM QUE SÃO EXCLUÍDOS DA SOCIEDADE?”: Relatos de experiência de uma terapeuta ocupacional residente no cuidado em saúde mental para adolescentes na Atenção Primária à Saúde

  • Author
  • Susannah Calochorios Litvac
  • Co-authors
  • Ellen Cristina Ricci , Bruno Ferrari Emerich
  • Abstract
  • Grandes transformações causadas pela puberdade, novos papéis sociais, a pouca procura espontânea pelos serviços, riscos produzidos pela desigualdade e a incessante busca por sua identidade são alguns dos muitos desafios que permeiam a atenção à saúde dos adolescentes. A busca de conhecimento e atualização de modo constante se fazem necessários diante desse cenário. O seguinte trabalho aborda a experiência de uma terapeuta ocupacional residente em saúde mental e coletiva da Universidade Estadual de Campinas, objetivando a descrição e discussão das possibilidades de oferta de cuidado em saúde mental para adolescentes em dois centros de saúde do município ao longo do ano de 2023. A metodologia aplicada foi o estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência, sendo realizado um breve levantamento bibliográfico. A partir dos relatos registrados em diário de campo foi possível identificar a execução de atendimentos de referência para gestão e articulação do cuidado, atendimentos individuais em Terapia Ocupacional, acompanhamentos terapêuticos, atendimentos familiares, visitas domiciliares, acolhimentos periódicos em atendimentos compartilhados com profissionais da equipe de ESF e atendimentos em grupo para e com o público de adolescentes. De forma complementar, se constatou o desenvolvimento de projetos e reuniões intersetoriais com escolas e OSCs do território e discussões de casos com equipamentos intersetoriais. Por meio desta vivência se verificou a importância do cuidado intersetorial para a efetivação de intervenções integrais, da abordagem participativa e centrada no protagonismo como concretização de uma clínica ampliada e acolhedora e da residência como ferramenta para promoção de reflexão e novas práticas em seu campo de atuação. Adicionalmente, se evidencia a necessidade de estudo contínuo e troca entre profissionais. Por fim, foi proposta a atuação em saúde mental com adolescentes como um posicionamento clínico e político. Ser residente na APS e trabalhar com a adolescência se deu como um grande desafio. Proporcionou afetos, aprendizagens e momentos de crise. Instigou a autora sobre que profissional quer ser e qual é o SUS em que acredita, influindo de forma significativa em sua formação. Transitar por tantos serviços possibilitou a ampliação da visão sobre a saúde e o trabalho em rede, compreendendo que o trabalho se dá para além dos equipamentos e diretrizes, mas também no campo das relações.

  • Keywords
  • Adolescentes, Saúde Mental, Terapia Ocupacional
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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