Apresentação: Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada pelo Ministério da Saúde em 2010, há uma distribuição desigual da cárie dentária aos 5 anos entre as capitais e os municípios do interior do país. Um dos melhores parâmetros para avaliar e acompanhar a saúde bucal dos pré-escolares é a utilização do Índice ceo-d (número de dentes cariados, perdidos e obturados para dentes decíduos). Com efeito, esta pesquisa teve como objetivo traçar o perfil epidemiológico da cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico na primeira infância em um Centro Educacional Infantil vinculado ao Programa Saúde do Escolar, no município de Barreirinha, interior do Estado do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal e observacional, onde os dados foram coletados em 2023 por quatro acadêmicos do 10º período do curso de Odontologia calibrados previamente quanto à padronização de técnicas, por uma professora com expertise na área e que integrou o grupo da pesquisa. A coleta de dados foi realizada somente após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (Parecer Nº 5.699.561). Do total de 338 pré-escolares, 188 pré-escolares, entre 2 e 6 anos, entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), representando uma taxa de resposta de 55,6% dos pré-escolares da escola selecionada. Foram excluídos da pesquisa pré-escolares indígenas e em tratamento ortodôntico. Inicialmente, todos os pré-escolares foram convidados a participar de uma roda de conversa, na qual foram abordados temas relativos à técnica de escovação, ao uso inteligente do açúcar e sobre prevenção da cárie dentária. Em seguida, realizou-se o exame epidemiológico na própria escola, sob luz natural, seguindo a padronização da Organização Mundial de Saúde, sendo os dados registrados em fichas apropriadas. Resultados: Dos 188 pré-escolares, observou-se que 114 (60,6%) pré-escolares eram do sexo masculino e 74 (39,4%) pré-escolares eram do sexo feminino. Quanto à experiência de cárie dentária, os resultados mostraram que 74 (39,4%) dos pré-escolares estavam livres da doença cárie dentária, ou seja, com o ceo-d igual a zero. A média do ceo-d aos 2, 3, 4, 5 e 6 anos foram 1,25; 1,48; 2,56; 2,80 e 3,36, respectivamente. Logo, a média do ceo-d dos 2 aos 6 anos foi de 2,47. Para o componente cariado (c) mais prevalente, o resultado obtido foi de 59,6%. A necessidade de tratamento odontológico foi assim caracterizado: 74 (65,5%) necessitavam de dentística restauradora, 24 (21,2%) de exodontias, 13 (11,5%) de tratamento pulpar e 2 (1,8%) necessitavam de remineralização de mancha branca. No final, foi entregue uma relação com os nomes desses pré-escolares com maior necessidade de tratamento odontológico para a Equipe de saúde bucal, pois a escola faz parte do Programa Saúde na Escola, para que fossem atendidos. Considerações finais: Os resultados deste estudo apontam para a necessidade do fortalecimento de ações de educação em saúde no município de Barreirinha, a fim de prevenir o agravamento das condições de saúde bucal, como também reforçar as ações de prevenção da cárie dentária.
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