Apresentação: A Organização Mundial da Saúde estabeleceu metas a serem alcançadas em relação à saúde bucal de crianças, sendo uma dessas metas, o percentual de crianças livres de cárie dentária aos 5 anos de idade, com percentuais a serem alcançados de 50% e 90% em 2000 e 2010 respectivamente. No Brasil em 2010, foi encontrado um percentual de 46,6% de crianças livres de cárie aos 5 anos de idade, com média de ceo-d (cariados, perdidos obturados, dente) de 2,43. Este estudo teve por objetivo avaliar a ocorrência de cárie dentária e necessidade de tratamento na primeira infância em um Centro Educacional Infantil vinculado ao Programa Saúde do Escolar, no município de Barreirinha, interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal e observacional, onde os dados foram coletados em 2023 por quatro acadêmicos do 10º período do curso de Odontologia previamente calibrados por uma professora com expertise na área e que integrou o grupo da pesquisa. A coleta de dados foi realizada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (Parecer Nº 5.699.561). Do total de 338 pré-escolares, 188 pré-escolares, entre 2 e 6 anos, entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), representando uma taxa de resposta de 55,6%. Foram excluídos pré-escolares indígenas e em tratamento ortodôntico. O levantamento epidemiológico foi realizado na escola sob iluminação natural, de acordo com as normas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde. Ainda, foi realizada uma roda de conversa com as crianças participantes da pesquisa onde foram abordados temáticas relativas à prevenção da cárie dentária como técnicas de escovação e escolha de alimentos. Os dados coletados foram registrados em fichas próprias e foram analisados descritivamente por meio de médias e percentuais, utilizando-se o programa SPSS 20.0. Resultados: Dos 188 pré-escolares, encontrou-se 114 (60,6%) pré-escolares do sexo masculino e 74 (39,4%) do sexo feminino. Quanto à experiência de cárie dentária, 74 (39,4%) dos pré-escolares estavam livres da doença cárie dentária, ou seja, com o ceo-d igual a zero. A média do ceo-d aos 2, 3, 4, 5 e 6 anos foram 1,25; 1,48; 2,56; 2,80 e 3,36, respectivamente. Logo, a média geral do ceo-d foi de 2,47. Para o componente cariado (c) mais prevalente, o resultado obtido foi de 59,6%. A necessidade de tratamento odontológico foi assim caracterizado: 74 (65,5%) necessitavam de dentística restauradora, 24 (21,2%) de exodontias, 13 (11,5%) de tratamento pulpar e 2 (1,8%) necessitavam de remineralização de mancha branca. As crianças com necesidades de tratamento foram encaminhadas para a equipe de saúde bucal da unidade básica de saúde que atua na escola para tratamento e acompanhamento. Considerações finais: As metas da Organização Mundial da Saúde para 2000 e 2010 não foram alcançadas, havendo baixo percentual de crianças livres de cárie e elevado percentual de dentes com cárie dentária não tratada, evidenciando a necessidade do planejamento de ações de educação em saúde bucal, tratamento e acompanhamento da saúde bucal pelos profissionais que atuam no Programa Saúde na Escola no município.