O controle da tuberculose no Brasil é uma prioridade de saúde pública. A descentralização das ações de controle da tuberculose para a atenção básica à saúde necessita aprimoramento constante, por meio da horizontalização das medidas de prevenção e controle da doença, além da qualificação dos processos de trabalho e das equipes de saúde. Para o controle da tuberculose, a abordagem significativa através do uso de metodologias ativas e o trabalho das equipes saúde, com a interprofissionalidade, assegura profissionais qualificados e ações efetivas. Existe a necessidade de integração de saberes e de colaboração interprofissional, processos esses mediados pelos afetos para compreender o universo de trabalho das equipes de saúde. Neste estudo, visa-se a demonstrar como implementar ações de descentralização no controle da tuberculose na atenção básica à saúde com a elaboração de produtos a partir e com a finalidade de educação permanente em saúde. Trata-se? de um estudo de abordagem descritiva exploratória realizado no município de Serafina Corrêa, RS, com os profissionais de saúde e gestores que atuam na atenção básica municipal. A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de questionário semiestruturado. Buscou-se captar a percepção e conhecimento dos entrevistados referente ao Programa de Controle da Tuberculose, ampliar a compreensão da realidade vivida pelos profissionais quanto a execução dos serviços de controle da doença na atenção básica e a qualificação profissional sobre o assunto e aprofundar a questão das estratégias de controle da tuberculose na atenção básica. A necessidade de fomentar ações de educação permanente em saúde com os profissionais, relacionadas ao manejo dos indivíduos com tuberculose na atenção básica à saude do municipio estudado, foi evidenciada no estudo resultando na elaboração de materiais didáticos, na forma de guia prático, fluxograma e cartilha digital. Os produtos foram construídos com a participação ativa dos profissionais de saúde e gestores, atendendo a demanda das equipes de saúde, em oficinas realizadas nas unidades básicas de saúde, servindo de suporte nos processos de trabalho, assim como mediadores no processo de aprendizagem dos profissionais de saúde. A aprendizagem significativa, o trabalho interprofissional e a colaboração profissional permearam as atividades de construção dos produtos. Os encontros com os participantes, suas falas, o modo como cada um trabalha e se compromete com o trabalho, e as práticas das equipes proporcionaram um olhar ampliado sobre as reais necessidades e desafios vivenciados no cotidiano das equipes. Destacou a importância de espaços de educação permanente em saúde, com aprendizagem a partir da realidade local e comprometida com o coletivo, ressignificando o modo de produzir o cuidado. A colaboração ativa dos participantes nas oficinas demostrou que a educação permanente não finaliza, fica perpetuada, possibilitando novos processos e construções, com a sensação de que se tem muito a aprender e a ensinar. O estudo permitiu a elaboração e disponibilização de produtos técnicos capaz de impactar a forma de construção dos conhecimentos, fortalecer o trabalho colaborativo, contribuindo de forma significativa na aprendizagem dos profissionais de saúde e na qualidade dos serviços de saúde ofertados a população.