APRESENTAÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo descrever o racismo obstétrico, por ser uma realidade desafiadora, afetando mulheres negras e indígenas durante o parto. Apesar dos avanços na saúde materna, disparidades persistem, como a falta de comunicação respeitosa, violência obstétrica e negligência.
DESENVOLVIMENTO
Em meados do século XX há uma modificação nos costumes culturais onde que a transição da realização dos partos feitos em casa por parteiras para serem uma atribuição médica, visto que, se fazia necessário um profissional para a condução desse momento, pois, a mulher passava por um momento de sofrimento e traumatismos, sendo sujeito a complicações de risco. Este discurso desmistificou o parto como algo natural e feminino para o modelo tecnocrático onde que o processo é realizado por médicos, que eram todos homens.
A dinâmica colonialista não só descrita como período de “descoberta” e navegações, mas que contribuiu para o pensamento racista na sociedade, no qual os corpos negros de mulheres são dermacadas, inferiorizados, animalesco por uma cultura de branquitude, tem raizes na construção do descaso médico na realização dos partos de mulheres negras.
RESULTADOS
No Brasil, a taxa de mortalidade materna é mais elevada para mulheres negras, além disso, enfrentam maiores dificuldades de acesso aos cuidados pré-natais. Esses fatores combinados contribuem para o fenômeno do racismo obstétrico, que impacta negativamente mães negras, indígenas e amarelas. Esse tipo de violência é identificado por ser direcionado a grupos específicos da sociedade, resultando em disparidades significativas no cuidado e na saúde materna.
No início da história da cesárea no Brasil, testes eram realizados em mulheres pretas escravizadas, enquanto atualmente, mulheres negras são frequentemente negadas anestesia com base em estereótipos discriminatórios. O cirurgião José Maria Picanço é citado como o primeiro a realizar uma cesariana no Brasil em 1817, aplicando a técnica em uma mulher negra escravizada no Recife (PE). O corpo da mulher negra é estigmatizado e associado a estereótipos sexuais, resultando em discriminação e violência obstétrica. Expressões racistas, como "mulheres bomba" e comparações desumanizantes, revelam o racismo obstétrico presente no sistema de saúde, refletindo-se na falta de acesso à anestesia e ao número reduzido de consultas pré-natais para as mulheres negras.
Desse modo, é possível observar a interseccionalidade encontrada na violência obstétrica, baseada na desigualdade social por conta do gênero, raça.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, essas práticas violam direitos humanos e prejudicam a saúde física e mental das mulheres. Para superar esse problema, é essencial implementar políticas de equidade racial, treinamento para profissionais de saúde e garantir acesso universal a serviços de qualidade. O envolvimento das comunidades afetadas é fundamental para promover soluções que respeitem a autonomia e experiências das mulheres.