Apresentação: Na gravidez é crucial manter um cuidado especial com a saúde, incluindo a prevenção do câncer de colo do útero. Para isso, o exame preventivo, conhecido como Papanicolau ou citologia oncótica, pode ser feito em qualquer período da gestação, preferencialmente até o 7º mês, objetivando detectar precocemente alterações celulares no colo do útero, que podem indicar a presença de lesões pré-cancerosas ou cancerosas, além de infecções sexualmente transmissíveis, permitindo assim intervenções médicas oportunas e eficazes para garantir a saúde da mãe e do feto. Entretanto, rotineiramente os profissionais da saúde deparam-se com pacientes que desconhecem sobre importância da realização do citopatológico na gravidez, pensando por vezes que o exame pode prejudicar a gestação. Diante disso, o trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos do curso de graduação em enfermagem da Faculdade Serra Dourada, durante uma ação de educação em saúde realizada com um grupo de gestantes da Unidade Básica de Saúde do Cruzeiro, no município de Altamira, Pará. Desenvolvimento do trabalho: utilizou-se a metodologia da problematização, contextualizando os cinco passos do Arco de Maguerez, no qual os acadêmicos e a professora realizaram uma visita técnica à unidade básica de saúde no intuito de conhecer as problemáticas que norteavam a saúde do público-alvo, no caso as gestantes. Concretizando a dialética ação-reflexão-ação, os discentes realizaram uma roda de conversa com quinze gestantes, utilizando tecnologias educativas, como uma boneca que permite a simulação do Papanicolau, de modo que o público visualizou a técnica da coleta do preventivo e compreendeu que em nenhum momento o exame atinge o feto ou prejudica a gestação. Durante toda a atividade, os acadêmicos orientaram o passo-a-passo do método, bem como explanaram sua importância, utilizando recursos visuais e respondendo aos questionamentos que surgiram durante a atividade. Resultados: Evidenciou-se que as mulheres possuem conhecimento limitado sobre a aplicabilidade do exame. Algumas relataram desconhecer acerca da periodicidade do exame, da possibilidade de tratamento, durante o período gravídico, de inflamações do colo e outras infecções presentes no canal vaginal. Outras não sabiam sobre as orientações para coleta do exame, como abster-se de relação sexual e não fazer uso de ducha ou creme vaginal pelo 48 horas antes da coleta. Houve também questionamentos interessantes relacionados a idade em que pode iniciar a coleta do Papanicolau e qual o fluxo de atendimento dentro do Sistema Único de Saúde para o caso das pacientes que apresentarem neoplasias intraepiteliais cervicais. Considerações Finais: A ação permitiu a multiplicação de conhecimentos e a quebra de paradigmas sobre a temática, estimulando as gestantes a realizarem o exame para o rastreamento do câncer do colo do útero durante a gravidez. Ressalta-se, inclusive, que logo após a educação em saúde, algumas mulheres já ficaram na unidade básica para coleta do citopatológico. Além disso, a atividade contribuiu para a formação acadêmica, uma vez que estimulou o trabalho em equipe, e fortaleceu os elos existentes entre a universidade e a comunidade.