APRESENTAÇÃO: O trabalho escolar com crianças que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grande desafio para os professores na atualidade. O autismo, por se caracterizar pela alteração das funções de neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento, exige dos docentes a aplicação de métodos pedagógicos criativos que contemplem as especificidades do aluno e que promova a educação inclusiva. Para tal, é necessário que os professores estejam preparados para lidar com alunos autistas, entretanto, o cenário brasileiro mostra que a abordagem sobre o tema durante a formação docente ainda é precária, implicando em impactos negativos na educação regular de infantes com TEA. Diante disso, o trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos do curso de graduação em enfermagem da Faculdade Serra Dourada, durante uma capacitação realizada com um grupo de professores e orientadores de uma instituição de ensino infantil, no município de Altamira, Pará, Brasil. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Utilizou-se a metodologia da problematização, contextualizando os cinco passos do Arco de Maguerez, no qual primeiramente fez-se uma visita técnica à escola no intuito de conhecer as problemáticas que norteavam o processo de ensino-aprendizagem com alunos autistas. Concretizando a dialética ação-reflexão-ação, os discentes realizaram uma capacitação para corpo docente explanando sobre o conceito de TEA, os níveis de suporte, a diferença entre birra e crise, e quais recursos poderiam ser utilizados em sala de aula para facilitar o aprendizado. Durante a atividade os acadêmicos também ensinaram exercícios para promover a independência dos alunos e aprimorar habilidades que poderão influenciar na futura carreira profissional das crianças. Por último, foi disponibilizada para escola materiais pedagógicos para auxiliar na compreensão, participação e engajamento dos estudantes autistas. RESULTADOS: Evidenciou-se que os professores tinham muito interesse pela temática devido o conhecimento limitado sobre o assunto. Alguns relataram que nunca havia recebimento um treinamento sobre como lidar com estudantes autistas e que em decorrência disso, no dia a dia as dificuldades eram muitas. A parceira com os pais também foi citada como um dos desafios para a escola, uma vez que em muitos casos os pais negligenciam a sua responsabilidade de educar, incumbindo somente a escola esta tarefa. Ademais, foi perceptível a alegria e gratidão dos educadores ao receber os recursos didáticos confeccionados pelos acadêmicos, isto porque a escola não dispunha daqueles materiais, e agora estes serviriam como inspiração para a confecção de outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ação permitiu a multiplicação de conhecimentos sobre o tema, estimulando os docentes a concretizarem atividades em consonância com as capacidades dos alunos com TEA. Ressalta-se que durante a capacitação alguns professores levaram os estudantes autistas para sala e estes tiveram acesso aos recursos pedagógicos levados pela equipe. Isso possibilitou ao público-alvo ver ao vivo a aplicabilidade dos materiais e a sua importância para o desenvolvimento cognitivo, sensorial e motor da criança. Além disso, a capacitação contribuiu para a formação acadêmica, uma vez que estimulou o trabalho em equipe, e fortaleceu os elos existentes entre a comunidade e a universidade.