O presente trabalho trata-se de um relato de experiência de atividades desenvolvidas com um grupo de adolescentes diagnosticados com TEA (Nível 1 de suporte), com idade entre 12 e 16 anos, todos oralizados. Os referidos são assistidos em uma unidade especializada na cidade de Salvador (BA) financiada pelo Sistema Único de Saúde. As atividades realizadas no grupo são acompanhadas por uma equipe multiprofissional formada por Profissional de Educação Física, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. Na unidade percebemos um quantitativo de usuários com idades próximas, oralizados, ambos nível 1 de suporte com possibilidade de ampliar o tempo de atendimento na clínica. Partindo dessa observação surge a criação do atendimento em grupo, denominado “Grupo Cognição Social”, realizando encontros semanais em espaços externos. O objetivo terapêutico do grupo foi trabalhar a interpretação das emoções, dos profissionais e assistidos em situações cotidianas do dia a dia, somado a aquisição e ampliação de habilidades sociais. As atividades externas foram realizadas sem a presença dos genitores/acompanhantes com saídas para lugares, inicialmente, próximos à unidade. À medida que os adolescentes foram adquirindo elementos de identidade de grupo, habilidades sociais e seguimento de regras, as atividades foram sendo transferidas para lugares com maior distanciamento da unidade, a exemplo de: praias, museus, estádios de futebol, teatros e etc. Com o tempo de convivência, de troca de um com o outro e a frequência a ida a espaços sociais as questões emocionais começaram a aparecer, foram reconhecidas, refletidas e mediadas em grupo com a ajuda da equipe multiprofissional. Observamos, ao longo de dois anos de execução do grupo, que todos os usuários evoluíram com melhora na sua qualidade de vida a partir da aquisição de habilidades sociais, seguimento de regras de aprendizagem social, controle inibitório e regulação emocional. Os resultados alcançados nessa experiência demonstraram a possibilidade de obter experiências exitosas no SUS e nos convocam a pensar na necessidade de ampliar as políticas públicas de tratamentos ao TEA, com ampliação do tempo de intervenção.