Participação social em Saúde e a formação dos trabalhadores do SUS: relato de uma experiência nas terras de Araribóia (Niterói/RJ)

  • Author
  • Pedro Gebran Velloso Messias
  • Co-authors
  • Leandro Augusto Pires Gonçalves , Yuri Silva Ferreira de Souza
  • Abstract
  •  

    Nas instâncias de participação social em Saúde incidem demandas políticas e sanitárias tão  diversas  quanto  são  os  Brasis.  A  passagem  por  tais  instâncias  torna-se  relevante  para  a  formação  dos  profissionais  que  atuarão  no  SUS.  O  próprio  exercício  político  de  articulação  e  proposição  nessas  instâncias  torna-se  formador.  Neste  relato  de  experiência,  estudantes  integrantes  do  Diretório  Acadêmico  Barros  Terra  (DABT), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, e um professor do Instituto de Saúde Coletiva  (ISC/UFF)  contam  do  exercício  político  de  construírem  uma  Conferência  Livre  e  participarem  das  Conferências municipal, estadual e nacional de saúde, apontando o impacto formativo desse exercício.  Nossos objetivos são retomar e fortalecer a passagem de jovens em formação profissional nas instâncias de Participação Social em Saúde. 

    A UFF tem reconhecido protagonismo na construção da rede e das políticas de  Saúde  de  Niterói.  O  DABT  foi  e  é  importante  nesse  protagonismo.  Em  2022,  no  Simpósio  Preparatório  da  9a  Conferência  Municipal  de  Saúde  (CMS)  de  Niterói,  formulamos  e  aprovamos  propostas  com  foco  na  juventude  e  na  responsabilidade  constitucional  do  SUS  de  ordenar  a  formação  de  recursos  humanos  para  a  saúde. Em 2023, com o Diretório Acadêmico de Enfermagem e o ISC, o DABT organizou a I Conferência Livre em Saúde do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). Esta Conferência teve como objetivo recuperar e institucionalizar o debate e a participação social no HUAP, engajando a comunidade acadêmica, trabalhadores e usuários na CMS. Em seguida, o DABT apoiou a Rede Transvestis UFFianas, a realizar a Conferência Livre de  Saúde  LGBTQIA+.  Ambas  as  Conferências  Livres  resultaram  em  propostas  e  delegados  inscritos  para  a  CMS.  Na  CMS  de  Niterói,  o  DABT  se  articulou  e  conseguiu  incidir  nos  diversos  espaços  da  Conferência.  Como consequência, fomos convidados para a 9a Conferência Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Onde nos posicionamos quanto à ausência da juventude nesses espaços e pela necessidade de fomentar esta contribuição. Ainda  participamos  da  17a  Conferência  Nacional  de  Saúde,  como  delegados,  convidados  e  pesquisadores.  

    Fortalecemos  o  debate  sobre  o  ensino  dentro  da  rede  municipal  de  saúde,  reforçamos  a importância da presença dos estudantes nas instâncias de participação social, de trabalho e de aprendizado na  rede.  Recuperamos  parte  do  espaço  e  da  ação  do  movimento  estudantil  como  construtor  ativo  do  SUS.  São propostas formuladas por nós (DABT/ISC) nesses espaços: institucionalizar a participação de estudantes nos Conselhos de saúde, criação do Conselho Local no HUAP, novas ações e serviços do hospital a partir das demandas da rede municipal, entre outras. Entramos em contato com o funcionamento prático, financeiro e político da rede municipal e estadual de saúde e dos movimentos sociais. Desenvolvemos habilidades políticas, formativas  e  profissionais.

      A  nossa  participação  nos  espaços  mencionados  revelou  a  ausência de jovens e estudantes neles. Fomos recebidos com surpresa e comemorados, simultaneamente fomos assediados por grupos interessados, com uma tentativa de tutela sempre à espreita. Até isso é formativo: não render à tutela, sustentarmos as pautas, sem desconsiderar o conflito, apostar em coletivos políticos engajados e na consolidação de habilidades políticas que levaremos para a vida,

  • Keywords
  • Participação social, Movimento estudantil, Conferência de saúde, Juventude
  • Subject Area
  • EIXO 4 – Controle Social e Participação Popular
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