Apresentação: A pandemia covid-19, exigiu enorme esforço dos gestores hospitalares e de serviços de enfermagem, desafiando-os a agir e pensar fluxos de atendimento de maneira rápida, aplicar os princípios os científicos envolvendo a mobilização de competências profissionais, administrativas, sociais e emocionais entre outras, visando que o serviço pudesse acolher de maneira rápida essa nova demanda de atendimento. Importou compreender a realidade e as formas de ação cotidiana que os enfermeiros gestores, vivenciaram, em face às demandas por cuidados de enfermagem das pessoas acometidas pela covid-19, em contexto de pandemia. Convocou-se o enfermeiro e gestor a refletir sobre as limitações e a complexidade do cuidado de enfermagem, colocando esse profissional diante de dois fenômenos já experienciados historicamente pela profissão – o medo da morte e do contágio. Já tida como uma das maiores pandemias na história da humanidade, a covid-19 teve sua gravidade e desafio humanitário comparável às grandes pandemias já experienciadas anteriormente. Objetivo: Analisar os desafios postos ao gestor de enfermagem de um hospital universitário na etapa de planejamento e adequação da estrutura hospitalar e insumos, dimensionamento e treinamento de recursos humanos de enfermagem, para promoção da assistência às pessoas acometidas pela covid-19 durante a pandemia em 2020, na fase inicial e de maior complexidade, devido ao desconhecimento e desdobramentos da evolução clínica dos pacientes contaminados e dos inúmeros afastamentos ocorridos dos profissionais. Desenvolvimento: Trata-se de um relato sistemático de experiência sobre o processo de implantação de fluxo de atendimento e tratamento em um hospital universitário a pessoas acometidas pela covid-19, tirando dessa experiência, lições para o ensino de enfermagem, expressando-as por meio de uma “Carta Pedagógica”. Resultados: Com esse estudo, objetivou-se transmitir aos futuros enfermeiros a experiência vivida por um gestor de enfermagem hospitalar sobre as principais demandas gerenciais para implantação de atendimento a pessoas acometidas pela covid-19, contribuindo com a formação de enfermeiros ao lidar com pandemias, além do conhecimento das estratégias administrativas estruturais e assistenciais, para possibilitar a manutenção da saúde física e mental dos profissionais envolvidos que atuaram na linha de frente da assistência e ainda, entender o papel social enquanto agentes de saúde. Considerações Finais: No contexto experienciado ao processo de (re)organização estrutural e de condutas, pautadas em normas, rotinas e protocolos, foi percebido que a Equipe de Enfermagem, mesmo que assustada por estar no front, abarcou no processo de trabalho, buscando (re)aprender medidas preventivas, para manter/prestar uma assistência segura para si e para o outro. Foram semanas de grande aprendizagem e crescimento profissional/pessoal, tanto na prática como emocional, onde exacerbou a empatia, a organização e a busca de ações preventivas para tomada de decisões. O medo, a insegurança, o estresse, a angústia, o desânimo e o cansaço se apresentavam fortes em muitos momentos do desenvolver das ações de gestão. Percebeu-se que quando a equipe de enfermagem se encontra inserida ao processo de trabalho, tendo como base os protocolos institucionais, buscando mecanismos para o desenvolvimento de uma prática segura, isenta de riscos à saúde do usuário, ela garante em suas ações uma conexão com o outro.