O Brasil é composto, em sua maioria, por indivíduos autodeclarados pardos e negros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022), 203 milhões de pessoas constituem o nosso país que, por sua vez, é repleto das mais diversas raças, culturas e crenças. No entanto, certos grupos populacionais são negligenciados em diversos aspectos em nossa sociedade. A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) de 2009 foi um marco importante ao estabelecer diretrizes para a promoção da saúde e a prevenção de agravos de pessoas pretas e pardas, propondo ações para mitigar as barreiras de acesso ao sistema de saúde. No entanto, ainda há muita desigualdade em nosso país, uma vez que vivemos sob o mito da democracia racial, o que causa adoecimento da nossa população. Dado que a população negra não recebe atenção às suas especificidades, o atendimento torna-se pouco resolutivo, contribuindo para o desenvolvimento de comorbidades prevalentes nesta população. Objetivo: Identificar a relação entre o racismo e a saúde da população negra no Brasil. Método: Estudo de revisão integrativa da literatura de caráter qualitativo. A coleta de dados foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde e os artigos que abordassem a temática referente à saúde e racismo foram selecionados e distribuídos em uma tabela para a análise dinâmica de dados. Resultados: Utilizando os descritores "Saúde" e "Racismo", foram identificados 33 artigos. Após a aplicação dos critérios de exclusão, foram excluídos artigos que não eram de livre acesso, que não estavam disponíveis no meio digital e na íntegra, que não retratassem a realidade brasileira e que não abordassem a saúde da população negra e o racismo, foram incluídos 24 artigos, distribuídos nas seguintes categorias: Racismo Institucional (12), Saúde Mental (7), Políticas Públicas (3) e Iniquidades (2). Nesta pesquisa, não foi estabelecido um recorte temporal específico; portanto, os anos com maior produção foram 2022 (6), 2021 (2), 2020 (3), 2019 (4) e 2012 (3). Os principais tipos de artigos encontrados foram de revisão bibliográfica (3), estudo qualitativo (6), estudo epidemiológico (2) e documental (1). Considerações finais: Os resultados da presente revisão demonstram a importância da formação sobre o racismo e suas causas, dado que o desconhecimento de políticas públicas e do racismo causam desfechos desfavoráveis à saúde da população negra. É importante incentivar a inserção de docentes negros nas universidades para fomentar a temática e promover uma produção acadêmica de qualidade. Há um déficit na produção a respeito deste grupo populacional, no que diz respeito à saúde da população negra. Por fim, todos esses achados confirmam a relação da precariedade da saúde da população negra com os mais diversos tipos de racismo existentes na sociedade contemporânea.
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