Apresentação: Durante o sexto período do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, proporcionou-se atividades supervisionadas no Serviço de Oncologia-Radioterapia, oportunizando aos estudantes aprendizagem/conhecimento ao tratamento com radiações ionizantes. Essas radiações, em forma de partículas ou ondas eletromagnéticas ao interagir com a matéria é capaz de “arrancar” elétrons da região irradiada. Sendo assim, tal interferência danifica a estrutura celular, interferindo no crescimento tumoral e metástase durante a aplicação o paciente não sente dor, mas efeitos adversos sistêmicos e locais podem suceder após o tratamento, tais como: enjoos e radiodermites, geralmente após 15 dias de tratamento, esses sintomas costumam aparecer no local irradiado. A equipe multidisciplinar deste setor oferece suporte abrangente aos pacientes, inclusive pós-alta, com acompanhamento de profissionais como nutricionistas . Os enfermeiros desempenham um papel crucial, realizando consultas de enfermagem antes mesmo do tratamento começar para explicar procedimentos, discutir alterações necessárias na rotina diária, orientar sobre cuidados e efeitos colaterais, e manter uma comunicação contínua para acompanhar o progresso do tratamento. Antes de realizar o procedimento é feito uma tomografia para demarcar o lugar que vai ser irradiado, na maioria dos pacientes é feito uma espécie de marcação para sinalizar o local, porém portadores de CA de cabeça e pescoço existe uma máscara com um plástico maleável, é feito a sinalização na mesma para determinar onde vai ser feita e intervenção. Durante o semestre, foi realizado um trabalho com foco em analisar a unidade de estágio e coletar dados sociodemográficos dos usuários em tratamento, ou seja, caracterização da população, tomando por base o número de pessoas residentes em domicílios urbanos e rurais. Nesta tarefa, acompanhamos oito pacientes, observando suas experiências e trajetória ao longo do tratamento no serviço ofertado totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Apresentar o perfil sociodemográfico dos pacientes acompanhados pelos acadêmicos do 6° semestre da Universidade Federal de Pelotas, no período de Junho a Agosto de 2023. Desenvolvimento:Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos em estágio curricular inseridos na Unidade Oncológica de Radioterapia do He-UFPEL-EBSERH, Pelotas, Rio Grande do Sul, dissertando sobre as vivências no ambiente do serviço e relacionando a brasileira e regional, bem como, não obstante, a elaboração do levantamento do perfil sociodemográfico de pacientes atendidos pelos discentes, sendo compilado em um trabalho de conclusão do semestre que será apresentado a banca de professoras do semestre letivo de 2023/1. Além de informações referente a planta da radioterapia conforme RDC N° 20, de 2 de Fevereiro de 2006, que orienta sobre as instalações e operações das unidades de radioterapia. Esta vivência proporcionou focalizar a gestão integrada do cuidado entre a radioterapia e a unidade de quimioterapia, destacando como essa sinergia melhora a continuidade do tratamento para os pacientes oncológicos. incluiu o dimensionamento de profissionais necessários para manter a alta qualidade do serviço prestado, bem como o sistema eficiente de solicitação de materiais que assegura a disponibilidade de todos os recursos necessários para os tratamentos. Foi possível também examinar os diferentes quadros clínicos dos pacientes atendidos, as indicações específicas para radioterapia baseadas em diagnósticos precisos, e os diagnósticos de enfermagem que são cruciais para o planejamento e execução do cuidado. Outro ponto a destacar foi a utilização de materiais de apoio durante as consultas de enfermagem, que são essenciais para educar e preparar os pacientes e suas famílias para o tratamento. Além disso, com este estudo detalhou-se o fluxograma do paciente dentro da unidade, mostrando o percurso desde a admissão até a conclusão do tratamento, e discutiu-se os projetos em andamento que visam melhorar e inovar os serviços oferecidos pela Unidade de Radioterapia. Para embasar teoricamente suas observações e análises, os acadêmicos realizaram uma extensa revisão bibliográfica sobre radioterapia, utilizando bases de dados como o Scielo e a Biblioteca Virtual em Saúde. Utilizando descritores como "radioterapia", "enfermagem", "Brasil" e "Rio Grande do Sul", os mesmos foram determinantes para contextualizar suas experiências práticas dentro das tendências e práticas atuais no campo da oncologia radioterápica, tanto no âmbito regional quanto no nacional. Por meio deste estudo, os estudantes não só avançaram sua proficiência técnica e conhecimento na área, mas também contribuíram significativamente para a base de conhecimento sobre o tratamento oncológico na região sul do Brasil. Resultados: O perfil sociodemográfico dos pacientes acompanhados na radioterapia indicava que 50% eram do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Quanto às suas profissões, 12,5% eram feirantes, 37,5% agricultores, e 50% donas de casa. A idade dos indivíduos variou de 37 a 83 anos, sendo a idade mais comum 66 anos. Em relação ao estado civil, 50% eram viúvos(as) e 50% casados(as). Nos dados apresentados, observou-se que a maioria dos pacientes realizava tratamentos que variaram entre 10 a 33 frações de radioterapia, considerando que o tratamento pode durar até dois meses. A maioria dos pacientes foi questionada sobre sua doença e o impacto que isso tinha em sua vida cotidiana, levando em consideração que, dependendo da localização e extensão do câncer, o paciente pode necessitar de algumas restrições durante o tratamento. A maioria dos pacientes não tinha restrições a atividades e estava ciente da complexidade de sua doença. Considerações Finais: Este estudo sobre a Unidade de Radioterapia da Universidade Federal de Pelotas ofereceu uma visão detalhada sobre a implementação e o impacto da radioterapia em pacientes com diferentes tipos de câncer. A análise do perfil sociodemográfico dos pacientes revelou uma distribuição equitativa por gênero e variada em termos de ocupação, idade e estado civil, o que reflete a diversidade da população atendida no período do estudo. Os resultados demonstraram que, apesar da gravidade das neoplasias, a maioria dos pacientes mantinha a vida com poucas restrições, sugerindo uma boa gestão dos tratamentos e do suporte oferecido pela unidade. A integração da teoria com a prática clínica permitiu aos estudantes uma compreensão profunda dos desafios enfrentados pelos pacientes durante o tratamento de radioterapia, bem como das estratégias de manejo utilizadas pela equipe multidisciplinar para mitigar os efeitos adversos e promover a qualidade de vida. Este estudo não apenas enriqueceu a formação acadêmica dos estudantes, mas também contribuiu para a melhoria contínua dos serviços ofertados, evidenciando a importância de um acompanhamento de qualidade, detalhado, humanizado no tratamento oncológico e disponível no SUS.