Apresentação: É amplamente reconhecido que a dinâmica do Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta desafios na constante relação usuário e equipe de saúde. A busca constante da equidade através da inclusão de gestores, trabalhadores e usuários nos processos de gestão e procedência de cuidado é uma realidade complexa no SUS. Desenvolvimento: O estudo envolveu uma abrangente revisão da literatura, explorando as características dos diferentes modelos de relacionamento e suas evoluções. Além disso, foram realizadas entrevistas com usuários do SUS, proporcionando um espaço para compartilharem suas experiências e percepções, enfocando a relação com os médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS). No contexto do SUS, o aporte insuficiente dificulta mas não impossibilita um atendimento de excelência. Uma relação positiva entre equipe e usuário no SUS contribui para uma melhor compreensão das necessidades e expectativas dos usuários do sistema, isso permite uma abordagem mais individualizada e centrada no usuário. Sentir-se acolhido e ouvido pode trazer segurança em momentos de vulnerabilidade. Portanto, investir na construção de uma relação usuário-médico humanizada no SUS não é apenas uma questão de ética e respeito aos direitos dos usuários, mas também uma estratégia fundamental para a eficácia e sustentabilidade do sistema de saúde como um todo. A medicina baseada em evidências caracterizada por estar centrada na doença, com foco na patologia e uma abordagem reducionista, é considerada desatualizada para promover uma relação usuário-médico eficaz. É primordial ir além das vantagens, suas desvantagens incluem a falta de consideração pelo usuário como um todo, priorizando apenas a intervenção médica é necessário buscar o que é preconizado nas conferências de saúde, o médico humano, centrado no usuário que surge como o ideal para estabelecer uma relação mais positiva e humanizada entre médico e usuário. Resultados: Durante a pesquisa, diversos usuários foram entrevistados nas salas de espera de UBSs. Por meio de um roteiro semiestruturado, os usuários puderam falar sobre suas experiências e relações com médicos e equipe do SUS. Houveram vários relatos em que a relação usuário-médico era satisfatória, mas alguns usuários mencionaram que a agilidade nas consultas resultava em distanciamento e até sensação de não serem tratados como um todo e sim com foco somente na doença. O distanciamento devido à rapidez das consultas indica uma tensão entre a necessidade de eficiência no atendimento e a qualidade da interação usuário-médico. Ademais, ocorreram depoimentos de displicência por parte de alguns membros da equipe no tratamento de suas necessidades. No entanto, em sua grande maioria, os usuários demonstraram compreensão e satisfação razoável considerando ambiente e número de usuários atendidos. Considerações Finais: As respostas à pesquisa mostraram que muitos usuários relataram satisfação com a relação com médicos e equipe do SUS, embora alguns mencionaram distanciamento devido à rapidez das consultas e desatenção de alguns profissionais. É crucial enfatizar a importância da empatia e da escuta ativa dos profissionais de saúde para uma relação usuário-médico humanizada, equilibrando eficiência e cuidado personalizado. O modelo de relação ideal considera não apenas cuidado biológico, mas também aspectos psicológicos, sociais e culturais, garantindo um cuidado integrado.