Apresentação: O exercício da medicina de excelência deve ser baseado em conhecimentos técnico-científicos e da prática da ética profissional. Nesse sentido, é fundamental a garantia da proteção da dignidade, identidade e integridade do paciente. Dessa maneira, torna-se imprescindível identificar o papel dos acadêmicos de medicina diante de questões éticas na prática ao longo de sua formação. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura com pesquisa na base de dados Pubmed com o uso dos termos: “medical”, “students”, “ethical” e “Brazil” utilizando o operador boleano “AND”. Foram encontrados 69 resultados, dos quais 9 foram selecionados. Os filtros utilizados foram de trabalhos nos idiomas português e/ou inglês, publicados nos últimos 5 anos. Resultados: As principais queixas de usuários do sistema de saúde estão associadas à falta de humanização na prática médica, incluindo a limitada visão do paciente como a fragmentação do corpo humano em órgãos e sistemas em detrimento do indivíduo como um todo, representando uma grave violação do Código de Ética Médica no tangente ao respeito e zelo pelo bem-estar do paciente. As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação em Medicina, homologadas pelo Conselho Nacional de Educação, em 2001, incluem atualização das bases para a formação médica com perfil generalista, tendo como foco a aquisição de conhecimentos teóricos e humanizados, com ênfase na integralidade da assistência, da responsabilidade social e da valorização da dignidade humana. Nesse sentido, o Código de Ética dos Estudantes de Medicina, criado no ano de 2016, defende a prática das atividades com total respeito ao ser humano, sem discriminação de qualquer natureza e protegendo a privacidade do paciente, esteja vivo ou morto. Considerações finais: Evidencia-se a necessidade de fortalecer o ensino da ética e bioética nas diversas disciplinas do curso de medicina, tendo em vista a formação de médicos aptos a realizar análises críticas e éticas e tomar condutas moral e humanamente corretas, que busquem a autonomia do indivíduo. Nesse sentido, ao instigar o desenvolvimento de habilidades de comunicação, inclusão e humanização, é possível tomar a perspectiva do indivíduo como um todo complexo, com singularidades psicossociais, econômicas e familiares, possibilitando análise do contexto que ele está inserido e o seu grau de vulnerabilidade. Consequentemente, ocorre o fortalecimento da relação de cuidado, propiciando um ambiente em que haja mais cooperação e adesão às medidas terapêuticas recomendadas, além da manutenção de relação de respeito e confiança, que de fato aludem ao exercício de uma medicina humanizada.