INTRODUÇÃO: Na cidade de Itabuna – BA o número de imigrantes venezuelanos tem aumentado nos últimos três anos, os quais se caracterizam por dialeto indígena, em sua maioria por crianças e adultos jovens, não apresentam vacinação preconizada no Brasil, problemas odontológicos, ausência de diagnóstico acerca de doenças crônicas não transmissíveis e falta de acompanhamento de pré-natal, puericultura e saúde sexual e reprodutiva.Devido o elevado risco de adoecimento e contato cultura diferentes dos seus, podendo causar adoecimento não só deles, mas ameaçar a saúde de todo o território e, considerando a diferença política, social e cultural dos imigrantes venezuelanos, a equipe multiprofissional de saúde, em parceria com a vigilância epidemiológica, desenvolveram estratégias próprias par aatendimento. Objetivo geral: realizar a cobertura vacinal preconizada no Brasil para toda população de imigrantes venezuelanos. Metologia: Trata-se de relato de experiência, descritivo e observacional, desenvolvido pela equipe de saúde da família, ESF Dr. Nilton Ramos no período de outtubro de 2024. RESULTADOS: Iniciamos como primeira estratégia, a vacinação no local do abrigo, entretanto, devido a falta de hábito vacinal, a vacinação acabou gerando uma má impressão pelos imigrantes. Além disso, a quantidade mínima de vacina administrada, em torno de quatro vacinas por pessoa, acabou resultando em resistência à sua aplicação.Após um mês, quando retornamos para novo ciclo de vacinas não fomos aceitos pelos imigrantes, os quais afirmaram que elas causaram dor, febre e que as crianças passaram dias sensíveis.Diante deste quadro uma nova forma de vacinação foi realizada: ao acionarmos a psicóloga e a assistente social responsável pelo acompanhamento do grupo, iniciamos um trabalho de conscientização sobre a importância da imunização, e , mesmo não aceitando mais de duas vacinas a serem administradas, conseguimos que os núcleos familiares acompanhados pelos trabalhadores da secretaria de assistência social se dirigissem, de forma gradativa (uma família por turno) até à ESF para as aplicações, sempre na presença da psicóloga ou da assistente social. CONCLUSÃO: O cuidado em saúde aos imigrantes deve seguir a legislação vigente no país de destino, entretanto, assisti-los requer uma adequação do processo de trabalho da equipe de saúde da família de forma a atendê-los considerando sua cultura e hábitos, os quais devem ser observados a fim de assegurar cuidado holístico e integral em todos os ciclos de vida. Em virtude dos fatos mencionados a atenção à saúde aos venezuelanos tornou-se um desafio aos trabalhadores perpassando em relação a articulação dos cuidados ofertados no Brasil e os hábitos e costumes daquela população.Portanto, independente de serem ou não imigrantes todo e qualquer indivíduo deve ter o direito à saúde assegurada e todos os trabalhadores devem respeitar as crenças e diferenças culturais existentes.
