Apresentação: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças com maior morbimortalidade, podendo gerar inúmeras sequelas físicas, cognitivas e emocionais, além de estar dentro da segunda maior causa de óbito no Brasil. Conforme o local e intensidade da lesão, que pode ser isquêmica ou hemorrágica, a apresentação clínica pode ser diversa - o que, somada a incapacidade do tecido nervoso de se regenerar completamente após o dano, torna imprescindível seu diagnóstico e atendimento imediato. Assim, pode-se mitigar as sequelas do quadro e maximizar a reabilitação do paciente. Desse modo, o objetivo deste estudo é avaliar a prevalência e o perfil dos casos de AVC assistidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 192 na Região Metropolitana da Grande Vitória-ES (RMGV). Desenvolvimento do Trabalho: Estudo observacional transversal, realizado a partir da análise dos dados coletados da Central de Regulação Médica das Urgências do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 do Espírito Santo quanto às vítimas de AVC na RMGV, nos anos de 2020 e 2021. Variáveis qualitativas e quantitativas foram utilizadas para avaliar a prevalência e os fatores associados aos casos por meio de análise estatística. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, com o parecer 4.308.858. Resultados: A prevalência do AVC assistido pelo SAMU 192 na RMGV foi de 5,8% entre as 37.765 emergências clínicas registradas nos anos de 2020 e 2021. Totalizou-se um total de 2.195 indivíduos acometidos pela doença, sendo o perfil dessas vítimas: mulheres (52,1%), idosas (74,6%), com uma idade média de 69 anos e faixa etária IBGE mais prevalente 75 anos (39,1%). O perfil das ocorrências prevaleceu no ano de 2021 (50,9%), no dia de sexta-feira (16,2%), durante o plantão diurno (72,2%), no município de Vila Velha (25,8%), com origem no domicílio (95,3%), se tratando de um estado crítico presumido pelo médico regulador (71,7%). O atendimento foi majoritariamente pela equipe da Unidade de Suporte Básico (USB) (87,8%), com transporte para serviço de saúde (79,9%), tipo hospitalar (40,2%) público (83,2%). A prevalência do óbito no ambiente pré-hospitalar foi de 0,2%. Considerações Finais: A caracterização do perfil dessas vítimas de AVC permite que políticas públicas voltadas para conscientização sejam elaboradas e realizadas conforme a necessidade da população. Evidenciou-se o enfoque necessário entre as mulheres acima de 75 anos, quanto ao controle de fatores de risco e medidas preventivas. Atitudes voltadas para assegurar um atendimento rápido e eficaz ao AVC, são essenciais para reduzir sua incidência.