SAÚDE DE MULHERES IMIGRANTES NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: ANÁLISES PRELIMINARES

  • Author
  • Priscila Pavan Detoni
  • Co-authors
  • Kyara Borgheti , Stéfanni Vargas Silveira , Eliana Paula Brentano , Fabiana Schneider
  • Abstract
  • Apresentação: O aumento da população de mulheres imigrantes no Brasil e consequentemente como usuárias no Sistema Único de Saúde (SUS), torna-se uma demanda de cuidado, especialmente, na Atenção Básica (AB), porta de entrada e ingresso aos correspondentes serviços. 

     

    Objetivo: Este estudo realizado a partir da análise de territorialização e demandas em saúde na Residência Multiprofissional de Saúde em Família tem como objetivo compreender o entendimento das mulheres imigrantes sobre a saúde da mulher na AB em duas Estratégias de Saúde da Família em um município do interior do Rio Grande do Sul. Essa pesquisa se encontra em curso nos serviços de atendimento junto aos campos de prática da residência. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo exploratório de abordagem metodológica qualitativa do tipo pesquisa-intervenção com ferramentas de diário de campo das pesquisadoras, questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas com mulheres imigrantes pertencentes aos territórios de saúde, mediante consentimento. Resultados: Ao longo do diagnóstico territorial das residentes pesquisadoras, identificou-se que os territórios estão ocupados por mulheres haitianas e venezuelanas, ao qual buscam  as ESFs geralmente quando estão gestantes ou para acompanhar seus filhos em consultas, surge então a necessidade de conhecer melhor as demandas de saúde e aspectos culturais dessas mulheres. Nas análises preliminares, via diários de campos, foi possível identificar vulnerabilidades e violações de direitos, algumas imigrantes realizam pela primeira vez o exame citopatológico, e outras que nem conhecem o exame, além de que muitas delas não possuíam acesso aos serviços de vacinação, acompanhamentos ginecológicos, obstétricos e distribuições de medicações básicas, nos seus países de origem. Muitas das mulheres imigrantes sofrem com situações de violências, refúgio e desemprego, privilegiando a inserção do trabalho masculino migrante nas indústrias locais, somada a angústia em relação aos familiares que estão em situação de maior vulnerabilidade nos seus países de origem. Apesar das moradias precárias e das lógicas patriarcais vividas por essas mulheres imigrantes, existe o apoio comunitário entre elas e também de instituições religiosas que ajudam a suprir o risco de insegurança alimentar de suas famílias. Essas mulheres reconhecem o SUS como importante para elas e suas famílias, mas ainda desconhecem parte do seu funcionamento, o que se pretende explorar melhor nas entrevistas individuais. As equipes de saúde ainda estão em processo de adaptação para melhor acolher essas mulheres devido às dificuldades em relação a comunicação e tradução dos idiomas, dificultando o acesso e compreensões. Considerações finais: Espera-se com este estudo, fomentar integralidade e equidade na saúde dessa população. Através do maior conhecimento das demandas de saúde e perspectivas culturais das mulheres imigrantes, será possível incluir ações de educação permanente para as equipes em relação aos hábitos culturais das mulheres imigrantes para acolhimento e cuidado integral em saúde. Bem como, ao realizar essa pesquisa, estaremos aproximando as mulheres imigrantes dos serviços disponibilizados na saúde da mulher  pela AB no SUS, recorrendo a educação popular em saúde para toda comunidade como forma de devolutiva final da pesquisa intervenção para diminuição das discriminações sexuais, raciais, de gênero e xenófobas nos territórios de saúde. 

  • Keywords
  • mulher, imigrante, saúde, Atenção Básica, direitos humanos.
  • Subject Area
  • EIXO 7 – Rotas Críticas - Narrativas de Violência Contra a Mulher
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