As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade no Brasil. Portanto, na Atenção Primária em Saúde (APS) os cuidados para as condições crônicas precisam de protagonismo. As equipes da APS diariamente encontram múltiplos desafios na abordagem integral a esses usuários, pois precisam lidar com cultura, estigmas e fatores que perpassam uma simples prescrição médica, uma única profissão em saúde não é capaz de lidar com essa complexidade sozinha. Nesse sentido, a educação interprofissional precisa ser pauta dentro das universidades e a Estratégia Cardiovascular (ECV) é um tema vasto para sua aplicabilidade. Este trabalho descreve um relato de experiência de uma unidade de saúde da família, que utiliza grupos operativos com foco na interprofissionalidade. Uma abordagem educacional multidirecional, envolvendo o estudante de saúde, o preceptor e a comunidade. O objetivo desta relato de experiencia é descrever as atividades educacionais interprofissionais nos grupos operativos para a estratégia cardiovascular (ECV) utilizando metodologias ativas para o ensino na APS. A unidade de atenção primária foco dos grupos operativos da ECV é constituída por cinco equipes de estratégia de saúde da família, sendo também cenário do programa de educação para o trabalho na saúde (pet-saúde), do rodízio do internato médico de saúde coletiva e da residência de medicina de família e comunidade. Os eventos foram planejados de forma temática mensalmente, no mês de junho foi realizado uma festa junina para os usuários, onde, todo o planejamento e estruturação foram elaborados pelos profissionais de saúde desta unidade e todos os alunos inseridos neste cenário, com apoio também da própria comunidade. Realizado na praça publica, o evento contou com seis tendas, cada uma com um foco específico, trabalhando com a população hábitos, modo e estilo de vida, para a garantia de uma saúde integral. Além de barraquinhas com distribuição de comidas típicas mais saudáveis, foi realizada uma aula de forro e uma quadrilha formada por profissionais de saúde, alunos e comunidade a denominada “Quadrilha do Coração”. Ao final do evento em uma roda de avaliação, todos os envolvidos colocaram uma fala do que conseguiram aprender com a vivência. Por fim, os grupos operativos realizados nesta unidade tem uma representatividade de mais de cem pessoas, as trocas entre estudantes e seus preceptores desde o planejamento ao desenvolvimento trazem a interprofissionalidade e inspiram mais equipes da APS regional, provocando uma nova forma de cuidar e ensinar, com mais participação do usuário sobre si e suas necessidades, gerando autonomia. Com mais interação das diferentes profissões em saúde e seus estudantes, aprendendo a trabalhar juntas e integradas para o alcance das necessidades do SUS.