Apresentação: o Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído por políticas públicas de atenção à saúde sustentada pelos princípios da universalidade, equidade, integralidade, descentralização e participação social. Para sua efetivação é necessária à parceria entre diferentes setores, neste contexto entende-se que é nas relações intersetoriais que se estabelecem atividades de educação em saúde para a construção da cidadania através de práticas favoráveis a saúde. Logo se percebe a importância das escolas como um espaço promotor da saúde por meio das práticas pedagógicas que consideram a autonomia do sujeito. O presente trabalho tem como objetivo: analisar como os professores das séries iniciais do ensino fundamental da rede pública abordam em aula o tema transversal de saúde e suas conexões com as ações de vigilância em saúde e SUS. Desenvolvimento do trabalho: pesquisa qualitativa, do tipo exploratório-descritiva, realizada com 18 professores do ensino fundamental I, da rede pública de um município litorâneo do extremo sul catarinense. Após aprovação do estudo pelo Comitê de Ética, sob o parecer n. 5.011.594/2021, o trabalho de campo ocorreu de out/dez-2021 por meio de entrevista semiestruturada e observação direta nas atividades de ensino. Para análise dos dados utilizou-se a técnica de análise temática de conteúdo, na qual se estabeleceu categorizações no sentido de agrupar elementos, ideias ou expressões em torno de um conteúdo capaz de explorar as informações obtidas. Resultados: a partir da análise dos dados emergiram duas categorias: Categoria 1: SUS e Vigilância em Saúde: conexões com ações de promoção da saúde em escolas; Categoria 2: Educação Permanente em Saúde: uma aposta no apoio aos professores para a educação em saúde. A análise e discussão dos dados indicaram a necessidade de desenvolver trabalhos por meio de projetos escolares com integração curricular sobre a educação em saúde, pois não há por parte dos professores e escolas um planejamento sobre a temática saúde organizado de forma intersetorial. As ações ocorrem de forma pontual, quando sentem a necessidade de abordar o referido tema. Ainda é percebido que os professores desconhecem as ações desenvolvidas pela equipe da Vigilância em Saúde tornando necessária a prática da educação permanente em saúde como apoio a práticas de educação em saúde. Mesmo que o Programa Saúde da Escola esteja sendo implementado pela Secretaria Municipal de Saúde, suas ações são muito pontuais, ainda não há uma integração de fato entre setores da saúde e educação no município. Considerações Finais: evidencia-se a falta de interlocução entre as Secretarias por meio de projetos que envolvam os profissionais da educação e saúde fragilizando ações educativas de modo a integrar os conhecimentos, os valores e as práticas, bem como processos de formação continuada com tema Educação em Saúde no espaço escolar. Sugere-se que ações de formação permanente docente sejam realizadas de modo intersetorial, havendo um gestor na pasta da saúde que promova esta interlocução entre as secretarias de educação e saúde.
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