Estruturação organizacional da instância local da cadeia de frio de imunobiológicos brasileira

  • Author
  • Ana Luíza Karter
  • Co-authors
  • Thayane Ingrid Xavier de Andrade , Ilda Conceição de Araújo , Júlia Moreira Martins da Silva , Stela de Azevedo Camtamos , Eliete Albano de Azevedo Guimarães , Valéria Conceição de Oliveira , Ione Carvalho Pinto , Gabriela Gonçalves Amaral
  • Abstract
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    Apresentação: As salas de vacinação, localizadas nas unidades de atenção primária à saúde (UAPS), são caracterizadas como a instância local da cadeia de frio, que por fim é todo o processo logístico que os imunobiológicos percorre desde a fabricação até a aplicação à população. É essencial a manutenção das temperaturas preconizadas para preservar a eficácia destes produtos, sendo necessário que os profissionais de saúde sigam as normas e recomendações do Programa Nacional de Imunizações. Dessa forma, este estudo objetivou analisar a estrutura organizacional do nível local da cadeia de frio de imunobiológicos no Brasil. Desenvolvimento: Estudo transversal descritivo realizado nas salas de vacinação de 80 municípios das distintas regiões brasileiras, entre os anos de 2021 e 2022. Foram incluídas todas as salas urbanas e rurais, excluindo aquelas destinadas apenas como ponto de apoio; localizadas em hospitais e/ou unidades de pronto atendimento; inativadas e as ativas apenas para o período da campanha de vacinação contra a COVID-19. Os profissionais de enfermagem atuantes nas salas responderam uma escala validada por meio de entrevista telefônica ou envio de um link. Realizou-se análise descritiva dos dados. O estudo recebeu aprovação de Comitês de Ética em Pesquisa (parecer nº: 4.610.079; parecer nº: 4.747.228; e parecer nº: 4.812.197). Resultados: Foram analisadas 280 salas de vacinação. Destas, grande parte estavam inseridas em UAPS – tradicionais (49,6%) da zona urbana (78,3%); onde o enfermeiro realizava a vacinação (72,4%) e não havia escala de trabalho (66,1%). Grande parte eram de uso exclusivo para as atividades de vacinação (79,6%); usavam caixas térmicas de poliuretano (77,8%) e mantinham seus equipamentos de refrigeração distantes da incidência de luz solar ou de outras fontes de calor (73,5%). A maioria estavam equipadas com câmaras refrigeradas (60,0%) e detinham ambientes climatizados (67,6%). Observou-se predominância de indisponibilidade de baterias ou geradores (62,9%). Grande parte dos profissionais relatou participar de capacitações em imunização (n=136; 48,5%) e a maioria referiu receber atualizações temáticas (n=197; 70,4%). Conclusões: Os resultados reforçam que a equipe de enfermagem reconhece a importância da organização da sala de vacinação para a conservação dos imunobiológicos, contudo evidenciou-se fragilidades associadas à estrutura física e a processos de trabalhos nas salas de vacinação brasileiras que impactam a melhoria do processo vacinal.

  • Keywords
  • Atenção primária à saúde, Programas de vacinação, Vacinação
  • Subject Area
  • EIXO 3 – Gestão
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