Apresentação: Este resumo visa explorar a eficácia dos Grupos Focais Online (GFO) como uma abordagem qualitativa para compreender as necessidades de saúde das populações em situação de vulnerabilidade, com foco particular nas pessoas LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e Não-binárias). Por meio da experiência de pesquisas acadêmicas realizadas no âmbito do mestrado (1 dissertação) e do doutorado (2 teses) do Programa de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com pessoas trans e membros da população LGBTQIAPN+ que exercem parentalidade, examinou-se como os GFOs se tornaram instrumentos valiosos para acessar essas populações consideradas "de difícil acesso". Desenvolvimento do trabalho: As populações LGBTQIAPN+ estão vulneráveis à marginalização e discriminação devido aos padrões cisheteronormativos prevalentes na sociedade. Essas normas excluem aqueles que não se encaixam nos padrões da cisgeneridade e da heteronormatividade, sujeitando-os a violência e preconceito. Como resultado, muitas pessoas evitam participar de pesquisas científicas por medo de exposição e discriminação, o que as torna frequentemente "grupos de difícil alcance" na perpesctiva da pesquisa científica. Os GFOs têm emergido como uma maneira eficaz de enfrentar esses desafios, permitindo a participação de pessoas de diversas localidades, ampliando a representatividade de grupos historicamente marginalizados, e possibilitando o anonimato, crucial para estudos com grupos invisibilizados. No entanto, desafios como o acesso à internet e tecnologia persistem como obstáculos deste método investigativo. Resultados: Os resultados das pesquisas indicam que os GFOs são ferramentas promissoras para o acesso a pessoas LGBTQIAPN+ e têm o potencial de proporcionar um ambiente seguro e inclusivo para compartilhar suas experiências. As pessoas participantes sentiram-se à vontade para discutir questões sensíveis e íntimas em um ambiente virtual. Além disso, os GFOs facilitaram a participação de indivíduos de diversas localidades, ampliando a representatividade da amostra e enriquecendo a compreensão das experiências vividas por diferentes grupos dentro da população LGBTQIAPN+. A interação online também promoveu uma sensação de solidariedade e apoio entre as pessoas participantes, criando uma rede de suporte virtual que pode ser crucial para aquelas que enfrentam isolamento social ou falta de acesso a recursos locais. Desta forma, os GFOs emergem como uma ferramenta valiosa para a pesquisa e intervenção com populações LGBTQIAPN+, oferecendo oportunidades para a coleta de dados qualitativos e o desenvolvimento de intervenções sensíveis às necessidades específicas desse grupo populacional. Considerações finais: Em conclusão, os Grupos Focais Online oferecem uma abordagem promissora para acessar e compreender as experiências sociais das populações LGBTQIAPN+. Ao superar as barreiras tradicionais de pesquisa científica, esses métodos qualitativos apresentam resultados significativos para subsidiar políticas e práticas de saúde inclusivas e sensíveis ao reconhecimento das especificidades da diversidade populacional no contexto brasileiro.