O Comitê de Acompanhamento foi uma ferramenta estruturante para desenvolvimento da pesquisa “Alcance das políticas de proteção social e de saúde do município de Belo Horizonte para a população em situação de rua frente à pandemia da Covid-19”, pois, garantiu a participação dos atores envolvidos no planejamento, acompanhamento, construção, validação e discussão dos resultados da pesquisa. Foi composto por pesquisadores integrantes do Grupo de Pesquisa em Políticas de Saúde e Proteção Social, do Instituto René Rachou/Fiocruz-MG; representantes indicados pela Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania de Belo Horizonte; representantes da Sociedade Civil Organizada (SCO), por meio da participação da Pastoral da Rua e do Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua. Funcionou através de reuniões mensais por doze meses, entre os anos de 2021 e 2022, com os objetivos de: fortalecer as ações da pesquisa; qualificar as informações e a interpretação dos resultados; direcionar a pesquisa de acordo com o contexto social; incentivar o engajamento dos atores na obtenção dos resultados e potenciais desdobramentos; identificar as ações governamentais de proteção social ofertadas à População em Situação de Rua (PSR) durante a pandemia; identificar os recursos investidos no SUAS; e identificar os convênios estabelecidos com a SCO. Nas reuniões do Comitê foram abordados temas como: apresentação e definição do cronograma da pesquisa; elaboração e validação do roteiro das entrevistas e grupos focais; identificação das temáticas para revisões bibliográficas; apresentação detalhada de cada fase da pesquisa, incluindo seus resultados parciais; devolutiva sobre as visitas aos serviços da rede; apresentação dos resultados finais e pactuações para continuidade com outras pesquisas e mesma temática da PSR. O êxito do Comitê de Acompanhamento da Pesquisa foi observado na colaboração entre pesquisadores e profissionais da rede municipal, na viabilidade do acesso às bases de dados utilizadas no estudo, nas entrevistas com gestores de diferentes setores, acesso aos atores-chave e feedback constante no decorrer da pesquisa. Além disso, impulsionou o trabalho intersetorial de uma equipe multidisciplinar aberta ao diálogo, ao planejamento e avaliação compartilhada através de metodologias ativas reestruturando ações sempre que necessário. Para tanto, foi crucial a mediação e escuta ativa entre os membros para superar diferenças e promover soluções conjuntas. Também foi fundamental uma gestão do trabalho com direcionamento claro e coordenação efetiva, para alinhamento dos representantes dos vários setores e, ao mesmo tempo, das atividades realizadas, metas e prazos estabelecidos. Uma coordenação eficaz pode potencializar o uso dos recursos disponíveis, otimizar o tempo e garantir que as atividades sejam realizadas de forma sincronizada e complementar. Sem uma coordenação adequada, os esforços podem se tornar fragmentados e desarticulados, comprometendo os resultados do projeto e a promoção da equidade em saúde. Desse modo, o Comitê apresentou-se com boa capacidade de aplicabilidade e adaptação para outros contextos e temas de pesquisa. Seja em diferentes localidades ou com outras populações vulnerabilizadas, esta ferramenta tem potencial de melhorar a qualidade e extensão das pesquisas, gerando soluções inovadoras na produção de conhecimento, com participação social ativa.