Propõe-se com este trabalho evidenciar a importância da qualificação dos profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Distrito Federal, na temática das Práticas Integrativas em Saúde (PIS), em especial para a prática da Terapia Externa Antroposófica (TEA), visando sistematizar o processo formativo dos Cursos de TEA, realizados no DF, pela Fiocruz Brasília e Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF), explorando suas possíveis implicações e perspectivas para a promoção da saúde nos espaços de cuidado do DF. A Medicina Antroposófica (MA) é uma das 29 práticas descritas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). Essa ciência, pode incluir medidas medicamentosas ou não na indicação de tratamentos complementares pelas Terapias Antroposóficas, como também a mesclagem de medicamentos antroposóficos, homeopáticos, fitoterápicos ou convencionais (medicamentos alopáticos). Os medicamentos antroposóficos podem ser utilizados sob a forma de medicação oral, injeções subcutâneas ou intravenosas. As Terapias Externas Antroposóficas consistem nas aplicações de envoltórios, compressas e banhos com o uso de calor, escalda-pés. Além disso, incluem movimentos suaves, conhecidos como deslizamentos, realizados com óleos essenciais de plantas selecionadas. Essas práticas são empregadas com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar do paciente.
Este é um relato de experiência de natureza descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. O estudo visa sistematizar os processos de formação-ação em TEA, refletindo sobre a integração entre teoria e prática. Por meio das percepções de gestores, profissionais de saúde, usuários e egressos dos Cursos de TEA, buscando compreender como essa prática é aplicada na promoção da saúde nos territórios em questão.
Os Cursos em TEA foram estruturados em duas etapas. O primeiro curso foi realizado em 2023 e o segundo, que está em andamento, acontecendo no primeiro semestre de 2024. A primeira turma contou com 5 (cinco) módulos que abordaram aspectos teóricos, práticos e vivenciais. Ao final do curso – na primeira etapa -, 26 (vinte e seis) profissionais foram qualificados para aplicar as técnicas aprendidas em suas UBS. A segunda turma do curso, seguirá a mesma estrutura e metodologia da primeira.
Espera-se que os resultados desta pesquisa sirvam de subsídio para o desenvolvimento de novas estratégias educacionais e políticas públicas de saúde no DF. Além disso, busca-se incentivar a formação de profissionais de saúde em PIS, com ênfase na TEA, para promover um cuidado mais individualizado e centrado no paciente.
Pretende-se realizar a elaboração de um breve vídeo com algumas demonstrações das práticas de TEA. O objetivo é disponibilizá-lo para que os usuários possam praticar em suas próprias casas, oferecendo uma forma de cuidado em saúde tanto para eles quanto para seus familiares.
Por fim, os conhecimentos, experiências e vivências adquiridas ao longo da formação em TEA e na promoção da saúde, constituem uma fonte dinâmica e rica de informações, influenciada por fatores que moldam constantemente essas práticas. A compreensão dessas nuances é crucial para uma abordagem mais holística e eficaz na promoção da saúde nos territórios de cuidado do DF.
A Terapia Externa Antroposófica (TEA) não se limita a tratar apenas os sintomas da doença, como é comum no modelo hospitalocêntrico. Ela busca também abordar as causas subjacentes, promovendo equilíbrio e harmonia em todos os aspectos da vida do paciente. Assim, a TEA trata o indivíduo de forma integralizada, considerando tanto o corpo quanto a mente.