Apresentação: O Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que possui mais de 200 genótipos, sendo os tipos 16 e 18 causadores dos principais cânceres genitais e os tipos 6 e 11 os principais causadores de verrugas, sendo de vital importância sua prevenção. Assim, tendo em vista que a vacinação é a principal forma de prevenção, no Brasil a vacina quadrivalente (sorotipos 6, 11, 16 e 18) é disponibilizada de forma gratuita para adolescentes de 9 a 14 anos e a pessoas de 9 a 45 anos com condições especiais. Apesar disso, a cobertura vacinal permanece baixa no país. Logo, o estudo visou analisar a cobertura vacinal e o conhecimento sobre o HPV entre universitários da área da saúde, tendo em vista a importância desse grupo para melhorarias na cobertura vacinal. Desenvolvimento: Desenvolveu-se um estudo transversal descritivo com universitários de cursos da área da saúde de duas universidades públicas de Minas Gerais. Incluíram-se universitários matriculados no ano letivo de 2023 (meninas nascidas a partir de abril de 2000 e meninos nascidos a partir de fevereiro de 2003). A coleta foi realizada com um instrumento composto por: a) variáveis sociodemográficas; b) variáveis sobre a cobertura vacinal contra o HPV; e c) variáveis sobre o conhecimento e aceitabilidade da vacina, estas fazendo-se uso de um instrumento validado. A análise dos dados se deu descritivamente, tendo por base a meta estipulada pelo PNI brasileiro para a vacina contra HPV (90%) e média de conhecimento e aceitabilidade adequados (70%). O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº: 6.019.996). Resultados: Participaram 349 universitários, 37,5% da universidade estadual e 62,5% da federal. A maioria era do sexo feminino (94,8%), com idades entre 21 a 23 anos (57,6%), matriculados do 1º ao 3º período (42,4%), heterossexuais (72,8%), de raça/etnia branca (61,9%), solteiros (95,7%), sem filhos (98,6%), e tinham acesso à internet (99,7%). Parte relatara raramente buscar informações sobre IST (51,3%) e 56,4% tiveram contato com o tema na universidade. Sobre a cobertura vacinal, 89,4% dos universitários estavam com o esquema completo, e destes 89,7% receberam a vacina na rede pública. Quanto ao conhecimento e aceitabilidade da vacina, observou-se ambos adequados (89,3%). Conclusões: Embora próxima, evidenciou-se o não cumprimento da meta preconizada pelo PNI brasileiro para a cobertura vacinal contra o HPV entre os universitários. Contudo foi observado um conhecimento e aceitabilidade da vacina adequados, enfatizando que a próxima geração de profissionais da área da saúde, pode implicar na melhoria dos índices vacinais e uma prevenção mais efetiva desta e de outras infecções e agravos.