Apresentação: O cuidado domiciliar em saúde pode ser prestado por meio de visitas domiciliares (VDs) que são uma importante ferramenta para o acesso à saúde, articulações entre os serviços e gestão em saúde. O profissional farmacêutico, ao atuar no contexto das VDs, pode perceber e gerenciar as necessidades em saúde dos usuários, contribuindo para evitar agravos e buscas por serviços mais complexos em saúde. Proporcionado assim, melhora clínica do paciente e redução de gastos em saúde. Contudo, a atuação do farmacêutico em VDs e os impactos de sua atuação são poucos explorados na literatura. Perante o exposto, objetivou-se identificar os desfechos clínicos e econômicos propiciados pela atuação do farmacêutico no cuidado domiciliar à saúde por meio das VDs. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma revisão de escopo que analisou estudos das bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, Embase, Web of Science, Scopus, CINAHL, e literatura cinzenta, utilizando descritores relacionados à visita domiciliar, ao farmacêutico e aos serviços e atividades realizados por esses profissionais. A revisão seguiu as recomendações do Instituto JBI e PRISMA-ScR. Foram extraídos dados relacionados aos desfechos clínicos e econômicos proporcionados pela atuação do farmacêutico no cuidado domiciliar. Resultados: Foram incluídos 116 artigos, publicados até setembro de 2022 e que foram conduzidos em sua maioria nos Estados Unidos (n=30; 25,8%), seguido de Austrália (n= 19; 16,3%), e Canadá (n=8; 6,9%). Dentre estes, os principais serviços realizados pelos farmacêuticos foram direcionados à revisão da farmacoterapia, incluindo a identificação de problemas relacionados aos medicamentos ou discrepâncias farmacoterapêuticas (n=66; 56,9%) e conciliação de medicamentos (n=17; 14,6%). A maioria dos estudos incluídos relataram desfecho de processo (n=95; 81,9%). Trinta e cinco estudos (30,2%) demonstraram melhora nos desfechos clínicos, dentre estes, reduções nas taxas de hospitalizações (n=6; 17,1%); melhora de parâmetros laboratoriais (n=4; 3,4%), redução no número de mortes (n=4; 3,4%), redução no número de reinternações e risco de sua ocorrência (n=3; 8,6%); reduções no número de atendimentos de emergências (n=3; 8,6%); e melhora dos níveis pressóricos (n=3; 8,6%). Em relação aos desfechos econômicos, quatorze estudos (12,1%) apontaram esses resultados, sendo que cinco estudos (35,7%) evidenciaram redução de custos dos serviços em saúde, incluindo custos hospitalares e despesas médicas. Ainda, foi relatada economia relacionada aos medicamentos prescritos (n=3; 21,4%), intervenções, atividades prestadas pelos farmacêuticos (n=2; 14,2%) e desprescrição de medicamentos (n=1; 7,1%). Considerações finais: Os desfechos identificados permitiram uma avaliação ampliada sobre a atuação de farmacêuticos na melhora clínica do paciente e em reduções de gastos em saúde, diante da prática de VDs. Os achados reforçam a necessidade da inserção do farmacêutico na prática de VDs no cuidado domiciliar, visto que o profissional farmacêutico pode contribuir para recuperação da saúde e racionalização dos gastos públicos em saúde.