Apresentação: A vigilância do óbito é considerada um instrumento crucial para a compreensão de indicadores de saúde. Sua análise possibilita a observação multidimensional das circunstâncias biológicas e psicossociais das populações, sendo o índice de mortalidade materna, um indicador direto de qualidade de vida. Assim, entende-se a delimitação sociodemográfica como uma forte aliada na construção de estratégias e políticas que abranjam a saúde materna, através de abordagens que envolvam a promoção de saúde e prevenção de agravos. Assim, objetivou-se analisar o perfil sociodemográfico e clínico dos óbitos maternos em Minas Gerais. Desenvolvimento: Estudo transversal descritivo, realizado através dos dados do Sistema de Informações de Mortalidade, do Sistema Único de Saúde. Utilizaram-se informações dos óbitos maternos notificados no período de 2017 a 2021, no estado de Minas Gerais, excluindo aquelas incompletas ou que apresentavam erros de digitação. Realizou-se análise descritiva através do software Microsoft Excel. Houve dispensa de apreciação ética, uma vez que os dados utilizados são de domínio público. Resultados: Entre os anos de 2017 e 2021 foram notificados 723 óbitos maternos em Minas Gerais, no qual o maior número de registros foi em 2021 (2017 n= 118; 2018 n= 135; 2019 n= 115; 2020 n= 126; 2021 n=229). Quanto ao perfil sociodemográfico, 49,9% (n=361) apresentavam ensino fundamental completo; 50,8% eram pardas (n=367), e 44,4% eram casadas (n=321). As mulheres mais acometidas, estavam na faixa etária compreendida entre 30 e 39 anos (n=362; 50,1%). A maior parte das mortes aconteceu durante o puerpério, até 42 dias (n=443; 61,3%) após o parto. Em relação às causas dos óbitos obstétricos, grande parte estavam ligados à morte materna direta (n= 424; 58,6%) e morte materna indireta (n=276; 38,2%). O local de maior predominância das ocorrências supracitadas, foi o âmbito hospitalar (n=688; 95,1%). Ressalta-se que 98,6% (n=713) dos óbitos foram investigados. Conclusões: A predominância de óbitos registrados no estado de Minas Gerais entre 2017 a 2021 ocorreu em mulheres não brancas, com idade entre 30 e 39 anos, que possuíam apenas ensino fundamental. A morte materna direta ocorrida majoritariamente em hospitais, sustenta a necessidade de intervenções que promovam saúde e segurança materna pré, durante e pós-natais no ambiente hospitalar. A atualização das informações não foi possível, em decorrência da indisponibilidade dos dados necessários.