Apresentação: No Brasil, a vacinação constitui uma das ações prioritárias das Unidades de Atenção Primária à Saúde e a equipe de enfermagem é responsável por todas as etapas desse processo. Dados do Conselho Federal de Enfermagem em relação ao total de trabalhadores de enfermagem brasileiros apontam que há 3.000.805 profissionais registrados, sendo 466.758 auxiliares, 1.795.540 técnicos, 738.121 enfermeiros e 386 obstetrizes (consulta realizada em 15/04/2024). Tais dados referem-se de modo geral à classe, assim dada a importante atuação destes profissionais no que tange à vacinação no país, pouco se sabe sobre o perfil desses trabalhadores. Neste sentido, este estudo visou descrever o perfil sociodemográfico e laboral dos profissionais atuantes nas salas de vacinação inseridas nas Unidades de Atenção Primária à Saúde brasileiras. Desenvolvimento: Estudo transversal descritivo realizado em 80 municípios brasileiros entre 2021 e 2022, com profissionais atuantes em salas urbanas e rurais, da rede pública (um profissional por sala) com experiência igual ou superior a seis meses. Foi realizada entrevista telefônica ou envio de um link, para acesso ao instrumento de coleta, por aplicativo de comunicação. Realizou-se análise estatística descritiva. O estudo recebeu aprovação de Comitês de Ética em Pesquisa (parecer nº: 4.610.079; parecer nº: 4.747.228; e parecer nº: 4.812.197). Resultados: Participaram 278 vacinadores, a maioria do sexo feminino (89,9%); com faixa etária de 31 a 40 anos (40,6%); e 50% eram enfermeiros(as). Grande parte relatara vínculo contratual efetivo (36,7%); jornada de trabalho entre 31 a 40 horas semanais (83,1%); dois e cinco anos de experiência (33,4%); e ausência de escala de trabalho (66,1%). Questionados sobre o ano da última capacitação em vacinação, parte relatou participação após 2020 (47,1%). Conclusões: A equipe de vacinadores é composta principalmente por mulheres, caraterizada por uma força de trabalho jovem, considerável distanciamento do enfermeiro nas atividades associadas à vacinação, além de experienciar características de precarização e sobrecarga de trabalho. O estudo fornece um perfil atual da equipe de vacinadores brasileiros e propicia informações para análises dos processos de trabalho e tomadas de decisões no que tange a atuação destes profissionais.