Esta pesquisa trata-se de um estudo em andamento, iniciado em 2023 e está ligado ao Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística – PROCIÊNCIA, que se destina a valorizar a produção científica, técnica e artística dos docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro-UERJ, mediante a concessão de bolsa especial de incentivo à produção científica. Como objetivo, este trabalho pretende analisar a produção de cuidado e acolhimento direcionado às pessoas que apresentam situações de crise em saúde mental na UERJ. Interessa-nos, portanto, problematizar a produção de cuidado direcionado às pessoas que são acolhidas em situações de crise em saúde mental dentro dos espaços internos dos campi. Para realizar esta investigação, usaremos referenciais teóricos decoloniais e da Atenção Psicossocial, pois nos interessa fazer uma análise sobre crise em saúde mental, aterrada à uma bibliografia que nos apresente saídas para problemas sociais próprios, ou seja, problemas experienciados enquanto pessoas pertencentes à uma cultura e campo social em contextos históricos brasileiros. O interesse pela temática se deu por fazer parte da Comissão de Saúde Mental que foi designada pela Pró-reitoria de Saúde - PR5, e que vem construindo propostas de cuidado e acolhimento à comunidade Uerjiana em relação à saúde mental. Esta Comissão está vinculada ao Comitê de Assessoramento em Ações de Promoção da Saúde Universitária. No campo da Saúde Mental uma condição de sofrimento pode ser entendida a partir de um conceito mais abrangente de crise, onde o sujeito pode experimentar uma situação de sofrimento intenso, agudo. Porém, neste estudo, estamos considerando que o sofrimento não está separado de uma história enquanto pessoa no mundo, de um território afetivo e social. Assim sendo, a pesquisa entende que é necessário problematizar as interseccionalidades enquanto categorias analíticas das avenidas identitárias que permearão as histórias das crises e da produção de cuidado produzidos no acolhimento às pessoas em crise de saúde mental. Como metodologia, será utilizado a cartografia, se ancora no conceito da Análise Institucional na linha esquizoanalítica dos filósofos Deleuze, Guattari e Sueli Rolnick, que são referências nesse tipo de método, incitando-nos a refletir a partir de uma perspectiva de construção na pesquisa sem separação entre objeto e a pesquisadora, assumindo as interferências sentidas no percurso do pesquisar. Assim, para além da cartografia, utilizaremos alguns recursos para coletar dados, como: estudo documental e diário cartográfico que nos ajudarão na primeira etapa do levantamento dos dados na Comissão de Saúde Mental/Pr5. Por fim, os resultados deste estudo colaborarão para ações de saúde mental voltadas para a comunidade uerjiana, e ainda, propõe análises do acolhimento das crises que ocorrem na UERJ, além de favorecer à uma construção de fluxo de acolhimento e a ações de promoção à saúde junto a Rede de Atenção Psicossocial.