O Acidente Vascular Cerebral (AVC) também denominado Acidente Vascular Encefálico (AVE), é uma doença silenciosa caracterizada pela diminuição ou interrupção do aporte sanguíneo cerebral (AVC-I) e, atualmente, é a principal causa de incapacidade e invalidez no público adulto e idoso. A doença mostra-se de duas maneiras, pela obstrução do fluxo sanguíneo no cérebro levando a isquemia cerebral, de maior ocorrência, ou por meio do rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. O AVC pode desencadear uma série de limitações físicas-motoras na pessoa acometida. Entretanto, seu impacto não limita-se aos aspectos físicos, pois emergem também alterações emocionais e psicológicas, podendo resultar em mudanças no cotidiano de vida das pessoas. Mesmo com uma evolução clínica rápida nas primeiras semanas após o episódio, o retorno para a vida diária e a aptidão para realizar o autocuidado pode se prorrogar por meses. Tem-se como objetivo conhecer as repercussões físicas, cognitivas e emocionais de pacientes que vivenciaram um AVC-I tratados com trombolítico. Estudo de abordagem qualitativa, realizado com pacientes pós AVC-I, que estiveram internados em um hospital localizado na região norte do Rio Grande do Sul e que receberam tratamento trombolítico. Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa maior, denominado “Vivência transicional de pacientes antes e após acidente vascular cerebral isquêmico tratados por trombolítico”. Os dados da pesquisa foram coletados de setembro a dezembro de 2023, em que a abordagem inicial aos pacientes aconteceu no período de internação hospitalar, em momento próximo à alta. A etapa da entrevista foi conduzida por meio de instrumento semiestruturado, o qual conta com questões relativas aos dados sociodemográficos e clínicos e com perguntas balizadoras referentes ao tema em investigação. O local da entrevista foi a domicílio dos participantes e ocorreu no período de 60 a 90 dias após o evento isquêmico e seu tratamento trombolítico. A análise dos dados seguirá os passos da análise temática operativa, abrangendo os aspectos físicos, cognitivos e emocionais, com a finalidade de conhecer as repercussões ocorridas na vida de pacientes no pós AVC-I e os desafios enfrentados pelos mesmos em seu cotidiano. Por meio da análise de dados apoiado na revisão de literatura, espera-se revelar e refletir acerca da complexidade do AVC-I em pacientes tratados com trombolítico, que após a alta hospitalar podem permanecer com sequelas físicas, cognitivas e emocionais temporárias ou permanentes. Reforçando, os desafios enfrentados pelo público acometido. As etapas da pesquisa desenvolvidas até o momento mostram a importância da realização de estudos referentes aos impactos físico, cognitivo e emocional dos pacientes pós AVC-I, bem como a atuação de uma equipe multidisciplinar no processo de reabilitação do paciente que se submeteu ao tratamento por trombolítico.