A dengue é uma doença viral e um problema de saúde coletiva. Instituições governamentais, como o Ministério da Saúde (MS), têm utilizado redes sociais como estratégia para ampla divulgação de informações sobre este tema. O objetivo dessa dessa pesquisa foi analisar as reações dos usuários das redes sociais frente as informações disseminadas pelo MS sobre dengue. Trata-se de um fragmento de uma pesquisa documental online com abordagem qualitativa. Foram analisadas as reações dos usuários mediante 53 publicações realizadas no período entre dezembro de 2018 a março de 2019, sendo 25 publicações no Facebook e 28 no Instagram. Os critérios de inclusão foram postagens que abordavam os objetos dengue individualmente ou associada a outras arboviroses, vetor, sinais e sintomas da doença. Foram excluídas as publicações que não contemplassem o tema. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFSCar 13437419.3.0000.5504. A interação dos usuários, “curtir, comentar e compartilhar”, com cada uma das postagens foram analisadas de acordo com Recuero. Resultados: No Facebook, foram observadas 4883 reações simples nas 25 publicações. As formas mais complexas, “comentar” e “compartilhar”, foram utilizadas 7762 vezes, sendo que 504 indivíduos “comentaram” e 7258 “compartilharam” algum tipo de informação sobre o assunto. A publicação mais “curtida”, abordava os sinais e sintomas da dengue, na qual 507 usuários “curtiram” o conteúdo publicado, 1615 usuários reagiram de forma complexa, 15 “comentários” 1600 “compartilhamentos”. A publicação menos “curtida” foi a do relacionada a postagem relacionadas a prevenção da doença. Foram 51 reações simples, sendo 49 “curtidas” e 2 “haha”. As reações complexas foram 2 “comentários” e 62 “compartilhamentos”. No Instagram, para analisar os dados, podemos afirmar que 23578 indivíduos tiveram reações simples, somente “curtindo” as postagens, 296 reações foram complexas, sendo estes, todos “comentários”. No Instagram, observamos que 98,76% dos indivíduos se mostraram presentes na conversa, realizando ação de investimento mínimo. Este número é muito maior quando comparado a 1,24% dos indivíduos que comentaram a informação. Questões relacionadas a repelentes e inseticidas, além de curiosidades, teve 2706 “curtidas” e 74 “comentários”, tendo sido considerada a mais “curtida” e a mais “comentada”. Discussão: ao “curtir” uma publicação se faz um investimento mínimo, não se expõe, mas quer se mostrar presente na conversa, não necessariamente faz a leitura completa do que foi publicado, mas concorda e apoia a publicação. Ao “compartilhar” valoriza a informação e permite que ganhe visibilidade, as pessoas normalmente compartilham o que consideram interessante. Ao “comentar”, os membros da rede contribuem com a conversação. Considerações finais: Observa-se que os usuários reagem de forma diferente frente a informação nas diferentes redes. No Facebook os usuários investem mais na informação, comentando ou compartilhando, portanto, disseminaram mais a informação sobre dengue. No Instagram, indica que os conteúdos nem sempre são lidos por completo, o que não necessariamente é significativo para ser incorporado e resultando em atitudes. As redes são importantes fontes de informação sobre a dengue, mas não garantem mudança de atitude e participação popular.